domingo, abril 09, 2006

Medicina X Psicanálise

Participei neste sábado de um Colóquio na Escola Brasileira de Psicanálise - SP sobre os Nomes do Pai, uma forma de se falar da Nomeação. A conferência de Jorge Forbes foi maravilhosa. Na primeira parte da sua conferência falou da diferença do fazer do médico e o fazer do psicanalista, em relação ao mal-estar do paciente. Acho interessante reproduzir aqui porque mostra a diferença entre a ética da medicina e a ética psicanalítica:

Como o médico nomeia quando o paciente se queixa?
Ele transforma o que o paciente diz num vocabulário e o acomoda, e de certa forma o conforta, o nomeia.
A medicina dá um nome confortável à dor do paciente, um nome que “acomoda”. O médico nomeia, diz quem é o paciente.
Jorge Forbes antepõe o nome confortável que a medicina dá à nossa dor, ao nome desconfortável que a psicanálise dá.
Uma pessoa vai para uma análise da mesma forma que vai ao médico, quer saber quem ela é, qual a sua justa ação. E quanto mais análise uma pessoa faz, menos ela sabe de si; quanto mais fala do seu nome, mais se sente estranha a ele.
Quando uma pessoa sai da análise, ela sabe o seu nome, mas não sabe o que ela tem a ver com esse nome, porque numa análise esse nome é sem-referência, é uma nomeação.

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