sábado, maio 27, 2006

O ESPÍRITO DA DÁDIVA


O laço através do dom, da generosidade, da amizade, da troca.

Esse é o meu tema hoje. A importância dessas relações. É esse tipo de laço social, essa rede de relações, cimentadas pelo dom e pela entre-ajuda, a única coisa que permite a sobrevivência num mundo louco.

Essa é a idéia do livro O ESPÍRITO DA DÁDIVA de Jacques T. Godbout, que me foi apresentado por um grande amigo numa situação especial, muito importante pra mim.

A idéia central do livro é que "dar, transmitir, retribuir e que a compaixão e a generosidade são tão essenciais como tomar, apropriar-se ou conservar, como a inveja ou o egoísmo".

O que é "dar o sangue por alguém, por uma causa"?

No livro, o autor se volta para Aristóteles, como o maior teórico do dom - para ele, a amizade repousa sobre a capacidade de dar e retribuir, sobre a reciprocidade.

Eu volto-me para Jorge Forbes.

Sobre a amizade:
Hoje, a amizade se tornou selo de excelência. Em um mundo sem garantias, de imprevisão e da necessidade de criar, a amizade permite o passo em direção à convivência das diferenças. A amizade cultiva o que temos de incomum, mais além das críticas e dos elogios. Um amigo espera de nós o inusitado a cada encontro, e nos chama a animar a relação não pelo que é normal, mas pelas vias do nosso desejo.

Sobre a compaixão:
A posição psicanalítica é de que a vida não tem remédio.A psicanálise não defende a compaixão, mas a antepõe à responsabilidade amorosa. A compaixão está em oposição às emoções tônicas – perde-se força quando se compadece. A compaixão piora o padecimento que a vida já traz. A compaixão é contagiosa.À compaixão arma-se em favor dos desarmados e condenados da vida e pela multidão de malogrados de toda espécie que mantém firme o pavio – dá à vida mesma um aspecto sombrio e problemático.

Sobre o sucesso:
Chegar ao sucesso é um problema; suportá-lo, sim, suportá-lo é um problema muito maior. Depende da pessoa conseguir passar a estruturar a sua identidade no seu desejo e não mais no olhar do outro.

Sobre o elogio:
As pessoas ficam hipnotizadas ao serem insultadas. Ao contrário do elogio, que é sempre questionável, o insulto não deixa dúvida sobre seu alvo. Há uma tendência a dar peso de verdade ao insulto e a desconfiar do elogio.

Sobre a psicanálise:
A psicanálise não tem boas respostas. Ela sempre quer analisar e tem sim, sempre boas perguntas. Fazer análise hoje não é saber mais a seu próprio respeito, mas poder mudar a relaçào com o que não se sabe, perder a expectativa de tudo vir a saber e saber apostar sobre esse não saber. Portanto a psicanálise de hoje é a psicanálise do futuro".

Sobre o desejo:
Ah, mas não é nada fácil o exercício da expressão do querer. A pergunta: "Você quer o que deseja?" é uma das mais difíceis de responder.

Eu sou assim, quem quiser gostar de mim, eu sou assim....

sexta-feira, maio 26, 2006

ALGUMA POESIA

Um instante


Aqui me tenho
Como não me conheço
nem me quis

sem começo
nem fim

aqui me tenho
sem mim

nada lembro
nem sei

à luz presente
sou apenas um bicho
transparente

FERREIRA GULLAR

MAIS FERREIRA GULLAR


Não-coisa


O que o poeta quer dizer
no discurso não cabe
e se o diz é pra saber
o que ainda não sabe.

Uma fruta uma flor
um odor que relume...
Como dizer o sabor,
seu clarão seu perfume?

Como enfim traduzir
na lógica do ouvido
o que na coisa é coisa
e que não tem sentido?

