quinta-feira, dezembro 25, 2014

NASCI PARA BAILAR 10 ANOS

O CD Nasci para Bailar está completando 10 anos! 
Vamos fazer uma edição comemorativa: 
 - um CD com 22 músicas - as "mais mais" de edições anteriores e de músicas postadas no blog em 2014

- um pen-drive com mais de 100 músicas - uma seleção comemorativa trazendo músicas que marcaram minha vida. 

Para essa edição de 10 anos tive a colaboração de Silvio Genesini, que ajudou a escolher as "mais mais" e sugeriu uma vasta seleção que comporá a versão pen-drive.

Os amigos já estão recebendo o CD. Quem ainda não recebeu solicite o seu. Até o carnaval a seleção do pen-drive estará disponível.

A arte da capa é de Guto Lacaz. Nesta edição contei também com a colaboração de Claudia Petri na gravação e edição do CD. Ficou bem çegal!


Lembro que todas as músicas foram postadas no blog durante o ano. É só buscar e ouvir a versão do YouTube. Segue a lista das músicas:


1.       Nasci para bailar – Nara Leão - Paulo André – João Donato
2.       Vamos falar de Teresa – Danilo e Dorival Caymmi - Dorival Caymmi
3.       O Meu Guri – Teresa Cristina - Chico Buarque
4.       Para ver as meninas – Marisa Monte - Paulinho da Viola
5.       Verdade, uma Ilusão – Marisa Monte - Carlinhos Brown/Arnaldo Antunes/Marisa Monte
6.       João e Maria – Chico Buarque e Nara Leão - Chico Buarque e Sivuca
7.       Menina amanhã de manhã – Mônica Salmaso - Tom Zé e Perna
8.       She – Charles Aznavour - Charles Aznavour
9.       Stand by me – Ben E. King  - Ben E. King, Jery Leiber, Mike Stoller
10.   Canzone per te – Roberto Carlos - Sérgio Endrigo
11.   Sono come tu mi vuoi – Marisa Monte - Antonio Amurri/Bruno Canfora
12.   Teresinha –  Chico Buarque - Chico Buarque
13.   Música Suave – Roberto Carlos - Roberto Carlos e Erasmo Carlos
14.   Eu te amo – Chico Buarque e Telma Costa - Chico Buarque e Tom Jobim
15.   Coisas Do Mundo, Minha Nega – Paulinho da Viola - Paulinho da Viola
16.   L’Amitié – Françoise Hardy - Jean Maz Rivière e Gérard Bourgeois
17.   With A Little Help From My Friends – Joe Cocker - Paul McCartney e John Lennon
18.   Burbujas de Amor – Juan Luis Guerra - Juan Luis Guerra
19.   Amor de Trapo e Farrapo – Carlinhos Vergueiro - Paulo Vanzolini
20.   Tiro ao Álvaro – Elis Regina e Adoniran - Adoniran Barbosa
21.   Cadê Tereza – Originais do Samba - Jorge Bem Jor
22.   País Tropical – Wilson Simonal - Jorge Bem Jor

BOA VIAGEM !!!!

segunda-feira, dezembro 22, 2014

JOE COCKER

Triste notícia - a morte de Joe Cocker. A interpretação dele de WITH A LITTLE HELP FROM MY FRIENDS - inesquecível - no Festival Woodstock não pode deixar de estar presente neste CD que vai comemorar os 10 anos de Nasci para Bailar.

domingo, dezembro 21, 2014

sexta-feira, dezembro 19, 2014

AS MARCAS DO NOVO

O ano novo marca uma data para todos – é universal. Mas, possibilita a cada um contar e fazer a sua história, e nisso é singular. Por que precisamos de marcas? Por Jorge Forbes.



