terça-feira, dezembro 25, 2012

CD NASCI PARA BAILAR 2012 / 2013

O CD Nasci para Bailar deste ano já está sendo entregue aos amigos do blog.
Composto por músicas selecionadas entre as postadas durante o ano de 2012, aqui no blog, contei com a ajuda incondicional de Juju (Juliana Juliano) e de Guto Lacaz, que faz a arte de cada edição do CD.

Eis aqui o resultado:





O motivo da escolha de cada música é muito especial. Cito algumas:

Faixa 1) Coisa tão pequena - poema de minha filha Letícia (Poesia) musicada por meu sobrinho Felipe e produzida pelo amigo querido Luiz Felipe Forbes. Interpretada por Felipe Gomes e coro de Graziela Gomes. O clipe está disponível no Youtube e foi postado aqui no blog.
Para ver de novo é só clicar: Coisa tão pequena

Faixa 2) O xote das meninas e Asa Branca (faixa 22) - em comemoração dos 100 anos de Luiz Gonzaga.

Faixa 3) Esse cara sou eu - música do último CD de Roberto Carlos - não podia deixar de fazer parte desta seleção. É "a música do momento".

Faixa 7) Blue Velvet - do último CD gravado por Tony Bennet, com interpretação deliciosa de Maria Gadu. Esse CD acaba de sair nas lojas !

Faixa 8) Juracy - homenagem ao grande sambista Roberto Silva, que faleceu em 2012.

Faixa 9) Não se esqueça de mim - belo dueto de Nana e Erasmo Carlos, em homenagem aos 50 anos de estrada de Erasmo neste 2012.

Faixa 10) Blue moon - em lembrança às belas noites de lua cheia de 2012 !

Faixa 11) Samba da bênção (Samba Saravah) - lembrando do filme UM HOMEM E UMA MULHER, após uma entrevista de Pierre Barrouh no GNT, citado aqui no blog.

Faixa 12) Elegia - uma homenagem á mulher, numa versão dos irmãos Campos, de um poema de John Donne.

Faixa 13) Mais que a lei da gravidade - o desejo que nos move. E porque Teresa Cristina e Paulinho da Viola nunca podem faltar nesse CD.

Faixa 14) Folhetim e Teresinha (faixa 16) - duas faces da mulher.

Faixa 15) You don't bring me flowers - sobre um grande amor. Essa música marcou uma apresentação de um caso clínico que fiz no IPLA.

Faixa 17) Love me do - aniversário de 50 anos do lançamento do primeiro singles dos Beatles.

Faixa 18) - Fogo e paixão - lembrando de Wando, que faleceu em 2012, e suas músicas que embalaram muitos bailinhos na minha juventude.

Faixa 19) - Deixa eu te amar - um samba bom para bailar !

Faixa 20) Singing in the rain - aniversário de 60 anos da estréia desse filme.

Faixa 21) Despedida - do CD de Teresa Cristina + Os Outros cantando Roberto Carlos, lançado para este Natal. Não podia deixar de fazer parte desta seleção e fecha o CD com chave de ouro!

Espero que curtam e bailem muito com o CD deste ano.

Feliz 2013 !!!

sábado, dezembro 22, 2012

ENTÃO É NATAL


A newsletter de natal do IPLA está muito boa! vejam os textos:

Frases de natal - por Jorge Forbes

Sobre o amigo secreto - por Claudia Riolfi

As lágrimas de Obama - por Alain Mouzat

Feliz Natal, para quem? - por Liége Lise

Escolhi o texto de Jorge Forbes para deixar aqui no blog.

Feliz Natal !!!!


Nostalgia é o fermento dessa festa, como o futuro o é do Réveillon 


E então é Natal A árvore enfeitada, a rua apressada, o trânsito congestionado, as luzes, As listas de compras, dos grandes e dos pequenos, a Vinte e Cinco de Março, o endereço tropical do Papai Noel, A disputa dos jantares e a disputa por um jantar. A pergunta que se repete: - “Você vai passar aonde?; não quer vir na minha casa? Venha depois, traga quem você quiser”. O desespero dos perus e dos pessegueiros.

 Os pais lembrando aos filhos que o importante é o espírito de concórdia do renascimento do amor no presente; os filhos mais interessados na matéria do presente. O prato quentinho para o vigia da rua. A gratificação surpresa para o bom funcionário.

E então é Natal. O abraço doído no ex-amigo, a lembrança querida de tantos outros, em outros natais. A surpresa de alguém novo à mesa. A aula de como funciona o brinquedo, o computador, como antes se dava aula de como andar na bicicleta, ou na perna de pau. Nostalgia é o fermento de todo Natal, como o futuro o é do Réveillon.


E então é Natal. A família reunida, em encontro de recadastramento: “- Você mudou de emprego?” “- Ainda mora naquele bairro?” “- Nossa, quatro filhos, e um padre!” “- Não, o bolo de Natal de minha mãe não era exatamente assim, mas o seu está muito bom, não importa”. “- Mudou de colégio? Por quê? Ele parecia tão bem lá... É, mas é duro mesmo, eu te compreendo”. “- Casou de novo? Ai”.