A linguagem dispõe
de conceitos, de nomes
mas o gosto da fruta
só o sabes se a comes

só o sabes no corpo
o sabor que assimilas
e que na boca é festa
de saliva e papilas

invadindo-te inteiro
tal do mar o marulho
e que a fala submerge
e reduz a um barulho,

um tumulto de vozes
de gozos, de espasmos,
vertiginoso e pleno
como são os orgasmos

No entanto, o poeta
desafia o impossível
e tenta no poema
dizer o indizível:

subverte a sintaxe
implode a fala, ousa
incutir na linguagem
densidade de coisa

sem permitir, porém,
que perca a transparência
já que a coisa ë fechada
à humana consciência.

O que o poeta faz
mais do que mencioná-la
é torná-la aparência
pura — e iluminá-la.

Toda coisa tem peso:
uma noite em seu centro.
O poema é uma coisa
que não tem nada dentro,

a não ser o ressoar
de uma imprecisa voz
que não quer se apagar
— essa voz somos nós.


Estranheza do Mundo

Olho a árvore e indago:
está aí para quê?
O mundo é sem sentido
quanto mais vasto é.
Esta pedra esta folha
este mar sem tamanho
fecham-se em si, me
repelem.
Pervago em um mundo estranho.
Mas em meio à estranheza
do mundo, descubro
uma nova beleza
com que me deslumbro:
é teu doce sorriso
é tua pele macia
são teus olhos brilhando
é essa tua alegria.
Olho a árvore e já
não pergunto "para quê"?
A estranheza do mundo
se dissipa em você.

FERREIRA GULLAR

quinta-feira, maio 25, 2006

TODO SEU


Nesta quinta-feira à noite, o programa já está fechado:

Com a telinha ligada na TV GAZETA, às 22h, vamos acompanhar as delícias que André Genesini vai preparar para Ronnie Von e seus convidados.

Depois é tentar fazer igual. Se ficar difícil, fale com o Chef. Quem sabe ele dá umas dicas? E se quiser uma consultoria, fazer um curso ou contratá-lo para um evento, mande um e-mail: andre@genesini.com

Para mais detalhes, entre no site do Chef:

http://www.genesini.com/gastronomia/

E se quiser acompanhar o que rolou no programa, clique em:

http://www.tvgazeta.com.br/todoseu/index.php

BOM PROGRAMA!

segunda-feira, maio 22, 2006

É POSSÍVEL VIVER O QUE ELES PENSAM?

Hoje à noite, o filósofo Sébastien Charles lançou o livro "É possível viver o que eles pensam?" na livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo.

Assisti a palestra que fez sobre o livro, que resumo aqui:


O filósofo deve tornar-se o Rei ou o Rei deve tornar-se filósofo.

Essa foi a tônica da conferência de Sebastien Charles no auditório da Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, em São Paulo, na noite de 22 de maio de 2006.

Falou da crise que a filosofia vive hoje, sendo substituída pela ciência para dizer a verdade, de como a imagem que se tem do filósofo hoje ainda lembra o filósofo na era romana – um pensador distraído, fora do mundo. Ele então propõe uma nova filosofia que chama de “filosofia modesta”, que embora pareça menos grandiosa do que já foi na antiguidade, é uma filosofia que não perde em nada da sua definição clássica. Se a filosofia deixou o palco do saber, não quer dizer que os pensadores deixaram de ser indispensáveis; ela apenas adquiriu um sentido estético, esclarecedor, com a função de separar as informações e cuida para não cairmos na imagem sedutora do pensamento mágico.

Sobre o ensino da filosofia, Sebastien Charles propõe: Que a filosofia dê a chave aos estudantes para que eles possam entender o mundo contemporâneo. Ele complementa dizendo que a crise da filosofia é a crise do ensino filosófico.

Sobre o valor da filosofia: Precisamos de filosofia, de debates públicos e critérios que as novas sociedades democráticas exigem. É utopia pensar que a política possa ensinar um modo de viver hoje. A filosofia, assim como a religião, a ciência e as ideologias políticas não mais dão respostas como faziam no passado.

Ele falou também da psicanálise: A psicanálise cuida da saúde mental. Não acredito que a psicanálise está aí para nos fazer mais felizes; ela serve para passar de um sofrimento neurótico para um sofrimento banal. É nesse ponto que a filosofia mostra toda a sua importância, concluiu.