As Marcas do Novo
 Jorge Forbes


Imagine uma frase sem ponto, um dia sem noite, um caminho sem parada. Seria tudo igual, irrelevante, sem graça, dada a ausência do ritmo que fabrica o sentido, no contraste das situações. Quem vive quer contar e quando perdemos o ritmo entramos no contínuo mortífero.
O ano novo é uma das principais pontuações que nos marca. Ele escande o tempo, classifica lembranças, promove o futuro. O ano novo é palco de nossos sonhos, de nossos planejamentos. Cada um tem seu método de jurar o ano novo: uns o fazem em segredo, fechando até os próprios olhos; outros, ao contrário, fazem um pacto em tabelas complicadas, com marcações dia a dia, especificando o caminho a trilhar; ainda outros preferem fazer compromissos com a pessoa amada, escolhendo o melhor lugar para testemunhar suas esperanças. Uma praia, uma cachoeira, uma montanha, uma árvore, um rochedo, uma ponte.
O ano novo é generoso, pois se renovando todos os anos – uma vez que ele nunca é datado - o que não funcionou em um ano, terá outra chance no próximo ano novo. Nós, curiosamente, vamos ficando velhos, mas o ano é sempre novo. Já notaram? E quanto mais velhos, vamos ficando espertos em anos novos. É uma paradoxal vantagem da idade. Acumulamos anos novos nas gavetas de nossas maiores emoções, de ponta a ponta de nossas vidas: os nascimentos, os acidentes, as formaturas, os prêmios, as perdas, as mortes e, muito especialmente, os amores. O ano novo adora os amores, razão pela qual todas suas representações aludem aos encontros de amor. O navio, o champanhe, os fogos, os saltos das ondas, a dança, tudo isso é para ser feito de mãos dadas, nem que seja com a saudade.
O ano novo é flexível ao horário de cada país – muitos ficam em frente à televisão brindando em várias línguas a sua chegada e escolhendo, na comparação, o melhor cenário. Ele também é flexível aos nossos estados íntimos, se adequando do bom ao péssimo humor.
Uma coisa é certa, ninguém escapa ao ano novo. Não dá para resistir à sua chegada, não dá para atropelá-lo, não dá para ignorá-lo. Ele marca uma data para todos, nisso é universal; ele possibilita a cada um contar e fazer a sua história, nisso é singular.
A você de jogar e fazer do seu, um bom ano novo. Sorte!


Jorge Forbes é psicanalista. Artigo publicado na revista IstoÉ Gente, edição bimestral / janeiro 2015.



quarta-feira, dezembro 10, 2014

POR FAVOR NÃO DESAPAREÇA


Amar alguém é se expor à possibilidade de uma perda importante que nem a natureza, nem os céus, nem as estátuas heroicas salvam. Jorge Forbes analisa neste texto quatro tempos do amor.



Por favor, não desapareça

Jorge Forbes

Temos vivido muitas perdas. Sofremos mais pelo desaparecimento de quem amamos, do que pela nossa própria morte. É estranho o amor humano. Somos conscientes de que aquela pessoa que amamos pode deixar de existir a qualquer momento e, no entanto, amamos!, salvo raras e desonrosas exceções. Jacques Lacan dizia que era necessário ser um pouco bobo na vida. Que “os não tolos erram” – é mesmo o nome de um de seus seminários – pois se quisermos ser de tudo precavidos, vamos vagar perdidos em desamor.
No decorrer dos séculos viemos estabelecendo formas de nos conformarmos – sempre imperfeitamente – ao desaparecimento de quem gostamos. Luc Ferry, o filósofo que frequentou recentemente essas páginas comigo, discorreu sobre grandes períodos da história filosófica, a esse respeito. Primeiro, tivemos uma concepção cósmica (natural) da existência. Seríamos seres naturais, da mesma natureza das frutas, por exemplo, e como elas cumpriríamos um ciclo de vida. Se laranjas, maçãs e melancias têm o seu ciclo, nós também. Para os gregos, os homens seriam pré-catalogados em categorias como as dos senhores, guerreiros, artesãos, escravos, mulheres e crianças. Categorias estanques, como as frutas também o são. A morte, como se dizia – e ainda se diz – seria simplesmente “natural”, cumprindo a etapa final de nosso destino.
Essa visão cósmica da nossa morte foi substituída pela ideia religiosa, com duas vantagens: a de passarmos a sermos todos iguais, não estanques, perante um deus, e, mais importante, não morrermos para virar semente, como na primeira concepção, mas para irmos para uma segunda e mais plena vida, a vida eterna. Tenho ouvido com frequência, em meu consultório, a fantasia de pessoas que não querem ser cremadas, para não aparecerem no Juízo Final, em um cinzeiro... É claro que essa visão religiosa é muito mais sedutora que a visão cósmica, razão pela qual ter vigorado por bem mais tempo que a primeira.
A visão religiosa foi substituída pela ideia racional de finitude, datada a partir do fim do Século XVII, começo do XVIII. O Homem, decepcionado com os deuses, saiu do aconchego celestial e começou a preconizar que as nossas vidas seriam prolongadas nas histórias que depois contariam a nosso respeito. Como escreveu um ditador brasileiro: sair da vida deveria ser entrar na história. Ou seja, virar herói.
Todas essas visões foram postas radicalmente em questão no início do século passado, a partir de uma influência maior, a de  Nietzsche com a sua desconstrução de todos os ideais. O amor não teria um além. Só se pode amar o que é agora, pois o ontem não é mais, e o amanhã não é ainda.
Como estamos hoje com as nossas perdas, que infelizmente têm se sucedido com frequência aumentada? As três concepções: cósmica, religiosa e racional não desapareceram, mas persistem,  mesmo que não sejam mais os ideários dominantes. Com frequência buscamos ainda nos consolar nelas, ao mesmo tempo em que, como dizia ao iniciar, no fundo, no fundo, sabemos que amar alguém é se expor a uma perda importante que nem a natureza, nem os céus, nem as estátuas heroicas vão nos salvar. Vai ver que por isso é que Steve Jobs, na esteira de Lacan, deu o conselho que ficou famoso, aos seus jovens afilhados formados em Stanford: Stay Hungry, Stay Foolish!