E então é Natal. Em cada embrulho uma esperança de que a pessoa mais próxima descubra o número de sua camisa, de seu vestido, de seu sapato, enfim, do seu corpo. E nem sempre ela descobre. Tem aquele da suma gentileza que presenteava sua mãe todo ano com um vestido que ele mandava antes trocar a numeração pelo eterno 42, para ela se achar jovem, magra e... se achar. Tem também o presente repetido, sempre velho pão amanhecido duro a engolir. Tem. Tem muita ilusão desfeita, a partir de meia-noite, que nem a melhor reza evita a briga. O prudente se despede logo depois da benção do galo.


E então é Natal. É música repetida, muitas em inglês, de Bing Crosby a John Lennon. É a permissão de ser criança, de se deslumbrar, de se encontrar, na certeza que de novo só no próximo Natal. É tanta coisa esse Natal! É um sentimento indefinido de trégua em redor a uma só estrela. É momento de disfarce do rico que se faz de pobre, do pobre que se faz de rico, em metáfora imperfeita de um Deus na manjedoura, presenteado por pobres reis.


E então é Natal. É pompa e circunstância, mais circunstância que pompa. É convívio de alegria e dor. É retorno que sempre escapa, é berço de sonho.
E então, porque é Natal, feliz, um feliz Natal.



Jorge Forbes
(Publicado, originalmente, na revista WELCOME Congonhas, dezembro de 2007)

quinta-feira, dezembro 13, 2012

LUIZ GONZAGA - CENTENÁRIO DO REI DO BAIÃO

Hoje é o centenário de nascimento de Luiz Gonzaga - o rei do baião. Quem não dançou ao som do seu baião? Quem não cantou Asa Branca? E o refrão: ela só quer, só pensa em namorar .... ? É o mestre de Caçulinha e de muitos outros. Vamos curtir um pouco da sua música!

domingo, dezembro 09, 2012

A Psicanálise, a mulher, a interpretação: Françoise Dolto - por Jorge Forbes


O encontro com um psicanalista não é sem consequências. Vejam este belo relato de Jorge Forbes:



O que vou lhes contar ocorreu na Maison Verte, instituição parisiense de acolhimento de crianças de zero a três anos, criada pela psicanalista Françoise Dolto. Quando na juventude de minha formação psicanalítica, tive a oportunidade de passar algumas tardes naquele local, acompanhando o trabalho de Dolto, já, então, ícone da psicanálise dita infantil.
 Em uma tarde, um casal relativamente jovem chegou para a consulta com cara de desespero. Traziam um bebê nos braços, o qual aparentava uma fraqueza importante. Deveria ter uns três ou quatro meses de vida.
 Dolto, cheia de atenção vigilante e afetuosa, ficou sabendo dos pais que ao desespero diante da criança que não comia, razão por estar esquálida, somava-se a preocupação com o desemprego do pai, a sobrecarga da mãe, e as contas que não fechavam no mês.
 Assisti, em seguida, Françoise Dolto se dirigir diretamente ao bebê, sem qualquer atenção ao fator compreensão, e lhe explicar, olhos nos olhos, que ela, Dolto, entendia muito bem que ele não quisesse comer, uma vez que sua chegada poderia ser pensada como em má hora, e que o melhor talvez fosse desaparecer. Contestou, no entanto, afirmando que ele estava enganado, pois sendo tão querido e esperado, sua morte precoce retiraria dos seus pais o único efetivo alento naquele momento difícil de vida. E assim se despediu dos três – filho, mãe e pai – marcando um retorno para a semana seguinte. Quando saíram, Dolto me disse: “Você vai ver só o que vai acontecer”.
 No segundo encontro, confirmando a previsão da analista, eram outras pessoas que estavam ali. O bebê estava comendo, e bem.
 Ao final do atendimento, a doutora me falou: “Você viu como os bebês falam? Você viu a prova?”. Aí, para mim, foi demais. Com a delicadeza devida, contestei que não era que bebês falassem, mas que – como Lacan havia demonstrado no estádio do espelho... – ao falar com o bebê, ela estava realmente falando a seus pais que, por conseguinte, tinham mudado sua posição e possibilitado a alteração sintomática.
 Dolto não me deixou avançar muito em minha peroração: “Sim, sim – me retorquiu – eu também conheço o ‘seu Lacan’ e bastante bem. Além de companheiros de toda uma vida, somos mesmo muito amigos. Agora, que ele o diga com o espelho, é interessante, quanto a mim, digo e mostro – como você viu – que os bebês compreendem e sabem falar”.
 Pano rápido.


(Jorge Forbes)