Sobre a felicidade: Sebastien disse que a felicidade não é baseada na aquisição de bens materiais. Eles nos dão sustentação narcisista, mas não felicidade. Mas a filosofia tampouco dá felicidade. Porém, a meditação e a reflexão filosófica ajudam a compreender e ter maior lucidez sobre o mundo e sobre si próprio. Anunciou nesse momento um seminário que fará com Jorge Forbes na próxima semana, dia 30, no Instituto da Psicanálise Lacaniana.

Para finalizar, disse: Se a filosofia não traz felicidade, pelo menos se pode filosofar, o que já é um prazer – o mesmo prazer que espera que as pessoas encontrem na leitura do seu livro.



(Sebastien Charles, filósofo, nasceu em Géradmer, França, em 1971. Atualmente vive no Quebec, Canadá, onde leciona filosofia na Universidade de Sherbrooke. Escreveu com Gilles Lipovetsky “Os tempos hipermodernos”, em 2004 e em 2005 lançou outros dois livros: “La matière et l’espirit” e “Septicisme et Lumiéres”).



Na próxima terça-feira, dia 30 de maio, Sébastien Charles fará uma palestra e debate com Jorge Forbes, no Instituto da Psicanálise Lacaniana. Venha assistir e debater o tema: A filosofia e a felicidade.

Dia 30 de maio, às 20h30
Alameda Lorena 1257, casa 1 - Jardins, São Paulo.
Telefone: (011) 3061-2676 / 3061-0947

domingo, maio 21, 2006

MARISA MONTE -UNIVERSO PARTICULAR



O show de Marisa Monte - Universo Particular, estreou ontem no Credicar Hall, apenas para convidados da NATURA. Continua em cartaz até 28 de maio, de sexta a domingo.

Foi um belo show. O cenário era praticamente feito de iluminação: luz e sombra. Marisa cantou algumas músicas dos dois álbuns que lançou recentemente, mas também nos presenteou com músicas mais antigas.

Os nomes dos CDs: Infinito particular e Universo ao meu redor- este último só de sambas. Um dos sambas que mais gosto é "Vai saber?"- da Adriana Calcanhoto. Veja a letra abaixo:

Vai Saber?
Marisa Monte
Composição: Adriana Calcanhotto

Não vá pensando que determinou
Sobre o que só o amor pode saber

Só porque disse que não me quer
Não quer dizer que não vá querer

Pois tudo o que se sabe do amor
É que ele gosta muito de mudar
E pode aparecer onde ninguém ousaria supor

Só porque disse que de mim não pode gostar
Não quer dizer que não tenha do que duvidar
Pensando bem, pode mesmo
Chegar a se arrepender
E pode ser então que seja tarde demais
Vai saber?

Não vá pensando que determinou
Sobre o que só o amor pode saber

Só porque disse que não me quer
Não quer dizer que não vá querer

Pois tudo o que se sabe do amor
É que ele gosta muito de se dar
E pode aparecer onde ninguém ousaria se pôr

Só porque disse que de mim não pode gostar
Não quer dizer que não tenha do que considerar
Pensando bem, pode mesmo
Chegar a se arrepender
E pode ser então que seja tarde demais

Vai saber?
Vai saber?
Vai saber?

Não vá pensando que determinou
Sobre o que só o amor pode saber

Só porque disse que não me quer
Não quer dizer que não vá querer

Pois tudo o que se sabe do amor
É que ele gosta muito de jogar
E pode aparecer onde ninguém ousaria supor

Só porque disse que de mim não pode gostar
Não quer dizer que não venha a reconsiderar
Pensando bem, pode mesmo
Chegar a se arrepender
E pode ser então que seja tarde demais

Infelizmente não posso gravar a música aqui, o CD é bloqueado. Mas é um sambinha bem gostoso.