Jorge Forbes é psicanalista. Artigo publicado na revista IstoÉ Gente, setembro de 2014.

terça-feira, dezembro 02, 2014

O AMOR - TEMA ÂNCORA DA CONVERSAÇÃO CLÍNICA IPLA 2014



De Freud a Lacan, pelos casos clínicos

SÃO BENTO DO SAPUCAÍ – 5 a 7 de dezembro

O Instituto da Psicanálise Lacaniana – IPLA – retomou em 2014 o seu Curso Fundamental de Freud a Lacan. Ao longo desse ano traçamos o percurso conceitual e clínico da psicanálise desde a sua invenção por Sigmund Freud até a segunda clínica de Jacques Lacan.
A Conversação Clínica do IPLA, que encerra as atividades de 2014, tem como objetivo revisitar os conceitos estudados durante o ano, que serão abordados através da apresentação e discussão de casos clínicos clássicos de Sigmund Freud, intervenções clínicas de Jacques Lacan e casos da Clínica de Psicanálise do Genoma.

A Conversação Clínica terá como âncora duas conferências sobre o tema do amor, apresentadas pelo filósofo Renato Janine Ribeiro e pelo psicanalista Jorge Forbes.

Para que serve o amor? - por Renato Janine Ribeiro

Como juntar os desbussolados? - por Jorge Forbes

Para ver a programação completa - clique aqui

E a música que serviu de inspiração para oa temas das conferências das jornadas:





sábado, novembro 15, 2014

SAUDADES DE MILÃO


A despedida de Milão em outubro foi dolorosa. Depois de curtir por cinco anos a cidade nas idas para visitar Letícia e curtindo seu apartamento na Via Beatrice D'Este, não foi fácil fazer a mudança e fechar esse ciclo. Muitas boas lembranças ficaram ....

Gilherme ajudou muito e foi o responsável por conseguir embalar as cadeiras Pantone, as únicas peças da mobília que trouxe comigo.

Maria Clara foi a última das muitas amigas que ajudaram na mudança - no último ano cada amiga que me acompanhou a Milão trouxe uma mala de coisas do apartamento para o Brasil.

Para fechar a temporada fomos, Maria Clara e eu no festival de tartufo bianco de Alba, que acontece todo mês de outubro. Foi uma delícia comer um tagliarini al tartufo bianco com vinho rosso do Piemonte e curtir a festinha na praça da matriz da cidade de Alba - com um show de música super divertido - um sábado inesquecível.

Outros momentos: café da manhã no Prince, almoço no Peck, jantar na melhor cantina da região - a Bio Pizza, um passeio pelo quartieri de la moda, galeria Vittorio Emanuelle, DUOMO maravilhoso, a última ceia de Leonardo da Vince, as lindas igrejas, os museus, Brera, comer muzzarela no Obiká, jantar no Veranda ou no Bulgari .... Ir à ópera ou ver um balé no Scala. Hummm !!!!!


A música que ficou na lembrança dessa despedida: O sole mio


sexta-feira, novembro 14, 2014

TRILHA SONORA DA VIAGEM DESTE FIM DE SEMANA

Ganhei dois CDs de aniversário do Neto - maravilhosos - e foram a trilha sonora da minha viagem com Tom a São Bento neste fim de semana:
. Lulu Santos - LULU canta e toca ROBERTO E ERASMO  
. Dorival Caymmi - CENTENÁRIO CAYMMI

Lulu Santos recria alguns clássicos da dupla Roberto e Erasmo - tem umas músicas que ficaram deliciosas na sua voz.

O CD de centenário de Caymmi traz interpretações lindas de Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Nana Caymmi, Dori Caymmi, Danilo Caymmi e Mario Adnet. 

Amei os dois CDs e deixo aqui algumas faixas para dar o gostinho ...





quinta-feira, novembro 13, 2014

terça-feira, novembro 11, 2014

quinta-feira, novembro 06, 2014

ANIVERSÁRIO COM AMIGOS

Comemorar o aniversário junto aos amigos queridos é o maior presente que posso receber.
Neste ano não foi diferente - uma noite alegre, feliz. Inesquecível!









domingo, setembro 28, 2014

VIAGEM COM TRILHA SONORA DE MARISA MONTE

A viagem deste fim de semana foi uma delícia! A começar pela trilha sonora do CD VERDADE UMA ILUSÃO - de Marisa Monte.
As músicas do show que a cantora apresentou em 2012 e 2013 foram gravadas no CD com o nome do show. É um arraso!!! Não conseguia ouvir outra coisa na ida e na volta.

