domingo, outubro 16, 2005

HOMENAGEM AO DIA DO PROFESSOR


O professor é uma pessoa muito importante na formação de uma pessoa. Qualquer um de nós tem na memória a figura de um professor. Alguém que nos marcou, que criou um laço, que faz parte da nossa história.
Fui professora também boa parte da minha vida. Tenho boas amigas que ainda são professoras e também tenho bons professores.
Outro dia, participei de uma mesa na programação da semana de “Educação: Identidade e Inclusão”, da UNIP. Foi mais uma iniciativa da Antonia M. Nakayama, minha querida amiga Toninha, uma grande educadora.
Em minha apresentação, citei um texto de Jorge Forbes “ A Escola Lacan: Questões à Pedagogia”.

Nesse texto, de uma conferência apresentada na Faculdade de Educação da USP, em agosto, ele cita duas canções para mostrar a diferença entre dois tipos de amor.

“Ai que saudades da Amélia”, de Mário Lago e Ataulfo Alves – diz que Amélia é a mulher de verdade por não se sentir compreendido por essa mulher. No entanto, é essa mulher que ele ama. Como no amor Freudiano, se ama negando.
“Meu bem, meu mal”, de Caetano Veloso – diz que ela encarna o bem e o mal: “....você é minha droga, paixão e carnaval: meu zen, meu bem, meu mal”.
Cita então Lacan: “Amo em ti mais do que tu”- um suporte para o mais além. O que se pode dizer e o que está além da possibilidade do dizer; a quebra o maniqueísmo do bem e do mal.
Forbes faz uma analogia com essas canções e tipos de escola, relacionando amor e saber.
A escola “tradicional” (de Mario Lago e Ataulfo Alves) – com o professor “padrão”, onde o ensino reacionário quer vencer a invenção e a competência.
A escola “nova” (de Caetano Veloso) – com o professor “camarada” e os estudos interdisciplinares, significam que nenhum saber é maior que o outro e que juntos saberemos mais. É uma idéia mais simpática mas não resolve a questão.
Forbes, propõe então uma outra escola: A Escola Lacan – a escola “real”. A questão não é saber menos ou mais, é como agir além da possibilidade do entendimento. É a escola do professor “solidário” – a possibilidade da articulação mútua da solidão; isto é, não nos compreendemos, mas apesar disso estamos juntos.
O real, como aquele impossível de ser captado, que deve ser incluído pela escola. Na Escola Lacan, cada pessoa seria cobrada a se implicar e a dar conseqüência à sua fala. Isso vale para a Psicanálise e para a Educação.

Escute as duas músicas: Ai que saudades da Amélia Meu Bem, Meu Mal

Clique no link e leia o texto integral de Jorge Forbes. A Escola Lacan

Um comentário:

Anônimo disse...

A Semana Paulo Freire de Educação, da UNIP, teve no seu 2º dia a gostosa participação da Teresinha. Sua fala foi completamnete entendida por todos. Teresinha fez uma análise Lacaniana do vínculo dominial, a partir da peça de teatro apresentada, e falou gostosamente, sem afetação, mostrando seu jeito direto de falar, e ao mesmo tempo ampliando o olhar de todos pelos aspectos mencionados.