Marisa estava num bom astral no show. Chegou a falar que não acreditava que "É impossível ser feliz sozinho", como disse Tom. E para replicar cantou uma música dela com Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown: SATISFEITO:

Satisfeito
Marisa Monte
Composição: Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte

Você me deixou satisfeito
Nunca vi deixar alguém assim
Você me livrou do preconceito de partir
Agora me sinto feliz aqui

Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho
Vivo tranqüilo, a liberdade é quem me faz carinho
No meu caminho não tem pedras nem espinhos

Eu durmo sereno e acordo
Com o canto dos passarinhos
Eu durmo sereno e acordo
Com o canto dos passarinhos

No final disse que Tom está certo, o fato é que a gente precisa saber ser feliz sózinho para poder ser feliz com outra pessoa.

É isso aí.

sábado, maio 20, 2006

UMA PALAVRA - CHICO BUARQUE

Chico Buarque tem uma relação forte com a palavra. É de se supor, pelo poeta, compositor e romancista que é. Mas ele confessa essa paixão no DVD - UMA PALAVRA, que faz parte da caixa 3 do documentário sobre sua sobra.

Logo de início, num restaurante de Lisboa, ele declama o poema de Alvaro de Campos - Dobrada à moda do Porto, que publiquei aqui no blog, ano passado (uma das poesias preferidas de Tetéia, em se tratando de Fernando Pessoa). Vale a pena ler de novo:


DOBRADA À MODA DO PORTO


Um dia, num restaurante, fora do espaço e do tempo,
Serviram-me o amor como dobrada fria.
Disse delicadamente ao missionário da cozinha
Que a preferia quente,
Que a dobrada (e era à moda do Porto) nunca se come fria.

Impacientaram-se comigo.
Nunca se pode ter razão, nem num restaurante.
Não comi, não pedi outra coisa, paguei a conta,
E vim passear para toda a rua.

Quem sabe o que isto quer dizer?
Eu não sei, e foi comigo...

(Sei muito bem que na infância de toda a gente houve um jardim
Particular ou público, ou do vizinho.
Sei muito bem que brincarmos era o dono dele.
E que a tristeza é de hoje).

Sei isso muitas vezes,
Mas, se eu pedi amor, porque é que me trouxeram
Dobrada à moda do Porto fria?
Não é prato que se possa comer frio.
Não me queixei, mas estava frio,
Nunca se pode comer frio, mas veio frio.

Foi muito legal ouvir o Chico declamando essa poesia num bar/restaurante de Lisboa - A BRASILEIRA, que tantas lembranças me traz de lá.

Depois, ele falou da PALAVARA e cantou a música:

UMA PALAVRA

Palavra prima
Uma palavra só, a crua palavra
Que quer dizer
Tudo
Anterior ao entendimento, palavra

Palavra viva
Palavra com temperatura, palavra
Que se produz
Muda
Feita de lua mais que de vento, palavra

Palavra dócil
Palavra d'agua pra qualquer moldura
Que se acomoda em baldo, em verso, em mágoa
Qualquer feição de se manter palavra

Palavra minha
Matéria, minha criatura, palavra
Que me conduz
Mudo
E que me escreve desatento, palavra

Talvez à noite
Quase-palavra que um de nós murmura
Que ela mistura as letras que eu invento
Outras pronúncias do prazer, palavra

Palavra boa
Não de fazer literatura, palavra
Mas de habitar
Fundo
O coração do pensamento, palavra

Aí veio então o ponto alto do DVD: Quando ele falou da música João e Maria, uma das mais bonitas do Chico, na minha opinião. Além de linda, essa música tem um valor sentimental muito forte para mim. Traz lembranças de tempos idos, vividos, "tempo em que a gente era obrigado a ser feliz" e se era feliz sem pensar.

JOÃO E MARIA

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões, os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque e ensaiava o rock para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei a gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião, o seu bicho preferido
Vem, me dê a mão, a gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá desse quintal era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?


Chico contou que essa música havia sido composta por Sivuca em 1947 e que 30 anos mais tarde ele compôs a letra, inspirado nas conversas das crianças. Na época suas filhas eram pequenas e brincavam de: agora eu era.....

Quem não brincou de agora eu era ...? Me lembrei imediatamente das brincadeiras de quando era criança. Eu era sempre a princesa ou a rainha, enquanto meu irmão e seus amigos iam conquistar as terras e vencer as guerras para a princesa.