Tem uma canção em italiano que adorei e é com ela que abro minha seleção:


Verdade, uma ilusão - nome do CD - é maravilhosa !

E Ainda bem - lindo !!!!

domingo, setembro 21, 2014

MAGIA AO LUAR

Adorei o último filme de Wood Allen - Magia ao luar.

O cenário é a riviera francesa, no início do século XX. Magia, verdade, amor....
É divertido, espirituoso, tem ótimos diálogos. A questão da ilusão, da verdade, da felicidade é muito bem apresentada - tem umas tiradas psicanalíticas bem interessantes.

Vale a pena assistir!


E agora uma versão You do something to me - de Cole Porter - música-tema do filme.

sexta-feira, setembro 05, 2014

ENTREVISTA DE LETÍCIA GENESINI - URBAN NIEW

Letícia foi entrevistada pelo programa Urban View sobre seu livro ESPAÇOS INTERATIVOS.

Veja aqui a entrevista completa:


sábado, agosto 30, 2014

ESPAÇOS INTERATIVOS - LIVRO DE LETÍCIA GENESINI

Lançamento do Livro “Espaços Interativos” acontece no dia 1º de setembro

A primeira edição do livro “Espaços Interativos – O design de experiência em marcas e concept stores”, de Leticia Genesini, será lançada no dia 01 de setembro, na Livraria Cultura. Com diversos exemplos reais que vão desde instalações artísticas a lojas conceito, o livro apresenta o esforço de grandes corporações para não apenas compor ambientes, mas fundá-los em experiências marcantes, criando um universo sedutor e de fato envolvente para o seu visitante. A obra é uma co-edição entre a nVersos Editora e o IED São Paulo - Istituto Europeo di Design, instituição de ensino que atua nos campos de formação e pesquisa nas áreas de Design, Moda e Negócios.

A autora é formada em design gráfico pelo IED na sede em Milão e em letras pela USP. O livro é resultado do trabalho de conclusão de curso realizado na Itália. Ela atua como designer de estratégia na Casa Rex, um dos mais importantes escritórios de São Paulo. Letícia Genesini já tem dois livros de poesia publicados, sendo este o seu primeiro de não ficção. “É uma porta para me apresentar como designer, expondo quais são hoje, para mim, as questões importantes deste meio, abrindo novos diálogos. Mais do que uma pesquisa estética, é uma análise de comportamentos contemporâneos, evidenciando como o design pode e deve possuir um papel essencial na definição destas novas relações”, revela.

O livro dispõe de conceitos do design e da comunicação para apresentar mudanças de paradigmas em como vivemos os ambientes que nos cercam e as novas relações que nascem deles. Assim, ao se aprofundar nas lojas conceito, a obra estuda como estes novos espaços de interação e experimentação configuram por fim novas e significativas experiências de compra.

Espaços Interativos é a primeira publicação comercial do instituto no país. O diretor geral do IED no Brasil, Victor Megido, afirma que a obra chegou em um momento oportuno para o leitor, uma vez que florescem as iniciativas de lojas e espaços conceituais no Brasil. “Além de trazer conceitos e reflexões sobre o tema, a obra relata uma série de casos bem sucedidos, especialmente nos Estados Unidos e na Europa. Foi pensada para profissionais de design, arquitetura, marketing, comunicação, negócios e vendas e também para professores, estudantes e interessados. Faz importantes cruzamentos entre design, branding e as artes,” destaca Megido. 
  
O designer italiano e professor do IED de Milão, Mauro Panzeri, introduz no prefácio da obra que “Este livro fala do hoje e do amanhã. Letícia Genesini adota um método aparentemente simples: une as experiências mais díspares, e como o melhor bartender, coloca-as em uma coqueteleira e oferece um aperitivo de sua invenção”.

Para a coordenadora da Pós de Design de Interiores do IED, Cintia Lie, existe uma carência muito grande no mercado literário brasileiro de abordagens neste assunto. “O varejo tem passado por uma revolução muito grande e rápida. Tudo tem mudado e se escreve muito sob parâmetros de marketing, branding, consumidor, mas muito pouco no resultado espacial destas interfaces todas, principalmente dando foco em um segmento. A obra oferece aos alunos as mais novas propostas e soluções adotadas no mercado de varejo”, ressalta.

O Coquetel de lançamento acontecerá na Livraria Cultura, que fica na Avenida Paulista, 2073, no dia 01 de setembro, a partir das 18h.

