Mallarmé, Joyce e Valéry fazem parte do universo do serpensamento.
A imagem da serpente percorre toda a obra de Paul Valéry – a sexualidade, a erotização da linguagem, a reflexão sobre o ser e o nada.
Para Valéry, a serpente é o ícone do pensar: “acostumar-se a pensar como serpente que se come pela cauda”; “eu contenho o que me contém”.
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Du plaisir que tu te proposes
Cede, cher corps, cede aux appâts!
Que ta soif de métamorphoses
Autour de lÁrbre du Trepas
Engendre une chaine de poses!
Viens sans venir! Forme de pás
Vaguement comme lourds dês roses...
Danse, cher corps…Ne pense pas!
Ici les délices sont causes
Suffisantes au cours de choses!...
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(Paul Valéry: Ébauche d’un serpent)
Do prazer em que já te esvais,
Cede, corpo, às ávidas vozes!
E que as tuas metamorfoses
Em torno da Árvore dos Ais
Teçam um ritual de poses!
Vem sem ver! Em passos sem pausa
Ousa os pés que entre rosas pousas!
Dança, corpo... Não penses mais!
Aqui, só o gozo é a causa
Suficiente ao curso das cousas!...
(tradução de Augusto de Campos: Esboço de uma serpente)
E ainda para curtir uma canção francesa: clique para assistir ao clip de Elisa Tovati - Le psy
http://www.tv5.org/TV5Site/musique/artiste-834-ariane_moffatt_et_elisa_tovati.htm
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