Pois é, acho que estou saudosista hoje. Por que será?

Ela desatinou ....

E a interpretação dessa música foi uma boa surpresa: Chico e Daniela Mércury cantando ao som do piano de Tom Jobim.

Chico é um bom contador de histórias também. Sendo o grande artista que é, e lindo como é, vale a pena assistir e se perder nesse DVD.

quinta-feira, maio 18, 2006

A PALAVRA E O DISCURSO


As palavras são minha nova paixão.

A semiótica é uma nova paixão.

É um fato. É um ato.

Veja que letra linda (a música cantada por João Bosco é maravilhosa!!!)


Memória da pele
(João Bosco e Waly Salomão)

Eu já esqueci você, tento crer
Nesses lábios que meus lábios sugam de prazer
Sugo sempre, busco sempre a sonhar em vão
Cor vermelha, carne da sua boca, coração

Eu já esqueci você tento crer
Seu nome, sua cara, seu jeito, seu odor
Sua casa, sua cama, sua carne, seu suor
Eu pertenço à raça da pedra dura

Quando enfim juro que esqueci
Quem se lembra de você em mim, em mim
Não sou eu, sofro e sei
Não sou eu, finjo que não sei, não sou eu

Sonho bocas que murmuram
Tranço em pernas que procuram, enfim...
Não sou eu, sofro e sei
Quem se lembra de você em mim, eu sei, eu sei...

Bate é na memória da minha pele
Bate é no sangue que bombeia na minha veia
Bate é no sangue que borbulhava na sua taça
E que borbulha agora na taça da minha cabeça


Já parou e analisou essa letra?
É do ca..........

domingo, maio 14, 2006

UM DIA COM A MÃE E COM OS FILHOS



O dia das mães é como um dia qualquer. Porque somos mães e filhas todos os dias. Mas neste domingo, minha mãe veio para nossa casa e André nos presenteou com um belo almoço; Letícia desfrutou com a mãe, o irmão e a avó.

Um almoço especial: Risoto de cogumelos e camarão com ervas e gengibre, à moda Genesini. Aqui vai a receita:

Risoto de cogumelos

Ingredientes: arroz arbório Gallo, vários tipos de cogumelos, azeite de oliva, queijo parmezão ralado, cebola ralada, manteiga e caldo de carne e legumes.

Prepara-se um caldo de carne e legumes com 3l de água; sal à gosto.
Numa panela à parte, frita-se cebola picada no azeite de oliva. Junta-se 1/2 kg de arroz arbório (Gallo). Mexe-se tudo por uns minutos até que se quebre a camada de amido mais grossa, própria desse tipo de arroz.
Em seguida junta-se ao arroz 150 ml de vinho tinto (pode ser branco tbém). Mexe mais um pouco e junta o caldo até cobrir todo o arroz.
Passa-se os cogumelos na manteiga, numa panela à parte, depois que foram limpos e cortados em cubinhos.
Junta os cogumelos ao arroz e junta o caldo até cobrir tudo novamente. Continua-se adicionando o caldo até que o arroz fique cozido ao dente.
Com o fogo deligado junta-se 150g de queijo parmezão ralado e 30g de manteiga. Mexe bem até a manteiga derreter.
Mistura sal e pimenta à gosto.
Sirva em seguida.

Camarão com ervas e gengibre à moda Genesini

- limpa-se os camarões
- corta-se as ervas bem batidinhas
- oorta-se pedaços de abacaxi, alho-poró e gengibre, em cubinhos
- passa-se os camarões no sal e pimenta
- frita-se no azeite de oliva o alho-poró e o gengibre
- acrescenta-se os camarões
- frita-se tudo junto e depois acrescenta-se as ervas
- junta-se os pedaços de abacaxi e continua tudo no fogo
- acrescenta-se 2 colheres de sopa de mel e azeite balsâmico
- flamba-se com run.
serve em seguida.

MARAVILHOSO !!!!!!