Livro “Espaços Interativos”, por Letícia Genesini
Coquetel de Lançamento
Data: 01/09/2014, a partir das 18h
Local: Livraria Cultura/Conjunto Nacional
Av. Paulista, 2073
Preço de Capa: R$ 59,90
Editora: nVersos
I.S.B.N: 978-85-64013-97-1

quinta-feira, agosto 21, 2014

CENTENÁRIO DE DORIVAL CAYMMI


Tudo que Caymmi compôs é lindo. Escolher algumas canções é sempre muito difícil, mas arrisco uma seleção. Curtam !

sábado, agosto 16, 2014

GOSTAR DE SOFRER

É possível alguém gostar de sofrer? Muitas pessoas se aferram a um sofrimento de alto valor social, para se justificarem em suas dificuldades. Jorge Forbes analisa:


Gostar de sofrer 
Jorge Forbes
O psicanalista declara: -“O sujeito goza em seu sofrimento”. O povo traduz: - “As pessoas gostam de sofrer”. Todo mundo sabe disso, usa a expressão com frequência, mas acha que é brincadeira por não ser possível, em sã consciência, alguém gostar de sofrer. E, no entanto, isso é muito comum.
Como ninguém quer dar recibo, nem para si mesmo, do seu gosto do sofrimento, acaba incorrendo em uma prática dolorosa. Não querendo ser descoberta, a pessoa intensifica suas queixas e dores para melhor justificar seu momento sofredor. Assim, aquela que sofre pela velhice de um parente próximo, ou de uma doença grave, ou de uma perda importante, a cada dia, se surpreende com esse fato, como se fosse algo novo. É um modelo geral que se aplica às mais diversas situações da vida.
Isso explica, em parte, o crescimento do diagnóstico de depressão.  Estamos vivendo uma epidemia de depressão. A pessoa não está muito bem, anda triste, esquecida, dorme mal ou dorme muito, lá vem a explicação: está deprimida. Entre não saber o que tem e aceitar um rótulo que todo mundo compreende e respeita, a pessoa se agarra ao segundo.
Assim foi com Maria. Ela não poderia ter outra coisa se não estar deprimida. Com distrofia muscular nos braços e nas pernas, andando em cadeiras de rodas e dependente do seu marido cheio de saúde, o diagnóstico estava pronto só faltando o psiquiatra-psicanalista avalisar, medicar, e explicar como ela deveria melhor se resignar a seu estado depauperado. Mas não foi nada disso que ocorreu.
Na primeira consulta entraram os dois, Maria e seu marido. Era um homem de forte envergadura, vistoso, contrastante com o estado e o aspecto de sua mulher. Começada a entrevista, Maria mal falava, nem mesmo levantava a cabeça. O analista perguntou se ela queria que o marido se retirasse. Ela não respondeu. Ele, o marido, repetiu a pergunta. Frente ao insistente silêncio dela, afirmou o analista: - “Sim, ela quer que o senhor se retire”. Surpreso, ele saiu. Ato contínuo, ela levantou pela primeira vez a cabeça e declarou: - “Doutor, como é que alguém pode estar bem com um traste desses do lado?”. Começou a se queixar do traste que a cansava, pois, medroso de andar sozinho, a forçava a acompanhá-lo em suas visitas de vendedor.
Solicitada a contar a história de seus relacionamentos amorosos, com cara de desalento, explicou que aquele homem era o seu segundo marido e que tinha se separado do primeiro, pelo fato do anterior ser um traste maior ainda. A repetição da nomeação “traste” levou à pergunta se o seu problema não seria a “trastite”, ou seja, a escolha repetitiva de trastes como objetos amorosos. Ela abriu um sorriso radioso de confirmação do sintoma e vontade de falar a respeito. Seu tratamento começou assim, bem distante do sofrimento padronizável.
Moral da história: muitas pessoas se aferram a um sofrimento de alto valor social, para se justificarem em suas dificuldades. Por isso gozam no sofrimento, perdendo a sua singularidade. Cada um de nós chora ou sorri por detalhes irrelevantes aos olhos dos outros. Difícil é reconhecer e sustentar isso.

Artigo publicado na revista IstoÉ Gente, julho de 2014.

quinta-feira, agosto 14, 2014

ESPAÇOS INTERATIVOS



 Minha filha Leticia Genesini lança no próximo dia 1º de setembro seu terceiro livro.
Desta vez não é um livro de poesias, como os dois primeiros. É um livro sobre espaços interativos, tema de sua tese do curso de design no IED Milão (Instituto Europeu de Design de Milão). Ela analisa os museus, concepts stores e fligships.

Nesta quinta-feira teve o pré-lançamento no IED SP, com mesa redonda sobre o livro com a autora, Letícia Genesini e Cintia Lie, especialista em VW e coordenadora da pós-graduação em design de interiores do IED São Paulo.

