quinta-feira, janeiro 29, 2009

KOSKAS, MONET, FREUD


Fui à Rouen, na Normandie, para ver a exposição de George Koskas.


A visita à cidade já valia a viagem, pois além de ser uma das mais antigas cidades da França, fica à beira do Sena. Sua catedral, um dos grandes monumentos em estilo gótico do século XII foi imortalizada pela pintura de Monet. É a cidade de Jona D'Arc e foi na praça da cidade antiga onde ela foi queimada, em 1431.



















Maguy, Andréa e eu curtimos muito a visita à cidade.
A exposição de Koskas, de 21 de novembro de 2008 a 22 de fevereiro de 2009, está sendo exibida no MUSÉE DES BEAUX-ARTS DE ROUEN.

O link do museu dá detalhes da exposição:




GEORGES KOSKAS nasceu em La Marsa, na Tunísia, em 1926 e instalou-se em Paris em 1946.


Suas obras da década de 50 eram dedicadas à figuração - formas geométrics. Depois foi minimizando cada vez mais suas formas, chegando aos pontos.

Em 1959 se arrisca numa aventura de uma nova forma figurativa.

Em 1979 Koskas se engaja no projeto "fotos-pinturas". Começa a trabalhar com a fotógrafa Eva Rodgold e publica em 1981 seu romance-foto. Sua fase final é uma virada total, chegando a ser uma obra à parte.















































Essa retrospectiva é uma ocasião especial de apreciar o itinerário desse grande artista.
Se você estiver na França até 22 de fevereiro, não pode perder essa oportunidade. Visite Rouen e a exposição de Koskas !

Passear pelo Jardin des Tuileries, sentar numa cadeira, ler, ficar olhando a paisagem do lago ou da cidade, no lado oposto, é uma viagem.
E essa viagem chega ao auge, quando você entra no Musée de L'Orangerie e visita as duas salas com as ninféias de Monet cobrindo toda a parede, em volta da sala. É uma experiêcia indescritível !



No penúltimo dia antes de voltar ao Brasil, fui visitar a exposição LA PASSION À L'OEUVRE - RODIN ET FREUD COLLECTIONNEURS, no Musée Rodin.
Fui à pé, saindo de casa e seguindo pela Av. Breteuil até Les Invalides. Logo em frente está o museu Rodin, com aquele jardim maravilhoso cheio de esculturas do artista.
Estava interessada na coleção de arte de Freud que nessa exposição era mostrada em paralelo com a coleção de arte de Rodin.
Uma excelente opção para o final da temporada em Paris.
Se você está em Paris, dê uma olhada nessa exposição e de quebra curta as esculturas de Rodin no jardim e no palácio, que foi a moradia do artista.

Veja o site com as informações detalhadas:

http://www.musee-rodin.fr/accueil.htm

segunda-feira, janeiro 26, 2009

JE NE SAIS QUOI ...









JE NE SAIS QUOI trata da relação entre Sigmund Freud e a cantora Yvette Guilbert.


JE NE SAIS QUOI ... é a peça de teatro apresentada hoje em Paris, no Théâtre la Vieille Grille. A peça, sobre a comunicação entre Freud e a cantora, é um musical em que Nathalie Joly canta as canções de Guilbert acompanhada pelo pianista Jean-Pierre Gesbert. É inspirada na relação de amizade e de admiração mútua entre Freud e Guilbert.



A história começa em 1889, quando Freud vem à Paris para um congresso internacional de hipnotismo. Madame Charcot insiste em levar Freud para assistir a apresentação da vedete Yvette Guilbert, ainda em início de carreira e Freud se encanta por ela. Nesse dia Yvette interpreta a canção DITES MOI QUE JE SUIS BELLE - esta torna-se a canção preferida de Freud.

Veja aqui a filmagem que Andréa fez esta noite, no teatro, da canção preferida de Freud:



Yvette inicia a carreira com 16 anos e depois vai para o Moulin Rouge. Começa a viajar fazendo shows internacionais. Será depois imortalizada por Tolouse Lautrec, que a tem como uma de suas musas inspiradoras. Veja aqui algumas figuras de Lautrec sobre Yvette: http://www.nga.gov/exhibitions/2005/toulouse/guilbert.shtm


Passam-se 37 anos até que, em 1926, Freud e Yvette se conhecem pessoalmente e começam a se corresponder. Freud vem vê-la em Paris, ela vai para Londres e Freud vai assistir aos shows. Yvette casa-se com Max, um biólogo vienense, que se torna também amigo de Freud. Max traduz para Yvette as primeiras cartas de Freud. Quando Freud adoece em Londres, Maria Bonnaparte traz Yvette para cantar para Freud.

Yvette tem uma personalidade que fascina a Freud e ela é encantada por Freud. Sigmund Freud e a cantora Yvette Guilbert se corresponderam desde 1926 até poucos meses antes da morte dele, em 1939.