segunda-feira, novembro 26, 2012

DO CREPÚSCULO AOS 50 TONS

Escrevi esse texto para o site do IPLA e quero compartilhar com os leitores do blog:
Sem rigor literário e lotados de clichês, Crepúsculo e Cinquenta tons de cinza lideram as listas dos livros mais vendidos. Busca por soluções antigas para resistir a um mundo sem padrões determinados ajuda a explicar o interesse do público pelas obras 
 A saga Crepúsculo, de Stephenie Meyer, e a trilogia dos Cinquenta tons de cinza, de E.L. James, atraem leitores mundo afora explorando temas muito conhecidos: amor, virtude, libertinagem, masoquismo. Apesar de nenhuma das obras ser reconhecida pela qualidade literária, Cinquenta tons de cinza já vendeu mais de 40 milhões de exemplares em 37 países, e Crepúsculo já ultrapassou os 43 milhões –  é um dos 10 livros mais vendidos dos últimos 50 anos, à frente de “clássicos” dos best sellers, como E o vento levou e O Diário de Anne Frank.
Como literatura de má qualidade consegue atrair tanta gente? Em 1748, muitíssimo antes do surgimento das listas dos mais vendidos, Denis Diderot publicou As joias indiscretas, e escandalizou a França com uma sátira sobre a sociedade da época, especialmente sobre os costumes libertinos. Mais tarde, em 1787, Marquês de Sade, com Os infortúnios da virtude, marcou a literatura com um novo erotismo. As obras mostravam o que falha na relação entre homem e mulher, e que não há entendimento entre os sexos, que não há completude – o que Lacan chama: “não há relação sexual”.
Séculos depois, na era do best seller, a saga vampiresca de Crepúsculo lidera as vendas mostrando justamente o contrário – que os pares se completam, que há uma harmonia entre os sexos. Há um culto à virgindade, ao sexo após o casamento, à maternidade como a coroação da vida conjugal – ou seja, um novo moralismo. Já Cinquenta tons de cinza traz “pornô para mamães” ao mostrar o relacionamento de uma jovem universitária virgem e um bilionário sadomasoquista.
Espicaçados sem piedade pela crítica especializada, os dois livros são mal escritos e cheios de clichês.  Mas voltando à pergunta inicial: o que produz tanto sucesso? Uma possível resposta seria a avidez por produtos de consumo rápido, sem crítica, ligados a um universo infantilizado, a uma literatura mais imediatista. Quase uma versão literária do fast food. No caso dos Cinquenta tons, as leitoras se identificam com a mulher objeto de desejo e se deslumbram com a figura masculina que seria o príncipe encantado viril e perverso. Quanta contradição com os novos tempos! Afinal, os homens se tornaram mais femininos, menos provedores e mais frágeis.
Será que o medo e a insegurança provocados por essa mudança do mundo hierarquizado e com padrões rígidos para um mundo horizontalizado e sem padrões determinados poderia levar a um retrocesso, e a uma busca por soluções antigas e remédios conhecidos, como Crepúsculo eCinquenta tons? Esperemos que não e que frente ao novo saibamos arriscar e, por favor, apostar em literatura de melhor qualidade.
Para ler no site do IPLA clique aqui.

terça-feira, novembro 20, 2012

FAMÍLIA DE ARTISTAS


um poema de Leticia Genesini musicado por Felipe Gomes e produzido por Luiz Felipe Forbes.
 Lindo !!!

domingo, novembro 11, 2012

SALVE PAULINHO DA VIOLA - 70 ANOS

Neste 12 de novembro Paulinho da Viola, a quem considero o maior sambista brasileiro, completa 70 anos. Adoraria ve-lo num novo show, ouvir un novo CD /DVD dele.
Enquanto isso não vem vamos curtindo o que ele já fez. 

A melhor interpretação de Nervos de Aço:



 E com Teresa Cristina, uma de suas melhores intérpretes:

sexta-feira, outubro 19, 2012

IPLA ANUNCIA NOVO SITE E NEWSLETTER SEMANAL



O Instituto da Psicanálise Lacaniana está de parabéns pela sua iniciativa: um novo site que traz quatro editorias - Acontece, Educação, Sociedade e Saúde.
Os psicanalistas não só escutam, mas dizem o que pensam e como leem o mundo. Uma importante contribuição, que abre um diálogo com o mundo: O MUNDO VISTO PELA PSICANÁLISE.

Eis aqui a primeira newsletter: Edição Nº 1

E o novo site: www.ipla.com.br 

PARABÉNS !!!

terça-feira, outubro 16, 2012

UM AMIGO PARA O FIM DO MUNDO

Vi o filme SEEKING A FRIEND FOR THE END OF THE WORLD  - uma comédia romântica ideal para um vôo diurno Paris - São Paulo.

É sempre bom encontrar o amor, nem que seja no último dia - o dia do fim do mundo.

A trilha sonora é ótima e termina com essa música de Burt bacharach. Viaje com ela:


You see this guy, this guy's in love with you
Yes I'm in love who looks at you the way I do
When you smile I can tell we know each other very well

How can I show you I'm glad I
got to know you 'cause
I've heard some talk they say you think I'm fine
Yes I'm in love and what
I'd do to make you mine
Tell me now is it so don't let me be the last to know
Find more similar lyrics on My hands are shakin' don't let my heart keep
breaking 'cause
I need your love, I want your love
Say you're in love, in love with this guy, if not I'll just die

Tell me now is it so don't let me be the last to know
My hands are shakin' don't let my heart keep breaking 'cause
I need your love, I want your love
Say you're in love, in love with this guy, if not I'll just die

E se ficou curioso pelo filme, veja o trailer:

quinta-feira, outubro 11, 2012

AMOUR


Jean - Louis Trintignant, que nos fez sonhar ao som da música brasileira em UM HOMEM E UMA MULHER, ganha a Palma em Cannes - 2012, aos 81 anos, com o filme AMOUR

quarta-feira, outubro 10, 2012

UMA SEMANA EM PARIS


Passar uma semana em Paris é sempre uma ótima opção.
Desta vez fui para o Congresso de Psicanálise da Escola da Causa Freudiana de Paris e aproveitei para rever amigos queridos e curtir um pouco a cidade, que apesar da chuva, tem sempre bons programas.