Para garantir o clima do domingo, providenciei alguns presentes:

- um livro do Drummond: A Rosa do Povo
- o segundo livro de memórias de Manoel de Barros: Memórias Inventadas - A Segunda Infância (uma linda caixa com folhas soltas formando o livro e amarradas com uma fita; os desenhos ilustrativos são linods, tão delicados), lindo, lindo!
- a caixa número 3 com os 3 DVDs do Chico
- o CD /DVD lançamento do Chico (Buarque)

Já tenho um novo notebook. Só falta rechear com novos arquivos e uma lista de endereços de e-mail.

Peço aos amigos que enviem seus e-mails para me recuperar da perda e continuar divulgando meu blog, os sites de psicanálise e minhas sugestões.

sábado, maio 13, 2006

ALMOÇO EM EMBU DAS ARTES








Uma tarde de sábado.

Um restaurante europeu no Embu.

Festival gastronômico do Chef Guilherme no seu Empório São Pedro. Viva Mari Nigri, as Teresas, Carelli, Letícia e Victor.

Viva mamãe que completou 79 anos no dia 11!!!!

Boa comida, bons amigos; um bom programa.

sexta-feira, maio 12, 2006

VOCÊ QUER MESMO SER AVALIADO?


O livro de Jacques-Alain Miller e Jean-Claude Milner, com prefácio de Jorge Forbes, foi lançado na Bienal do Livro deste ano, em São Paulo, pela Editora Manole. Ele denuncia essa sociedade de controle que se instala cada vez com mais força em nossos dias.

Selecionei algumas frases do livro:

A avaliação não é uma ciência, mas uma arte de gerenciamento.

Sob o pretexto de que há medida, mede-se, escalona-se, conta-se, compara-se; imagina-se que é científico. Isso não tem nada de científico e os melhores avaliadores, os mais inteligentes, que estão interessados no problema, sabem perfeitamente que não se trata de uma ciência.

Não é porque há cálculo que há ciência.

Não há problema que uma falta de solução não possa resolver.

O credenciado, o avaliado, é depurado de suas faltas e fica limpo como um bebê. É um batismo burocrático.

A operação de avaliação faz o ser passar de deu estado de ser único ao estado de um-entre-outros. É o que o sujeito ganha, ou perde, na operação: aceita ser comparado, torna-se comparável, tem acesso ao estado estatístico.

A avaliação se apresenta, com efeito, como o estabelecimento da conexão do gozo único, solitário sempre, autístico do sujeito com o Outro.

A avaliação destaca, com uma pureza que talvez jamais tenha sido atingida na história, a marcação primordial significante do ser humano, que é a matriz da socialização.

O avaliador chega como alguém que diz: "Eu não sei nada". E essa é a sua força, o lado inexpugnável de sua posição.

A comparação é, efetivamente, o núcleo da avaliação. É a operação que, passado o momento da sedução, permitirá que se chegue à estagmatização. Como dizia Jean-Claude Milner, a avaliação é um método de eliminação. E não qualquer um.

A avaliação visa a isso, a auto-condenação do sujeito. É a lógica própria do todo controle a partir do saber. Por isso, podemos considerar a avaliação como um método perverso.

Nós, os Psicanalistas, vamos debater esse estado de coisas num Fórum: A Psicanálise VERSUS A Sociedade de Controle. No dia 10 de junho, no MuBE. Toda a sociedade deveria participar dessa discussão. Aguardo você.

Veja os detalhes desse Fórum no site do Projeto Análise:

http://www.jorgeforbes.com.br/br/contents.asp?s=31&i=62

quinta-feira, maio 11, 2006

NO MEIO DO CAMINHO TINHA UMA PEDRA

Tinha uma pedra no meio do caminho.

E bamg-bang ...

Socorro! É um assalto!

A amiga de todas as horas tudo ouve, acompanhando do outro lado da linha. E se angustia.

Mas graças à sua ação a cena mudou.

Entra em cena o analista, o grande amigo. Tudo fica mais lúdico, mais fácil, mais claro.

Duas pessoas conduzindo a distância o desfecho feliz de uma emboscada.

