sábado, agosto 30, 2014

ESPAÇOS INTERATIVOS - LIVRO DE LETÍCIA GENESINI

Lançamento do Livro “Espaços Interativos” acontece no dia 1º de setembro

A primeira edição do livro “Espaços Interativos – O design de experiência em marcas e concept stores”, de Leticia Genesini, será lançada no dia 01 de setembro, na Livraria Cultura. Com diversos exemplos reais que vão desde instalações artísticas a lojas conceito, o livro apresenta o esforço de grandes corporações para não apenas compor ambientes, mas fundá-los em experiências marcantes, criando um universo sedutor e de fato envolvente para o seu visitante. A obra é uma co-edição entre a nVersos Editora e o IED São Paulo - Istituto Europeo di Design, instituição de ensino que atua nos campos de formação e pesquisa nas áreas de Design, Moda e Negócios.

A autora é formada em design gráfico pelo IED na sede em Milão e em letras pela USP. O livro é resultado do trabalho de conclusão de curso realizado na Itália. Ela atua como designer de estratégia na Casa Rex, um dos mais importantes escritórios de São Paulo. Letícia Genesini já tem dois livros de poesia publicados, sendo este o seu primeiro de não ficção. “É uma porta para me apresentar como designer, expondo quais são hoje, para mim, as questões importantes deste meio, abrindo novos diálogos. Mais do que uma pesquisa estética, é uma análise de comportamentos contemporâneos, evidenciando como o design pode e deve possuir um papel essencial na definição destas novas relações”, revela.

O livro dispõe de conceitos do design e da comunicação para apresentar mudanças de paradigmas em como vivemos os ambientes que nos cercam e as novas relações que nascem deles. Assim, ao se aprofundar nas lojas conceito, a obra estuda como estes novos espaços de interação e experimentação configuram por fim novas e significativas experiências de compra.

Espaços Interativos é a primeira publicação comercial do instituto no país. O diretor geral do IED no Brasil, Victor Megido, afirma que a obra chegou em um momento oportuno para o leitor, uma vez que florescem as iniciativas de lojas e espaços conceituais no Brasil. “Além de trazer conceitos e reflexões sobre o tema, a obra relata uma série de casos bem sucedidos, especialmente nos Estados Unidos e na Europa. Foi pensada para profissionais de design, arquitetura, marketing, comunicação, negócios e vendas e também para professores, estudantes e interessados. Faz importantes cruzamentos entre design, branding e as artes,” destaca Megido. 
  
O designer italiano e professor do IED de Milão, Mauro Panzeri, introduz no prefácio da obra que “Este livro fala do hoje e do amanhã. Letícia Genesini adota um método aparentemente simples: une as experiências mais díspares, e como o melhor bartender, coloca-as em uma coqueteleira e oferece um aperitivo de sua invenção”.

Para a coordenadora da Pós de Design de Interiores do IED, Cintia Lie, existe uma carência muito grande no mercado literário brasileiro de abordagens neste assunto. “O varejo tem passado por uma revolução muito grande e rápida. Tudo tem mudado e se escreve muito sob parâmetros de marketing, branding, consumidor, mas muito pouco no resultado espacial destas interfaces todas, principalmente dando foco em um segmento. A obra oferece aos alunos as mais novas propostas e soluções adotadas no mercado de varejo”, ressalta.

O Coquetel de lançamento acontecerá na Livraria Cultura, que fica na Avenida Paulista, 2073, no dia 01 de setembro, a partir das 18h.

Livro “Espaços Interativos”, por Letícia Genesini
Coquetel de Lançamento
Data: 01/09/2014, a partir das 18h
Local: Livraria Cultura/Conjunto Nacional
Av. Paulista, 2073
Preço de Capa: R$ 59,90
Editora: nVersos
I.S.B.N: 978-85-64013-97-1

quinta-feira, agosto 21, 2014

CENTENÁRIO DE DORIVAL CAYMMI


Tudo que Caymmi compôs é lindo. Escolher algumas canções é sempre muito difícil, mas arrisco uma seleção. Curtam !

sábado, agosto 16, 2014

GOSTAR DE SOFRER

É possível alguém gostar de sofrer? Muitas pessoas se aferram a um sofrimento de alto valor social, para se justificarem em suas dificuldades. Jorge Forbes analisa:


Gostar de sofrer 
Jorge Forbes
O psicanalista declara: -“O sujeito goza em seu sofrimento”. O povo traduz: - “As pessoas gostam de sofrer”. Todo mundo sabe disso, usa a expressão com frequência, mas acha que é brincadeira por não ser possível, em sã consciência, alguém gostar de sofrer. E, no entanto, isso é muito comum.
Como ninguém quer dar recibo, nem para si mesmo, do seu gosto do sofrimento, acaba incorrendo em uma prática dolorosa. Não querendo ser descoberta, a pessoa intensifica suas queixas e dores para melhor justificar seu momento sofredor. Assim, aquela que sofre pela velhice de um parente próximo, ou de uma doença grave, ou de uma perda importante, a cada dia, se surpreende com esse fato, como se fosse algo novo. É um modelo geral que se aplica às mais diversas situações da vida.
Isso explica, em parte, o crescimento do diagnóstico de depressão.  Estamos vivendo uma epidemia de depressão. A pessoa não está muito bem, anda triste, esquecida, dorme mal ou dorme muito, lá vem a explicação: está deprimida. Entre não saber o que tem e aceitar um rótulo que todo mundo compreende e respeita, a pessoa se agarra ao segundo.
Assim foi com Maria. Ela não poderia ter outra coisa se não estar deprimida. Com distrofia muscular nos braços e nas pernas, andando em cadeiras de rodas e dependente do seu marido cheio de saúde, o diagnóstico estava pronto só faltando o psiquiatra-psicanalista avalisar, medicar, e explicar como ela deveria melhor se resignar a seu estado depauperado. Mas não foi nada disso que ocorreu.
Na primeira consulta entraram os dois, Maria e seu marido. Era um homem de forte envergadura, vistoso, contrastante com o estado e o aspecto de sua mulher. Começada a entrevista, Maria mal falava, nem mesmo levantava a cabeça. O analista perguntou se ela queria que o marido se retirasse. Ela não respondeu. Ele, o marido, repetiu a pergunta. Frente ao insistente silêncio dela, afirmou o analista: - “Sim, ela quer que o senhor se retire”. Surpreso, ele saiu. Ato contínuo, ela levantou pela primeira vez a cabeça e declarou: - “Doutor, como é que alguém pode estar bem com um traste desses do lado?”. Começou a se queixar do traste que a cansava, pois, medroso de andar sozinho, a forçava a acompanhá-lo em suas visitas de vendedor.
Solicitada a contar a história de seus relacionamentos amorosos, com cara de desalento, explicou que aquele homem era o seu segundo marido e que tinha se separado do primeiro, pelo fato do anterior ser um traste maior ainda. A repetição da nomeação “traste” levou à pergunta se o seu problema não seria a “trastite”, ou seja, a escolha repetitiva de trastes como objetos amorosos. Ela abriu um sorriso radioso de confirmação do sintoma e vontade de falar a respeito. Seu tratamento começou assim, bem distante do sofrimento padronizável.
Moral da história: muitas pessoas se aferram a um sofrimento de alto valor social, para se justificarem em suas dificuldades. Por isso gozam no sofrimento, perdendo a sua singularidade. Cada um de nós chora ou sorri por detalhes irrelevantes aos olhos dos outros. Difícil é reconhecer e sustentar isso.

Artigo publicado na revista IstoÉ Gente, julho de 2014.

quinta-feira, agosto 14, 2014

ESPAÇOS INTERATIVOS



 Minha filha Leticia Genesini lança no próximo dia 1º de setembro seu terceiro livro.
Desta vez não é um livro de poesias, como os dois primeiros. É um livro sobre espaços interativos, tema de sua tese do curso de design no IED Milão (Instituto Europeu de Design de Milão). Ela analisa os museus, concepts stores e fligships.

Nesta quinta-feira teve o pré-lançamento no IED SP, com mesa redonda sobre o livro com a autora, Letícia Genesini e Cintia Lie, especialista em VW e coordenadora da pós-graduação em design de interiores do IED São Paulo.

Agora é partir para o lançamento do livro na segunda-feira, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional - SP
a partir das 18h, dia 1º de setembro.




domingo, agosto 03, 2014

RIR MILLÔR COM OS PORTUGUESES


Millôr Fernandes, homenageado este ano na Festa Literária Internacional de Paraty, publicou uma página de humor no jornal português Diário Popular em plena ditadura, durante quase dez anos.
PÚBLICO – uma publicação multimídia – pediu a portugueses para lerem textos deste pistoleiro da frase curta e paradoxal.
O resultado foi muito bom! Hilário !!!! 