Para começar bem a temporada, jantar no restaurante Ma Bourgogne, do meu amigo Aimé - na Place des Voges, desde 1807, um lugar de referência em Paris. Com certeza, o melhor Steak Tartare da cidade, preparado pelo próprio Aimé, Com entrada de foie gras regado a champagne, muita conversa e boas risadas, sempre em companhia de Maguy. Um excelente começo !





Fico sempre em Saint-Germain des Prés e aproveito as facilidades do quartier: FNAC, livrarias - em especial LA PROCURE, em Saint Sulpice, Le Bon Marché - onde me esbaldei na papelaria, os cafés e mil lojinhas e espaços de arte, Cashmere Bompard, lugares deliciosos para comer, o parque JARDIN DU LUXEMBOURG, as docerias, hum ....

Fazer esses passeios bem acompanhada de alguém que conhece os melhores lugares e tem as melhores dicas, é tudo de bom !


 




Um de meus lugares preferidos para comer, no 6ème, é o restaurante LA CALECHE - na Rue de Lille, 8 - quase em frente do histórico consultório de Jacques Lacan. Porém, não é fácil: está sempre cheio e se você chegar alguns minutos depois das 14h não será recebido para o almoço - nesse caso é melhor voltar para o jantar. Foi o que fiz nessa temporada e foi um excelente programa. Com Miguel, filho do Zé Adolpho - amigo de velhos tempos de Itapetininga - de quem já aluguei seu apartamento em Montmartre num janiero maravilhosos que passei ali. Fica aqui a dica - quando vem de férias para o Brasil ele costuma alugar o apto, que é uma graça !

Bem, os museus de Paris são outra experiência à parte.

Logo de inicio fui ao museu Jacquemart-André visitar a exposição CANALETTO - GUARDI - os dois mestres de Veneza. Veja o video da exposição. MARAVILHA !!!!!!!!!!!!!!!!


Musée Jacquemart-André - Exposition... di culturespaces


Bom, como tinha que ir pra Milão, não pude conferir a grande exposição que abria hoje no Grand Palais: HOPPER. Mas fica até janeiro de 2013 - de repente ainda dá ....

Veja aqui o link da exposição - de repente você vem também ....

E curte tudo isso e muito mais. Paris é divina !!!

sexta-feira, outubro 05, 2012

UM ANO SEM STEVE JOBS


Hoje, no  aniversário de um ano da morte de Steve Jobs, a APPLE lançou uma homenagem ao seu criador. Vale a pena ver o vídeo e ler a carta de Tim Cook, atual CEO da APPLE.


A message from Tim Cook, Apple’s CEO.


Steve’s passing one year ago today was a sad and difficult time for all of us. I hope that today everyone will reflect on his extraordinary life and the many ways he made the world a better place.

One of the greatest gifts Steve gave to the world is Apple. No company has ever inspired such creativity or set such high standards for itself. Our values originated from Steve and his spirit will forever be the foundation of Apple. We share the great privilege and responsibility of carrying his legacy into the future.
I’m incredibly proud of the work we are doing, delivering products that our customers love and dreaming up new ones that will delight them down the road. It’s a wonderful tribute to Steve’s memory and everything he stood for. -

 Tim

quinta-feira, outubro 04, 2012

LOVE ME DO - 50 ANOS


Amanhã, 5 de outubro - aniversário de 50 anos da primeira música gravada pelos Beatles.
No dia 5 de outubro de 1962 era lançado na Grã-Bretanha "Love me do", o primeiro single dos Beatles que foi logo para a  17ª posição das paradas britânicas, o primeiro sucesso desse grupo que marcou o século XX.


sábado, setembro 22, 2012

JORGE FORBES E A PSICANÁLISE DO SÉCULO XXI

  Quem vai procurar uma análise, hoje, não pode esperar ter um conhecimento ajustado para garantir uma ação. Ao contrário, tem que modificar a sua relação com a ansiedade de não ter o conhecimento ajustado para garantir uma ação. Ou seja, a vida do homem ‘desbussolado’ (como costumo dizer), do homem do século XXI, é uma vida com contrato de risco e não com contrato de garantia. Nós saímos de um mundo menos criativo e mais garantido, que era o mundo moderno, e entramos no mundo pós-moderno, que é menos garantido e mais criativo. Esse mundo pós-moderno atual, mais criativo e menos garantido, necessita de um psicanalista que funcione além do Complexo de Édipo, além das significações e que possa fazer com que o seu paciente, no laboratório que é a psicanálise, possa tomar decisões arriscadas e criativas e por elas se responsabilizar. A diferença, portanto, é de 180 graus (Jorge Forbes)

Em entrevista ao portal Minas Saúde, Jorge Forbes fala sobre seu novo livro e a Psicanálise do Século XXI.


Leia a entrevista na íntegra - clique aqui.

sexta-feira, setembro 21, 2012

domingo, setembro 16, 2012

INTOCÁVEIS - O FILME - COMENTÁRIO DE ALAIN MOUZAT

  Meu amigo Alain Mouzat me enviou um comentário sobre o filme INTOCÁVEIS. Gostei muito, pois agregou informações importantes, que transcrevo aqui:



  Algumas precisões:  o filme é um pouco diferente do livro: o contratado, no filme, não é imigrante argelino, mas um simpático africano.
 A inteligentsia francesa reclamou dos clichês e preconceitos do filme ( os americanos falaram de racismo) e particularmente do esvaziamento da questão social. Foram poucos - entre os "intelectuais" - que não se fizerem de rogados (c.  doce) para curtir o filme. Vale a pena ver os debates numa página do Liberation: - clique para ler 

Para responder às críticas nada melhor que a  entrevista a respeito do filme da " personagem real" da história: Clique para ler a entrevista.