Este vídeo do YouTube traz uma gravação original de Yvette:



Essa peça foi uma dica que me deu Jorge Forbes - que sempre dá as melhores dicas de Paris.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

L' ORIENTATION LACANIENNE

Assisti as duas aulas de janeiro (14 e 21) de Jacques-Alain Miller, do curso de 2008/2009 - Choses de finesse en psychanalyse.

As aulas acontecem às quartas-feiras, às 13h45, à l'amphithéâtre Paul-Painlevé, dentro do CNAM (Conservatoire National des Arts et Métiers) , 292, rue Saint-Martin, 75003 Paris.

O anfiteatro de 460 lugares estava praticamente lotado. Miller chega e logo começa sua aula que dura cerca de 1 hora e meia, no meio de um silêncio total. Ao terminar, se despede e sai rapidamente.

Nem uma pergunta, nenhum comentário. Na saída começa o "buchicho"- as aulas desdobram-se em grupos de estudo.

O curso está maravilhoso e gostei muito dessas 2 aulas.

Os temas principais abordados foram:
- o começo e o fim da análise,
- o desejo de ser analista e o desejo do analista,
- o inconsciente construído em análise,
- uma psicanálise tem a estrutura de ficção.
- qual a relação entre ficção e gozo?

Fiquei com vontade de voltar em outubro para as jornadas da ECF - 2009: Comment devient-on psychanalyste à l'orée du XXIème siècle ?


Confira no site: http://www.causefreudienne.org/

domingo, janeiro 18, 2009

O MELHOR LUGAR DO MUNDO É AQUI E AGORA



Andrea e eu estamos no 7-ème, ao lado da Praça Breteiul, ao fundo da torre Eifel,

É um quartier muito bonitinho, perto de tudo que é interessante: museu Rodin, Invalides, túmulo do Napoleão.

Tem um feirinha bábara às quintas e aos sábados, com frutas, verduras, queijos, carnes, peixes, comidas prontas, bolos, roupas e sapatos.

Tem boas boulangeries, epiceries e bistrôs simpáticos.

Dá pra ir apé até Saint Germain de Prés, ao Bon Marché, etc... Mas o metrô quase na esquina facilita a vida.

Fica pertinho (a duas quadras) do apto de Maguy e do outro lado da praça Breteuil fica o apto de Valérie e Roberto Haenel - grande amgo de velhos tempos e que me alugou este apto. Melhores vizinhos impossíveis !






















Todas essas fotos maravilhosas foram tiradas por Andrea, que, encantada com a beleza da cidade, disparou o botão da máquina fotográfica e está fazendo uma bela reportagem por onde vai.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

PICASSO E SEUS MESTRES



Essa é a grande coqueluche em Paris, em se tratando de exposições.

As filas são imensas, com horas de espera, principalmente no Grand Palais onde está a maior parte da exposição.

Ela se complementa em mais outros dois museus - no Louvre: Picasso / Delacroix: Les femmes D'Arger e no Musée D'Orsay: Picasso / Manet - Le Déjeuner sur l'herbe.


A exposição do Grand Palais traz várias obras de Picasso que são releituras dele dos grandes mestres. Dessas prefiro as que são relativas às obras de Velasquez.

Palavras de Picasso: Las Meninas, quel tableau! Quelle realité! Velasquez est vrai peintre de la realité!

Das obras de Velasques - LAS MENINAS e L'INFANTE MARIE-MARGUERITE - Picasso fez uma série de cada uma delas. São as minhas preferidas da exposição e por isso selecionei aqui uma reprodução de cada. Picasso passou quatro meses do ano de 1957 desenvolvendo várias obras / versões desses quadros de Velasquez.


Velasquez (1653/ Picasso (1957) - L' infante Marie Marguerite



















Velasquez (1656) / Picasso (1957) - Las Meninas









No Museo D'Orsay,todas as obras de Picasso se referiam a uma única obra de Manet: LE DÉJEUNER SUR L'HERBE, de 1863.
Esse raro quadro de Manet, de 1863, que mostra um piquenique num bosque, com 3 pessoas: 2 homens vestidos e uma mulher nua, chamou a atenção de Picasso. De 1954 a 1962, ele desenvolveu inúmeras versões desse quadro, com diferentes tendências.
Picasso (1960) / Manet (1863) - Le Déjeuner sur L'herbe

















No Louvre, a partir do quadro de Eugène Delacroix - Les Femmes d'Alger, de 1834, vemos 2 cadernos de desenho de Picasso, iniciados em 1940 e 15 pinturas desse tema, desenvolvidos entre 13 de dezembro de 1954 a 13 de fevereiro de 1955. São várias versões do tema, numa avidez de criação que nos impacta.
Delacroix (1834) / Picasso (1955) - Les femmes d'Alger











Gostei muito dessas exposições e consegui entender um pouco melhor a forma de Picasso se expressar a partir de seus mestres.

Quem quiser aproveitar, as exposições terminam dia 2 de fevereiro, mas a partir de 30 de janeiro ficam 24 horas abertas até o fechamento no dia 2.
Vale a pena !!!