sábado, julho 02, 2005

A poesia - toda - é uma viagem ao desconhecido (MAIAKÓVSKI)

A FLAUTA-VÉRTEBRA

A todos vocês,
que eu amei e que eu amo,
ícones guardados num coração-caverna,
como quem num banquete ergue a taça e celebra,
repleto de versos levanto meu crânio.

Penso, mais de uma vez:
seria melhor talvez
pôr-me o ponto final de um balaço.
Em todo caso
eu
hoje vou dar meu concerto de adeus.

Memória!
Convoca aos salões do cérebro
um renque inumerável de amadas.
Verte o riso de pupila em pupila,
veste a noite de núpcias passadas.
De corpo a corpo verta a alegria.
Esta noite ficará na História.
Hoje exercitarei meus versos
na flauta de minhas próprias vértebras.

Maiakóvski nasceu em 7 de julho de 1893. Ainda faltam uns dias para o seu aniversário, mas como acordei pensando nele, resolvi colocar aqui um de seus poemas que mais gosto. Espero que aqueles que compartilham essa paixão por sua poesia e pelo homem que foi, apreciem também.

3 comentários:

Anônimo disse...

Gostei.
Genial.

É também o aniversário de minha mãe, vejam só. Sete de julho.

Anônimo disse...

Teresa,
adooooreeeiii!!!
Só uma "devoradora"de livros como vc,poderia nos dar de presente uma pérola como esta.
bjos,
Kate

Anônimo disse...

Nossa gostei
muito espirado
me emosionei
com isso.....gostei muito bom...