Agora é partir para o lançamento do livro na segunda-feira, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional - SP
a partir das 18h, dia 1º de setembro.




domingo, agosto 03, 2014

RIR MILLÔR COM OS PORTUGUESES


Millôr Fernandes, homenageado este ano na Festa Literária Internacional de Paraty, publicou uma página de humor no jornal português Diário Popular em plena ditadura, durante quase dez anos.
PÚBLICO – uma publicação multimídia – pediu a portugueses para lerem textos deste pistoleiro da frase curta e paradoxal.
O resultado foi muito bom! Hilário !!!! 

sábado, agosto 02, 2014

A 12ª FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY

FLIP 2014
Cinco dias de imersão literária

Começou na última quarta-feira, 30 de julho, a 12ª Festa Literária Internacional de Paraty, que vai até domingo.
Os ingressos para o maior evento – a tenda dos autores – acabaram nos primeiros trinta minutos de venda, há um mês do início da FLIP. É literalmente uma festa. A cidade fica lotada, todos querem ver e serem vistos. Os escritores são tratados como pop-star – filas gigantescas por um autógrafo, selfies com seu autor favorito, posts no facebook, instagram – cada um vale-se do que tem à mão para fazer parte da festa. E tudo colabora para deixar a festa mais linda: o mar, a lua, as ruas de pedras irregulares, a arquitetura e a história da cidade, os bares, a noite, o jeitinho brasileiro de se aproximar do “artista”, a festa que termina sempre em encontro.
Neste ano, duas novidades: o show de abertura, com Gal Costa, um presente à cidade e ao público, no meio da praça.
O show foi um acontecimento: Gal continua encantando com sua beleza e graça. Mas faltou um brilho, algo que se perdeu. Ouvi-la cantando Baby, Folhetim, Dom de iludir, O amor, Dia de domingo, Força estranha, Gabriela – nos transportou para um tempo e uma voz daquela Gal Fatal que ficou na lembrança.
A segunda novidade: pela primeira vez na sua história, a Festa Literária Internacional de Paraty homenageia um autor contemporâneo e que ainda participou da primeira edição da FLIP, em 2003: Millôr Fernandes.
Millôr morreu em março de 2012, aos 88 anos. Foi jornalista, escritor, ilustrador, dramaturgo, argumentista, tradutor, inventor do frescobol e se definiu como “medalha de ouro no concurso para si mesmo”. Num momento de tanta agitação política, um nome como Millôr vem a calhar. Ninguém como ele criticou com humor a política brasileira e deixou frases que ficarão na lembrança:
“Se é gostoso faz logo, amanhã pode ser ilegal”.
“Uma coisa, pelo menos, é positiva: a violência no mundo inteiro aumentou consideravelmente nosso conhecimento de Geografia”.
“Tristezas não pagam dívidas. Nem bravatas, por falar nisso”.
“Pra fazer uma boa teoria é preciso muita prática”.
“A verdade não é só mais incrível que a ficção como é muito mais difícil de inventar”.
“A verdade é aquilo que sobra depois que você esgotou as mentiras”.
“A vida é incurável”.
A homenagem ao escritor ficou por conta do crítico de arte Agnaldo Farias, que  também inovou: em vez de fazer uma conferência sobre o homenageado, analisou uma série de desenhos, caricaturas, colagens e pinturas de Millôr. Em seguida, um bate-papo com Jaguar – um dos fundadores do Pasquim – e os humoristas Hubert e Reinaldo – do grupo “Casseta & Planeta”. Faltou animação nessa roda, faltou Millôr.
A lista dos convidados para a programação principal é extensa e composta por escritores, jornalistas, cineastas, fotógrafos, arquitetos, pensadores brasileiros e estrangeiros. Dentre os convidados, Paulo Mendes da Rocha – prêmio Pritzker de arquitetura em 2006 – traz um olhar especial acerca da cidade. “Estamos aqui para ocupar os espaços de modo transgressor, se possível”; vê a cidade como sedução espacial. Freud, em “O Mal-estar na civilização” fala da inadequação entre o homem e o mundo. Paulo insiste que a arquitetura tem como base essa inadequação, o conflito. Em sua conferência na quinta-feira, Mesa 4 da Tenda dos Autores, falou sobre a importância de convivermos com o conflito, que nisso está a maravilha da cidade e que progresso nenhum anulará esse conflito. Foi a melhor conferência desse dia da FLIP.
Outro convidado que vai chacoalhar as opiniões a respeito da comida é o jornalista americano e professor de Berkeley, Michael Pollan, que escreveu um livro para dizer “Coma comida. Não em excesso. Vegetais, sobretudo”. Cacá Diegues, Edu Lobo, Fernanda Torres vão falar sobre cinema, música e literatura. Muitos outros escritores disputarão os aplausos e listas de autógrafos, nessa festa que promete trazer mais público que as anteriores. A programação completa da FLIP pode ser consultada aqui: http://www.flip.org.br/flip2014.php
Qual será o resultado dessa jornada literária? Frequentei quase todas as edições, em muitas fiquei em êxtase, e em outras me aborreci profundamente com os mediadores – ora por sua limitação, ora por quererem aparecer mais que o escritor convidado.
A FLIP é sempre uma surpresa, sempre vale a pena.
E, como disse Jorge Forbes, “por tudo isso, e mais, vou à FLIP, até se for para não gostar. Aprende-se muito quando se tenta explicar a discordância”.