 Concordo com você : o tratamento " sem compaixão" que  o cuidador aplica sem se fundamentar em nenhum discurso, não dando ao seu paciente piedade e compreensão, mas emprestando-lhe consequências a título de efeitos, injeção de libido, é exatamente a orientação que Jorge Forbes deu no leme " desautorizando o sofrimento" que norteia nossa clínica do Genoma.

O filme é sem dúvida um conto de fadas, uma ficção, mas quem diz que a ficção não captura às vezes algo do real, tanto quanto os discursos " sérios".

Deixem para lá os blasés, não pechinchem o seu prazer, curtam os Intocáveis!

Obrigada, Alain, por sua grande colaboração !!!

sábado, setembro 15, 2012

INTOCÁVEIS - O FILME (INTOUCHABLES)


Dirigido pela dupla Olivier Nakache e Eric Toledano, "Intocáveis" é um filme  baseado no livro O SEGUNDO SUSPIRO, que conta a história de Philippe Pozzo di Borgo, aristocrata parisiense tetraplégico que contratou um imigrante argelino como seu cuidador. É uma boa mostra de como inventar uma nova vida depois de um  encontro com o real. Sem compaixão, mas com muito humor, o argelino faz uma bela parceria com Philippe, que, por sua vez, não cede à resignação.



Vale ver ! É um exemplo da tese que desenvolvemos no Prjeto Genoma, no Centro de Estudos do Genoma Humano - USP: DESAUTORIZANDO O SOFRIMENTO PADRONIZADO. Nesse trabalho, dirigido por Jorge Forbes e Mayana Zatz, pacientes portadores de distrofia muscular e familiares são atendidos por tratamento psicanalítico com o objetivo der retirar o vídeo RC - resiginação por parte do doente e compaixão por parte dos familiares - que congelam o paciente numa posição sem saída. Com o tratamento espera-se que uma nova forma de lidar com esse encontro com o real seja inventado. E os resultados obtidos tem sido excelentes!

quinta-feira, setembro 13, 2012

INTIMIDADE RENOVADA


Cirurgia íntima avança entre as mulheres, que apostam no procedimento para se sentirem mais sensuais e confiantes

Operações plásticas há tempos fazem parte do arsenal estético feminino. Porém, silicone para aumentar os seios, cirurgia para suavizar rugas e lipoaspiração para definir a silhueta já não bastam; a estética vaginal, ou cirurgia íntima, é a nova febre do momento. Nos EUA, foram realizados mais de 1,5 milhão de procedimentos do tipo; no Reino Unido, 1,2 milhão. No Brasil, a Folha de S. Paulo informou que o número de cirurgias íntimas aumentou 50% nos últimos dois anos.

Afinal, o que quer uma mulher? A célebre pergunta de Freud em carta a Marie Bonaparte poderia ser transposta para as adeptas das cirurgias íntimas. Segundo a imprensa, as mulheres que procuram o procedimento sentem-se melhores, mais seguras, mais bonitas e mais sexies. A intimidade renovada pelo avanço da tecnologia!

Porém, a cirurgia íntima não é novidade. Marie Bonaparte, no final dos anos 1920, foi a primeira a submeter-se a essa operação. Mas talvez a motivação não fosse a mesma de hoje. A preocupação dela era tratar da frigidez que a atormentava. Acreditava que diminuindo a distância entre o clitóris e a vagina o orgasmo seria mais fácil.

E as mulheres de hoje querem prazer ou parecer mocinhas? Ou ambos? Será que as fãs da cirurgia íntima, assim como as histéricas, querem sempre mais, sofrem de um desejo que nunca é satisfeito? Será que uma vagina novinha garantiria o rejuvenescimento, a sensação de ser uma garotinha outra vez? Seriam as adeptas da cirurgia íntima uma versão feminina do “adolescente cinquentão”?

Ambos, a garotinha e o adolescente cinquentão, querem mais do sexo. Porém, precisamos lembrar que a intimidade de uma pessoa vai muito além da sua nudez ou do aspecto de seus órgãos sexuais: é aquilo que cada um traz de mais estranho em si, aquilo de que não escapa. Lacan chamava “meu íntimo” de “meu êxtimo” – o externo que habita em mim. Nas palavras de Jorge Forbes: “Podemos nos livrar de muita coisa na vida, mas não da gente mesmo, em especial desse ponto íntimo desconhecido, promotor de nossas paixões, essa força estranha vivida na sensação do “mais forte que eu”.

Em uma análise, o psicanalista opera como um cirurgião incidindo precisamente nos pontos nodais do sujeito, no sintoma do paciente. Esse ato provoca uma mudança de posição na vida do analisando, uma nova forma de lidar com suas questões e com seu sofrimento, que exige invenção e responsabilidade (IR). Assim, as mulheres que desejam se sentirem mais seguras com o auxílio da cirurgia íntima poderiam se questionar quanto aos efeitos que a psicanálise poderia operar em suas vidas.

autoria:Teresa Genesini e Elza Macedo

terça-feira, setembro 04, 2012

quinta-feira, agosto 23, 2012

CENTENÁRIO DE NELSON RODRIGUES


Há 100anos, em 23 de agosto de 1912, nascia esse grande jornalista, escritor, dramaturgo que desvendou a alma humana como poucos.
Suas peças de teatro são atuais e suas histórias falam da vida como ela é - em sua visão de anjo pornográfico:

"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico."