Volto pra casa abatida, desencantada da vida ....

Mas aliviada e feliz ao abraçar os filhos.

Já dizia o velho deitado: " Foram-se os anéis; ficaram os dedos".

Salve Tetéia !!!

Salve JF !!!

Pois é
Fica o dito e o redito por não dito
E é difícil dizer que foi bonito
É inútil cantar o que perdi

Taí
Nosso mais-que-perfeito está desfeito
E o que me parecia tão direito
Caiu desse jeito sem perdão
...

Certos acontecimentos unem as pessoas para sempre. É o caso desse triângulo Tetéia, JF, T.

domingo, maio 07, 2006

UMA SEMANA DE PESO


A semana que passou foi intensa.

Feriado em Ilhabela. Exposição de Guto Lacaz: Santos Dumont - designer. Conversação Mídia e Comportamento em preparação ao Fórum "A PSICANÁLISE VERSUS A SOCIEDADE DE CONTROLE" . Conferência de JF sobre Chatos e Interessantes, em Belo Horizonte. Aniversário de Sigmund Freud: 150 anos do seu nascimento.

E esta semana que se inicia não vai ficar por menos.

Aguardem!!!!

6 DE MAIO - 150 ANOS DE FREUD

Samuel é uma gracinha de menino. Tem 5 anos. Nos conhecemos no voo de Belo Horizonte a São Paulo, ele em conexão de volta a Zurique com seu pai e eu voltando para casa. Embora por caminhos diferentes, nós três estávamos voltando para casa. Suiço-alemão como seu pai, mas filho de mãe brasileira, só falava alemão. Isso não impediu que nos entendêssemos. Deixei meu livro "Quando Nietzsche chorou" de lado e comecei a conversar com seu pai.

Seu pai falava português além de francês (sua mãe é francesa) e alemão, sua língua natal.

O avião estava vazio - não mais de 15 passageiros. Ao saber de minha formação psicanalítica quis improvisar uma sessão de análise.

No dia do sesquicentenário de Sigmund Freud, no céu que une Minas a Sào Paulo fiz meu primeiro atendimento.

A DIFERENÇA ENTRE OS INTERESSANTES E OS CHATOS


Na sexta-feira, 5 de maio, véspera do sesquicentenário de Sigmund Freud, assisti em Belo Horizonte, com Angélica, uma conferência de Jorge Forbes: "A diferença entre os interessantes e os chatos, segundo S. Freud". Claro que todos os presentes se consideravam parte do grupo dos interessantes. A diferença básica entre as pessoas desses dois grupos é que a pessoa interessante se repete na diferença enquanto que o chato se repete na igualdade. Jorge Forbes nos ajuda:

Qual o elemento comum entre os chatos?

- É não suportar que haja um silêncio entre as pessoas.

- É aquele que não suporta o mal-entendido.

- O chato é uma pessoa angustiada.

Ser interessante pressupõe a técnica de suportar o sentimento de repulsa, de suportar a vergonha.

Só aquele que suporta a sua vergonha pode ser interessante. Todo mundo tem essencialmente uma vergonha de existir, que vem do descompasso entre si e o mundo. Daí vem o narcisismo - é a vergonha social que recobre nossa vergonha íntima.

Angélica é uma pessoa muito interessante. Foi bom revê-la e conversar com ela. Estar com uma boa amiga faz bem para a alma.

No dia seguinte, almoçamos Angélica, Pedro Paulo, Lucas (o neto querido) e eu, no restaurante Badejo - comemos uma deliciosa moqueca capixaba. Para completar, uma cachaça mineira chamada Lua Cheia - sugestão de Pedro Paulo.

Foi um fim-de-semana agradável. E a volta também.

PSICANALISTAS DISCUTEM MÍDIA E COMPORTAMENTO


Na quarta-feira 3 de maio, o IPLA recebeu piquiatras, educadores, juristas, geneticistas, além de psicanalistas para debater Mídia e Comportamento. A casa estava lotada e o debate foi acalorado.