segunda-feira, julho 28, 2014

MILLOR - HOMENAGEADO DA FLIP 2014


O humor de Millor, homengeado da 12ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, em frases:



O que é mais difícil - aceitar o mais forte, suportar o mais rico ou admitir o mais bonito?

A alma enruga antes da pele.

Nada essencial pode ser ensinado. Mas tudo tem que ser aprendido.

Tristezas não pagam dívidas. Nem bravatas, por falar nisso.

Quem se apaixonou por uma fera corre o risco de morrer de amor.

O pior do espírito esportivo é que a gente só pode demonstrá-lo na derrota.

Idade da razão é quando a gente faz as maiores besteiras sem ficar preocupado.

Desconfio sempre de todo idealista que lucra com seu ideal.

Existe no mundo algo mais assustador do que pessoas assustadas?

Pra fazer uma boa teoria é preciso muita prática.

A verdade não é só mais incrível que a ficção como é muito mais difícil de inventar.

A verdade é aquilo que sobra depois que você esgotou as mentiras.

A vida é incurável.

Biquíni é essa coisa que começa de repente e acaba subitamente.


Inúmeros artistas contemporâneos não são artistas e, olhando bem, nem são contemporâneos.

Se é gostoso faz logo, amanhã pode ser ilegal.

Uma coisa, pelo menos, é positiva: a violência no mundo inteiro aumentou consideravelmente nosso conhecimento de Geografia.

quarta-feira, julho 16, 2014

PAULO MENDES DA ROCHA - TECNICA E IMAGINAZIONE

 Visitar essa exposição foi um dos motivos que me trouxe a Milão neste julho.


A Trienale di Milano apresenta de 6 de maio a 31 de agosto, a exposição TECNICA E IMAGINAZIONE do arquiteto PAULO MENDES DA ROCHA - PritzkerPrize 2006 de arquitetura.

Apresenta através das obras, de vídeos e de escritos, o pensamento de Paulo Mendes da Rocha.
Sobre a arquitetura:
Não ser exatamente tecnicista, não ser apenas uma solução física, mas colocar as reflexões para adiante, como algo que não cessa. A vida não cessa. a graça da arquitetura é que ela é uma providência para organizar espaços.

Arquitetura é algo que você pode fazer e não o que você deve fazer.

Sobre a cidade:
Estamos no mundo para ocupar os espaços, de modo transgressor, se possível.

A cidade é uma sedução espacial. Quando se chega a uma cidade, sempre se pergunta: aonde vamos? Uma visão de labirinto - a imaginação tem que estar presente numa cidade.
Numa cidade tudo pode ser transformado.


Seguem os trabalhos apresentados com os comentários do arquiteto criador:

Clube Paulistano - na Rua Augusta, um teatro sui gêneris

Casa do Butantã - a casa pode ser um divertimento

Casa Gerassi - fantasia, uma indignação frutífera


Outros trabalhos que podem ser vistos na exposição:

. MUBE - Museu Brasileiro da Escultura - em São Paulo

. Picanoteca do Estado - em São Paulo

. Intervenção na Praça Patriarca - em São Paulo

. Centro Cultural FIESP

. Museu Nacional dos coches - em Lisboa, Portugal

. Centro de Arte Vitória - em Vitória, Espírito Santo

. Estádio Municipal de Serra Dourada

. Pavilhão do Brasil na EXPO 70 - em Osaka, Japão

. Projeto do consurso do Centro georges Pompidou - em Paris, França

. Museu de Arte Contemporânea - USP

Os vídeos com entrevistas levam o visitante para uma viagem ao mundo da arquitetura de Paulo Mendes da Rocha. A exposição toda é uma viagem que nos deixa com uma nova visão do mundo e da vida.


Salve Paulo Mendes da Rocha - grande arquiteto brasileiro!

domingo, julho 13, 2014

A FESTA DA COPA DO MUNDO 2014

Os jogadores de futebol do Brasil não ganharam a Copa, mas o povo brasileiro fez a festa desta mundial.
Os vídeos selecionados mostram como os estrangeiros gostaram da temporada brasileira. A festa rolou!