sábado, agosto 02, 2014

A 12ª FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY

FLIP 2014
Cinco dias de imersão literária

Começou na última quarta-feira, 30 de julho, a 12ª Festa Literária Internacional de Paraty, que vai até domingo.
Os ingressos para o maior evento – a tenda dos autores – acabaram nos primeiros trinta minutos de venda, há um mês do início da FLIP. É literalmente uma festa. A cidade fica lotada, todos querem ver e serem vistos. Os escritores são tratados como pop-star – filas gigantescas por um autógrafo, selfies com seu autor favorito, posts no facebook, instagram – cada um vale-se do que tem à mão para fazer parte da festa. E tudo colabora para deixar a festa mais linda: o mar, a lua, as ruas de pedras irregulares, a arquitetura e a história da cidade, os bares, a noite, o jeitinho brasileiro de se aproximar do “artista”, a festa que termina sempre em encontro.
Neste ano, duas novidades: o show de abertura, com Gal Costa, um presente à cidade e ao público, no meio da praça.
O show foi um acontecimento: Gal continua encantando com sua beleza e graça. Mas faltou um brilho, algo que se perdeu. Ouvi-la cantando Baby, Folhetim, Dom de iludir, O amor, Dia de domingo, Força estranha, Gabriela – nos transportou para um tempo e uma voz daquela Gal Fatal que ficou na lembrança.
A segunda novidade: pela primeira vez na sua história, a Festa Literária Internacional de Paraty homenageia um autor contemporâneo e que ainda participou da primeira edição da FLIP, em 2003: Millôr Fernandes.
Millôr morreu em março de 2012, aos 88 anos. Foi jornalista, escritor, ilustrador, dramaturgo, argumentista, tradutor, inventor do frescobol e se definiu como “medalha de ouro no concurso para si mesmo”. Num momento de tanta agitação política, um nome como Millôr vem a calhar. Ninguém como ele criticou com humor a política brasileira e deixou frases que ficarão na lembrança:
“Se é gostoso faz logo, amanhã pode ser ilegal”.
“Uma coisa, pelo menos, é positiva: a violência no mundo inteiro aumentou consideravelmente nosso conhecimento de Geografia”.
“Tristezas não pagam dívidas. Nem bravatas, por falar nisso”.
“Pra fazer uma boa teoria é preciso muita prática”.
“A verdade não é só mais incrível que a ficção como é muito mais difícil de inventar”.
“A verdade é aquilo que sobra depois que você esgotou as mentiras”.
“A vida é incurável”.
A homenagem ao escritor ficou por conta do crítico de arte Agnaldo Farias, que  também inovou: em vez de fazer uma conferência sobre o homenageado, analisou uma série de desenhos, caricaturas, colagens e pinturas de Millôr. Em seguida, um bate-papo com Jaguar – um dos fundadores do Pasquim – e os humoristas Hubert e Reinaldo – do grupo “Casseta & Planeta”. Faltou animação nessa roda, faltou Millôr.
A lista dos convidados para a programação principal é extensa e composta por escritores, jornalistas, cineastas, fotógrafos, arquitetos, pensadores brasileiros e estrangeiros. Dentre os convidados, Paulo Mendes da Rocha – prêmio Pritzker de arquitetura em 2006 – traz um olhar especial acerca da cidade. “Estamos aqui para ocupar os espaços de modo transgressor, se possível”; vê a cidade como sedução espacial. Freud, em “O Mal-estar na civilização” fala da inadequação entre o homem e o mundo. Paulo insiste que a arquitetura tem como base essa inadequação, o conflito. Em sua conferência na quinta-feira, Mesa 4 da Tenda dos Autores, falou sobre a importância de convivermos com o conflito, que nisso está a maravilha da cidade e que progresso nenhum anulará esse conflito. Foi a melhor conferência desse dia da FLIP.
Outro convidado que vai chacoalhar as opiniões a respeito da comida é o jornalista americano e professor de Berkeley, Michael Pollan, que escreveu um livro para dizer “Coma comida. Não em excesso. Vegetais, sobretudo”. Cacá Diegues, Edu Lobo, Fernanda Torres vão falar sobre cinema, música e literatura. Muitos outros escritores disputarão os aplausos e listas de autógrafos, nessa festa que promete trazer mais público que as anteriores. A programação completa da FLIP pode ser consultada aqui: http://www.flip.org.br/flip2014.php
Qual será o resultado dessa jornada literária? Frequentei quase todas as edições, em muitas fiquei em êxtase, e em outras me aborreci profundamente com os mediadores – ora por sua limitação, ora por quererem aparecer mais que o escritor convidado.
A FLIP é sempre uma surpresa, sempre vale a pena.
E, como disse Jorge Forbes, “por tudo isso, e mais, vou à FLIP, até se for para não gostar. Aprende-se muito quando se tenta explicar a discordância”.