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Ódio é prazer comprido, vida e meia:
Ama-se às pressas, com vagar se odeia.
(Byron: Fragmentos de Don Juan)
Nem sempre a vida é bela.
Às vezes a vida é bela.
Muitas vezes a vida vale a pena.
(Ana Amélia Diniz Camargo – do livro Margem)
De tanto ouvir, o ouvido vira crença:
O coração é um mistério sem fim.
De um modo ou de outro, não há desavença
(Pecamos sempre) entre você e mim.
Piscamos o olho – Que o bem vença!
(Mas não precisa ser tão sério assim....)
Se à nossa frente pintar o Diabo
Sempre uma Força vai torcer-lhe o rabo.
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No final de um poema, é bom por fim
As coisas menos sérias: um axioma
De moral sã sempre vai bem: por mim,
Acato a tradição, dizendo: A soma
De acertos e erros de um viver assim
Acidentado não é: ou-dá-ou-toma.
Duas alavancas movem nossa sorte:
Uma, o dever, outra o amor – mais forte!
(Johann Wolfgang Von Goethe: O Diário)
a eternidade
dividida
em vidas
não interessa
à vida
só interessa
a eternidade
inteira
de uma vez
(Arnaldo Antunes – do livro: 2 ou + corpos no mesmo espaço)
Sofrer por ti não compensa,
Quem tem vivência nem pensa:
Não há amor que dure pra sempre,
Nem o que valha a vida da gente.
(Ângelo Monaqueu – do livro: Poemas sob a égide de eros)
Escorre sob a ponte o rio Sena
E em nossos amores
A lembrança me acena
Vinha sempre o prazer depois da pena
Que venha a noite e soe a hora
Os dias se vão não vou embora
Mãos nas mãos esperemos face a face
Até que sob a ponte
Dos nossos braços passe
O eterno desse olhar em nosso enlace
Que venha a noite e soe a hora
Os dias se vão não vou embora
O amor se vai como água turbulenta
Assim o amor se vai
E como a vida é lenta
E como essa Esperança é violenta
Que venha a noite e soe a hora
Os dias se vão não vou embora
Os dias passam passam as semanas
Não voltam o passado
Nem as paixões humanas
E o Sena flui em águas soberanas
Que venha a noite e soe a hora
Os dias se vão não vou embora
(Appolinaire: A Ponte Mirabeau)
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