Dutch band FACTOR 12 and Brazilian Military Police Band playing together Aquarela do Brasil

Vídeo da  Federação Alemã de Futebol ao som de Margareth Menezes (A Luz de Tieta)

 Orquestra da Banda São João - Copa 2014 - "Tropa Francesa"

 Fan Fest em Fortaleza: turistas avaliam a festa brasileira

Turistas estrangeiros só falam bem de BH e já querem voltar


world cup brasil 2014 fans hinchada barra

sábado, julho 12, 2014

KLIMT - MILANO - PALAZZO REALE

Klimt. Alle origini di un mito

Da mercoledì 12 marzo al 13 luglio venti tele a olio sono in mostra a Palazzo Reale
Cheguei a tempo de ver a exposição de Gustav Klimt em Milão - uma mostra que passou por toda a sua história, sua relação com a família, com seu pai e seus irmãos também artistas, com a mulher da sua vida - Emilie Flöge - com quem nunca chegou a se casar. Esse artista, que morreu aos 56 anos, que revolucionou sua época e fez trabalhos ligados à medicina eà filosofia. Nasceu em 1862 em Baumgarten, perto de Viena e morreu em 1918.
Dentre as obras apresentadas estavam grandes trabalhos como Adão e Eva, Salomé, O Abraço, Girassol e Água em movimento. Senti falta do BEIJO, mas foi tão interessante, bem organizada e co trabalhos tão importantes, que não chegou a ser uma falha.
Uma das coisas boas de Milano - sempre tem exposições de grandes artistas. Um bom lugar para estar e desfrutar.
Salve !

sexta-feira, julho 11, 2014

JEITINHO BRASILEIRO DE AMAR

Haveria um jeitinho brasileiro de amar? O que diferencia o brasileiro de outros povos, nesse quesito?

“Na onda de apresentar o Brasil ao mundo, os brasileiros voltam-se sobre si mesmos e se perguntam com que roupa vão aparecer no baile das nações, inclusive no amor” – diz Jorge Forbes, na abertura do seu texto.

Jeitinho brasileiro de amar

Mesmo no silêncio do primeiro encontro, os brasileiros dançam –  com o olhar, o aceno, a cruzada de perna, o andar, o meneio.


Jorge Forbes


Haveria um jeito brasileiro de amar?
Na onda de se apresentar o Brasil ao mundo, os brasileiros voltam-se sobre si mesmos e se perguntam com que roupa vão aparecer no baile das nações, inclusive no amor.
Não precisamos nos aprofundar muito, para perceber que cada povo ama de certo jeito peculiar. É o que nos permite brincar, em caricatura, que o amor francês é cheio de biquinhos e não me toques; que o alemão ama na dureza; que o americano até no carinho usa a régua do custo-benefício; que o argentino, especialmente o macho, abre e exibe todas as penas do pavão; que o italiano fala mais que confirma; que o inglês ama em hora marcada etc. E o brasileiro?
Sim, podemos falar de um jeito brasileiro de amar. A principal característica é a ginga, a flexibilidade, como de resto em tudo. O brasileiro não se leva muito a sério em declarações pomposas. Nem se preocupa em sustentar um pedido de casamento na realidade prática. Primeiro o brasileiro declara e assina o sonho, depois corre atrás de sua realização. Outros povos preferem adequar os sonhos aos fatos, coisa chatíssima nessas terras. O brasileiro não se prende a uma forma convencional de expressão amorosa. Por aqui, diz o poeta Milton Nascimento, todas as formas de amor valem à pena. Outo poeta, Vinícius de Moraes, destaca o desmedido do amor na terra onde tudo dá, na infinitude do sentimento enquanto dure.
A sensualidade brasileira está à flor da pele. Dizem os sociólogos que nos estudam, como Domenico de Masi, que isso é herança da escravidão. Os negros escravos tinham como seu único bem o seu corpo. Deles e dos índios teríamos herdado a cultura do cuidado com o corpo que acaba se refletindo na proeminência da nossa cirurgia plástica e da dermatologia, e nos espetáculos esculturais de nossas praias. Mesmo no silêncio do primeiro encontro os brasileiros dançam. Com o olhar, o aceno, a cruzada de perna, o andar, o meneio.
E se você, nesse momento, está sorrindo ao se reconhecer nessas características, querendo delas saber mais, e está com vontade de acrescentar detalhes de sua forma de amar, é porque você é brasileiro e sabe que estamos agora privilegiados em uma pós-modernidade que valoriza o que já intuitivamente sabíamos: que nenhuma explicação de amor é em si suficiente. Que o amor pede sempre um complemento, um jeitinho especial dos amantes. Se não, ora, se não for assim, não tem jeito.   


Jorge Forbes é psicanalista. Artigo publicado na revista IstoÉ Gente, junho de 2014.