Clique aqui para ler sua biografia.  

Algumas de suas jóias em frases:

  Amar é ser fiel a quem nos trai.

O homem começa a morrer na sua primeira experiência sexual.

A pior forma de solidão é a companhia de um paulista.

Toda unanimidade é burra.


Deus prefere os suicidas.

A morte é anterior a si mesma.

A cama é um móvel metafórico.

Não há mulher bonita feliz.

Só os imbecis têm medo do ridículo.

Só os profetas enxergam o óbvio.

O brasileiro é um feriado.

Só acredito em amor que chora.

O ser humano, tal como o imaginamos, não existe.

A multidão foi inventada pelo FLA-FLU.

Todo tímido é candidato a um crime sexual.
O amor é a arte do lazer. O amoroso precisa de tempo.

domingo, agosto 19, 2012

CAFÉ FILOSÓFICO COM PSICANÁLISE: "VELHICE PRA QUE TE QUERO?"


A psicanálise tem algo a dizer sobre a velhice nos tempos atuais.
Veja o que diz Jorge Forbes nesse Café Filosófico apresentado pela TV Cultura:

terça-feira, agosto 14, 2012

PRAS CABEÇAS - ANTONIO PRATA


Excelente a análise de Antonio Prata, sobre as Olimpíadas de Londres 2012, no jornal FOLHA DE S.PAULO desta terça-feira. Leia a matéria na íntegra:

"Nunca tantos deveram tanto a tão poucos", disse Winston Churchill sobre os pilotos ingleses, na Segunda Guerra Mundial. "Nunca tantos perderam tanto por tão pouco", digo eu, sobre os bravos guerreiros brasileiros que nos representaram nesta Olimpíada.

Foi um tal de ouro virando prata, prata virando bronze e bronze virando nada, na última hora, que é o caso de nos perguntarmos se não há, por trás de todas essas frustrações, um traço comum. Seria apenas azar ou sadismo dos deuses a queda de Diego Hypólito, o vento de Fabiana Murer, o bronze do Cielo, o "apagón" diante do México e a perestroikada que os russos nos deram no vôlei, quando ganhávamos por dois a zero e já tinha brasileiro (eu) gritando "é glas'nós't na fita!"?

Só Nelson explica, meus caros, Nelson Rodrigues e seu imorredouro diagnóstico do nosso complexo de vira-lata.

O patrício pode ser alto, forte, rico, talentoso, pode ter treinado como um chinês e ter médias de americano, mas na hora do vamos ver, quando o juiz apita, quando corre em direção à linha, quando flexiona as pernas para dar o salto, ele se enxerga banguela, desnutrido, desassistido; ele fraqueja.
É por isso que, pensando na Copa de 2014, na Olimpíada de 2016 e no futuro da nação, venho aqui propor ao governo a criação do Ministério da Psicanálise: pois de nada adianta gastarmos bilhões em infraestrutura se não sanearmos os subterrâneos da alma nacional.

O leitor consciente e politizado dirá que não faz sentido abrir mais um ministério, aumentar o funcionalismo e a burocracia, dar mais cargos ao PMDB etc. Concordo. Peguemos então um ministério que já exista e troquemos sua função. O Ministério da Pesca, por exemplo. A Dilma assina um decreto e os funcionários daquela pasta passam, como Simão, depois de encontrar Jesus, a ser "pescadores de homens".
Na chefia, sugiro uma mulher, porque elas não são frouxas, como nós --basta ver de que maneira o time de Neymar digeriu o gol do México e de que forma a equipe de Jaqueline reagiu ao set perdido pros Estados Unidos. Indico, como ministra, a psicanalista e colunista deste jornal, Ana Verônica Mautner, que além de mulher é húngara, povo que pode ser acusado de muitas coisas (não sei quais, essa é só uma frase de efeito), menos de refugar na hora do salto.

O Ministério da Psicanálise vai descobrir as raízes profundas de nossa viralatência. Vai fazer com que o brasileiro e, mais ainda, o atleta brasileiro, que é antes de tudo um forte, enxergue no espelho uma imagem digna de sua grandeza. Ele merece, nós também. Afinal, pode ser doce morrer no mar, Caymmi, mas morrer na praia é amargo pra caramba.

Link para o artigo na FSP - clique aqui

quarta-feira, agosto 08, 2012

UMA HISTÓRIA PARADOXAL - SOBRE AUTISMO


No livro Um Antropólogo em Marte, o Dr. Oliver Sacks relata o caso de Temple Grandin, uma autista singular. Conheça essa mulher que, na infância, não tinha perspectiva de um desenvolvimento normal, mas conseguiu se tornar PhD em biologia.


Fiz um resumo desse livro cuja leitura me encantou,tanto pela narrativa quanto pela história de Temple Grandin - uma autista que inventou uma nova forma de lidar com seu acaso e pode incluir no mundo sua singularidade.

Clique para ler o texto na íntegra.

domingo, agosto 05, 2012

A ANÁLISE, SUAS ESCANSÕES E SEUS IMPASSES


Inscreva-se já!