Jorge Forbes coordenou o debate. A sua fala está aqui resumida:

É importante denunciar, avisar que está se passando um fenômeno no qual estamos sendo cúmplices. Houve uma mudança. Uma mudança de um mundo organizado verticalmente, onde se sabia como namorar, como casar, ter e criar filhos. Enfim, bem ou mal, certo ou errado, havia uma série de padrões em que as pessoas eram favoráveis ou contra. Tínhamos o mundo dos “alienados”e o mundo dos “rebeldes”. Era um mundo em que um gênio chamado Sigmund Freud, que comemora nesta semana o sesquicentenário de seu nascimento, teve a capacidade de captar a estruturação desse homem num modelo vertical, chamado Edípico. Freud inventou um mito do Édipo, dizendo que todo o resto é decorrência de uma pessoa, um ser humano que, se sentindo longe do mundo que perdeu, precisa de um intermediário, como um barqueiro que o transporta para a outra margem do rio e nesse barquinho tem a vela do pai.
Houve uma mudança importante nos últimos anos onde um dos fatores mais fundamentais é que esse eixo vertical não existe mais. E para lidar com essa mudança, não suportando o que ocorre, existe uma cumplicidade entre controlador e controlado. Há uma pluralidade de ideais e ninguém mais pode se apresentar como o grande barqueiro, o grande timoneiro.
É necessário hoje que as pessoas façam escolhas todos os dias sobre o que elas querem e perceber se realmente querem o que desejam. Isso é muito difícil, normalmente se quer o que não se deseja. Estamos, neste momento, frente a duas possibilidades:
1) Avançamos fazendo uma invenção no mundo ou
2) Retrocedemos e inventamos novas representações verticais que nos assegurem nossas escolhas nos protejam da angústia insuportável da escolha.
Essa segunda alternativa propicia a criação de novos deuses, a neo-religião ou a tentativa de cientifização do correto com receitas contraditórias.
Entendemos que devemos convocar a imprensa para dizer que ela pode estar cúmplice nesse processo. Por isso teremos nesse Fórum “A Psicanálise versus A Sociedade de Controle” três temas a serem debatidos: “Mídia e Comportamento”, “Você quer mesmo ser avaliado?” e “Como suportar não ser controlado?”.
Temos que entender e nos posicionar. A idéia não é aprofundar a discussão, pois o aprofundamento não significa melhor conhecimento. A cada aprofundamento há um novo tipo de ignorância. Fazer medições e políticas de saúde na base do custo-benefício é ficar numa topologia ultrapassada, cartesiana, de um mundo que não existe mais. Existe uma ética na escolha humana que diferencia o homem dos outros animais. Macacos por exemplo, não precisam de ética; eles sabem como ser. O homem, ao contrário, se quiser viver nessa ética e arriscar-se numa invenção, terá que escolher sem garantias de um saber e responsabilizar-se por sua escolha.

Para ter um resumo do que foi tratado nessa noite, clique no link abaixo e leia a matéria de Rodrigo Abrantes.
http://www.jorgeforbes.com.br/br/contents.asp?s=22&i=63

SANTOS DUMONT - DESIGNER

Na terça-feira 2 de maio Guto Lacaz estreou uma exposição sobre Santos Dumont e sua obra.

É uma exposição importante e muito didática.

Uma volta pelo museu e você se sente participando do mundo criativo e aventureiro de Santos Dumont. É uma exposição muito bonita, lúdica, inteligente e ireverente, como foi esse grande designer.

Belas maquetes, desenhos e fotos de suas criações nos remetem à sua época e seu mundo.

Você sabia que ele também inventou o chuveiro? e móveis altos para pessoas baixinhas? o relógio de pulso?

Vá até o Museu da Casa Brasileira e viaje nessa exposição.
Av. Faria Lima 2705 São Paulo SP
11 3032-3727

FOTOS DE ILHABELA















Ilhabela é uma ilha encantada.

A Vila é uma gracinha, o mar de um azul só dele.

Caminhar pela vila olhando o mar e o verde é tão bom....

Quero ter uma casa em Ilhabela.

Curtir o mar e sol de Ilhabela.

Ser feliz em Ilhabela.