terça-feira, setembro 06, 2005

VOCÊ QUER O QUE DESEJA?

Gosto de ter sempre à mão os livros que gosto. Tenho meus livros de cabeceira, os livros mais recentes que ainda estou namorando, os livros que estou lendo, aqueles que estou estudando, uma pilha de livros. Às vezes lembro de alguma coisa interessante e busco o livro para reler e descobrir outras coisas nele.
Livros são muito caros para mim. Gosto de apreciar a textura do papel, o tipo de letra, gosto de sentir o livro. Meus livros podem ser lidos em minha casa, não empresto pra ninguém.
Gabriel, um amigo de Letícia, que quero bem, gostava de ler um livro de Buñel: Meu Último Suspiro (um presente de Ruy Messias). Disse a ele que não deixava que ele levasse o livro com ele mas sempre que viesse em casa podia continuar a leitura. Por quase um ano ele leu partes desse livro em casa. No aniversário dele do ano passado resolvi comprar um exemplar desse livro pra ele. Estava esgotado. Consegui encontrar num sebo um exemplar muito bem cuidado e Gabriel ficou muito feliz com o presente.
Tenho ciúmes dos meus livros. Gosto de sublinhar o texto, fazer anotações, interagir com o livro.
Hoje, relendo VOCÊ QUER O QUE DESEJA, resolvi publicar aqui alguns pensamentos profundos que sublinhei de leituras anteriores:
Cada um deve ser responsável por sua paixão.
Temos que nos dar conta de que o desejo é sempre surpreendente. Para melhor ou para pior.
O desejo humano é antagônico às soluções de "todo mundo tem de", às soluções totalitárias.
"Não se explique, não se justifique". Essa máxima não convida à tirania, nem à arrogância. Diz, simplesmente, do preço que se paga quando se ousa sair do esperado da ordem unida.
O fantasma é coletizável, o sintoma é singular. Por isso é que o resultado, o resto de uma análise, é um sintoma, um saber fazer, um estilo singular.
A felicidade é uma responsabilidade humana. Não é para os covardes.
Não podemos esperar que nossa decisão seja compreendida. Porque, se fosse compreendida, ela seria razoável, e aquilo que é razoável não é decidido no risco. Normalmente, aquilo que é razoável é chato. E aquilo que é decidido é apaixonante. A decisão se decide na paixão. Decisão e paixão estão juntas.
O objetivo da analise é captar as palavras capazes de tocar e modificar o corpo do analisando.
A psicanálise está sempre lembrando, a cada momento, que o mundo é incompleto e que há um sujeito que tem que se responsabilizar por isso.
Já não se faz análise para resolver os impasses do desconhecido através de um saber. A análise permite uma maneira diferente de lidar com o que não sabemos.
Ah, mas não é nada fácil o exercício da expressão do querer. A pergunta: "Você quer o que deseja?" é uma das mais difíceis de responder. Por isso você está lendo este livro. Continuemos.

Este livro de Jorge Forbes é mesmo muito bom. Vou continuar lendo....

Vai aqui pra completar, uma música do Cole Porter, numa versão de Carlos Renó, com Chico Buarque e Elza Soares. MARAVILHOSA!!!!

Façamos (Vamos Amar)

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