De 6 de agosto a 1º de outubro, o IPLA realiza o terceiro curso de “enfim, A PSICANÁLISE NO DIVÃ!”.
Sob a coordenação geral de Jorge Forbes, analisa as complicações que podem surgir no decorrer da análise, os riscos, os erros e os acertos do analista lacaniano.

Fundamental para quem deseja aprimorar a práticaclínica, buscar aplicações da Clínica do Real para outras áreas de atuação, ou, simplesmente, quer conhecer melhor o processo da análise lacaniana.
O curso está disponível nas modalidades presencial e on-line.

Sempre às segundasfeiras, das 20h30 às 22h30, ou, a partir das 19h00 para os alunos da modalidade presencial.
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Confira o site do IPLA: www.ipla.com.br

domingo, julho 29, 2012

CARMEM - NA ARENA DI VERONA




O festival Arena di Verona - Itália está em sua 99ª edição neste ano de 2012.
É o segundo ano que compareço e fico sempre encantada.No ano passado vi Nabuco, di Verdi, cujo tema musical principal é VA PENSIERO. Clique para ver o post aqui no blog. 

Neste ano fui com Letícia à Verona para assistir  Carmem. Verona, durante a temporada de ópera, é sempre uma festa. Depois que você vai a uma temporada não consegue mais deixar de ir.

A programação deste ano pode ser conferida aqui.

Carmen é uma ópera em quatro atos do compositor francês Georges Bizet, com libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy, baseada na novela homônima de Prosper Mérimée. Estreou em 1875, no Ópera-Comique de Paris.


A ópera Carmem, na Arena di Verona, na noite de sexta-feira, 27, foi espetacular. Parabéns ao elenco e ao Maestro Julian Kovatchev !
O elenco dessa  noite era outro, mas vale ver este vídeo, também sob a regência do Maestro Kovatchev para se ter uma idéia do que foi a festa esta noite: inesquecível !




Habanera - é a área cantada nessa parte da ópera - uma canção de amor.

A letra no original :

L'amour est un oiseau rebelle
Que nul ne peut apprivoiser
Et c'est bien en vain qu'on l'appelle
S'il lui convient de refuser

RIen n'y fait, menace ou prière
L'un parle bien l'autre se tait
Et c'est l'autre que je préfère
Il n'a rien dit mais il me plaît

L'amour (x4)

L'amour est enfant de bohème
Il n'a jamais jamais connu de loi
Si tu ne m'aimes pas je t'aime
Et si je t'aime prends garde à toi
Prends garde à toi
Si tu ne m'aimes pas, si tu ne m'aimes pas je t'aime
Prends garde à toi
Mais si je t'aime, si je t'aime prends garde à toi

L'amour est enfant de bohème
Il n'a jamais jamais connu de loi
Si tu ne m'aimes pas je t'aime
Et si je t'aime prends garde à toi
Prends garde à toi
Si tu ne m'aimes pas, si tu ne m'aimes pas je t'aime
Prends garde à toi
Mais si je t'aime, si je t'aime prends garde à toi

L'oiseau que tu croyais surprendre
Battit de l'aile et s'envola
L'amour est loin tu peux l'attendre
Tu ne l'attends plus il est là

Tout autour de toi vite vite
Il vient s'en va puis il revient
Tu crois le tenir, il t'évite
Tu crois l'éviter, il te tient




quarta-feira, julho 25, 2012

LETÍCIA - DIPLOMA EM DESIGN GRÁFICO


A primeira coisa que fizemos assim que começou a semana foi buscar o diploma de Letícia em DESIGN GRÁFICO do IED - Instituto Europeu de Design - Milão.
Letícia estava feliz e orgulhosa.

Eu, emocionada - mas feliz e orgulhosa também. André e Genesini não estavam presentes, mas receberam as fotos no mesmo momento.

Três anos passaram rápido e a certeza do dever cumprido, do caminho percorrido - dá uma sensação boa, difícil de descrever.

Por isso tiramos tantas fotos - será que a cãmara fotográfica consegue passar com  mais fidelidade o que estamos sentindo? Um momento de felicidade que se perpetua !


O diploma, o livro com as fotos dos formandos do ano 2011/2012 são a comprovação da vitória. Salve !!!!!
 

domingo, julho 22, 2012

VERÃO EM MILÃO COM LETÍCIA


Cheguei hoje em Milão, vim passar as duas últimas semanas com Letícia, antes dela voltar ao Brasil. Três anos se passaram desde que viemos aqui para que ela fizesse o curso de design no IED. Terminou o curso com sucesso, viajou muito, aprendeu muitas coisas e, para finalizar ainda fez um curso de férias na Dinamarca - depois de passar um mês viajando, correndo e praticando esportes na Noruega.
Eu vim muitas vezes nesses três anos, me sinto em casa nesta cidade.
Hoje, Letícia e eu fizemos nosso passeio preferido, até o Duomo e cada caminhada parecia uma despedida. Lembramos de como foi o começo e as mudanças que se fizeram com o tempo, as coisas que curtimos juntas, as viagens que fizemos - as dificuldades, as alegrias, as vitórias conseguidas ...







Chegando em casa depois do jantar escutamos Don Mclean, que fez parte da sua adolescência em São Paulo. Sessão nostalgia. Eis aqui:


Um novo tempo começa agora !

sábado, julho 21, 2012

MINHAS LEMBRANÇAS DA FLIP 2012


A FLIP de 2012 comemorou seus 10 anos de existência com muita festa. Até a natureza colaborou: um calor de verão, o sol brilhando no braço de mar ao lado das tendas dos autores e do complexo da FLIP, até a lua cheia prateada imperava nas noites literárias. Um clima de alegria, de vitória, de felicidade por esse feito.

Na noite da abertura da festa o jogo do Corínthians competiu com o show do Lenine. Ganhou o jogo, ganhou o timão – campeão da Libertadores – numa partida memorável.

Carlos Drummond de Andrade foi o homenageado da 10ª FLIP. Um livro inédito do poeta foi lançado na festa: OS 25 POEMAS DA TRISTE ALEGRIA – seu primeiro livro de poemas ainda não publicado – “o quase livro de um pré-poeta”, nas palavras de Antonio Carlos Secchin, que fez a apresentação do livro.

As homenagens a Drummond foram constantes durante toda a FLIP:

- em todas as cadeiras da tenda dos autores havia sempre um postal com uma frase de Drummond. Selecionei quatro:

• Vai Carlos ! Ser gauche na vida.

E como ficou chato ser moderno, agora serei eterno.

• Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro.

• Mas há uma hora em que os bares se fecham e todas as virtudes se negam.

- no início de cada mesa uma poesia de Drummond era lida por alguém – ao vivo, ou uma gravação com a voz do próprio autor. Momentos emocionantes.

- minha mesa preferida foi “Drummond – o poeta moderno”, com Antonio Secchin e Alcides Villaça. Fizeram análises excelentes da poesia do poeta, contaram detalhes da sua vida, declamaram suas poesias – momentos inesquecíveis!

Fiquei emocionada com uma poesia lida por Secchin, uma grande descoberta para mim nessa FLIP:

Procurar o quê
O que a gente procura muito e sempre não é isto nem aquilo. É outra coisa. Se me perguntam que coisa é essa, não respondo, porque não é da conta de ninguém o que estou procurando. Mesmo que quisesse responder, eu não podia. Não sei o que procuro. Deve ser por isso mesmo que procuro.

Me chamam de bobo porque vivo olhando aqui e ali, nos ninhos, nos caramujos, nas janelas, nas folhas de bananeira, nas gretas do muro, nos espaços vazios. Até agora não encontrei nada. Ou, encontrei coisas que não eram a coisa procurada sem saber, e desejada.

Meu irmão diz que não tenho mesmo jeito, porque não sinto o prazer dos outros na água do açude, na comida, na manja, e procuro inventar um prazer que ninguém sentiu ainda. Ele tem experiência de mato e de cidade, sabe explorar os mundos, as horas. Eu tropeço no possível, e não desisto de fazer a descoberta do que tem dentro da casca do impossível.

Um dia descubro. Vai ser fácil, existente, de pegar na mão e sentir. Não sei o que é. Não imagino forma, cor, tamanho. Neste dia vou rir de todos. Ou não.

A coisa que me espera, não poderei mostrar a ninguém. Há de ser invisível para todo mundo, menos para mim, que de tanto procurar fiquei com merecimento de achar e direito de esconder.

Carlos Drummond de Andrade

Afora isso, o que mais gostei foi do escritor Enrique Vila-Matas. Sua presença marcante, a sua “não concessão” fazendo da literatura a sua razão de ser, foi uma diferença entre os demais. Fiquei tão curiosa pela sua obra e sua pessoa que comecei a ler naqueles dias um livro autobiográfico: Paris não tem fim. Recomendo!

Uma constante em todas as FLIPs é a má qualidade das mediações – os autores são requisitados a falar de política, de vários assuntos e a literatura, sua obra, fica de lado. Isso acaba prejudicando as mesas. Talvez por isso mesmo, até os mais esperados acabam sendo uma decepção: foi o caso da mesa sobre Shakespeare, que não decolou; de Ian McEwan, totalmente sem graça; a mesa dos cartunistas, insossa. E Jonathan Franzen, que desagradou a maioria, me agradou – disse o que queria e não o que esperavam que ele dissesse – no fundo foi o avesso do avesso.

O tititi no café da tenda dos autores, a proximidade com eles, os eventos em paralelo, a noite na praça e adjacências eram confirmações de que a FLIP é uma festa. Tirar uma foto com seu autor preferido, conversar sobre as mesas ou outros eventos, assistir ao campeonato de boxe na calçada de um bar e ver o brasileiro ser campeão mundial, curtir a cidade - fazem parte da festa.

Gostei do coquetel dos autores e patronos. Pude conversar com Luis Fernando Veríssimo e dizer o quanto representou na minha vida a obra de seu pai – meu escritor favorito – Érico Veríssimo. Falei com vários autores e produtores da FLIP. Aproveitei para cumprimentar Humberto Werneck – que adoro como escritor e que considero um dos melhores mediadores da FLIP, basta lembrar da mesa com Lobo Antunes. Autor de o Santo Sujo – livro sobre a biografia de Jaime Ovale – que acho um primor, conversamos longamente sobre a pesquisa que fez e resultou nesse livro. Um bom fecho da festa!

Gostei de mais essa FLIP. Não teria gostado se ela se resumisse apenas à tenda dos autores. Gostei porque a FLIP é mais do que isso. Mas, para se manter, tem que se reinventar.

Estamos aqui, prontos para colaborar !