VOCÊ É UM MASCARADO?

No programa SAIA JUSTA de hoje, do canal GNT, teve uma discussão sobre o sucesso, a solidão dos bem-sucedidos e crise de identidade. Mônica Waldvogel chamou Jorge Forbes, seu psicanalista predileto, como ela o nomeou, para falar sobre o tema. Veja aqui o que ele falou.

As pessoas acham que ter sucesso é uma coisa ótima. Mas não é tanto; vou dizer porque.
Começo pela palavra. A palavra sucesso vem de ceder; cair de algum lugar. Cair de onde? Cair do grupo a que a pessoa pertence. Ter sucesso é ser diferente do grupo que normalmente você vive até então. E o grupo não é tão simpático assim com quem mostra pra ele que dá pra ser na vida de uma forma diferente, normalmente de uma forma melhor que aquela que todos que fazem parte desse grupo costumam ser.
Acontecem então duas coisas: o movimento do grupo e o movimento da pessoa.
– O grupo reage atacando aquele que tem sucesso. Reforça o seu narcisismo atacando-o imediatamente, encontrando alguma forma de degradá-lo, de mudar o grau do sucesso dele.
– E quanto à pessoa, ocorre a mesma coisa. Nossa identidade também se faz grupalmente. Quando você tem sucesso fica diferente de todos aqueles que participavam com você até então. E você fica se perguntando: – Mas quem sou eu? E você entra em crise de identidade. Por isso que as pessoas se sentem com uma sensação de desmaio. Dizem que se sentem perdidas. A pessoa tem que encontrar uma orientação para sua identidade em outro lugar que não seja o olhar do outro.
Alguns conseguem. Isso se chama, em psicanálise, “se orientar pela responsabilidade frente ao seu desejo”. Outros não conseguem. E esses que não conseguem compram máscaras que estão no mercado, prontas para o uso. São os mascarados.

E você? Responsabiliza-se pelo seu desejo ou é um mascarado?

Depois desse banho de água fria, as meninas ficaram animadas e o programa rolou legal.

Valeu JF!

Se você perdeu e quer assistir, ainda é possível. O programa SAIA JUSTA tem reprise amanhã em 3 horários e também no sábado e domingo :

Quinta-feira –26 de abril, às 4h, 10h e 14h
Sábado – 28 de abril, às 23h
Domingo – 29 de abril, às 5h

GNT – canal 41 da GLOBOSAT
http://globosat.globo.com/gnt/

PARABÉNS LIEGE, AMIGA

Lara e Liege, mãe e filha, duas fadinhas.

Passar o dia do aniversário com a amiga é sempre um dia feliz.

Um almoço à beira do Rio Piracicaba, comendo Piapara no Tambor. Uma tarde gostosa.

As coisas boas da vida são essas, as coisas simples, com as pessoas queridas.

Para Liege:

quem chega tarde
deve andar devagar

andar como quem parte

para nenhum lugar

vida que me venta

sina que me brisa

só tu inventa

quem te precisa

.......

as coisas

não começam

com um conto

nem acabam

com um .

(Paulo Leminski)

CULPA E RESPONSABILIDADE

Foi muito boa a segunda reunião do módulo Como agir no Princípio Responsabilidade – fundamento da ética do desejo, sob a curadoria de Jorge Forbes.


Responsabilidade sem culpa, culpa sem responsabilidade – foi o tema da conferência de Tercio Sampaio Ferraz Jr na sexta-feira, 20 de abril no Café Filosófico do Espaço Cultural CPFL, em Campinas. Jorge Forbes iniciou a reunião lembrando dos assassinatos inusitados da Universidade de Virgínia, USA, ocorridos nessa semana e da audiência pública no STF sobre a constitucionalidade das pesquisas com células-tronco embrionárias, nesse dia. São situações que colocam a questão do direito e da responsabilidade em cheque. Com isso, passa a palavra ao jurista.

Tercio partiu da origem latina da palavra responsabilidade, que junta o verbo responder, o repetir, com aspergir, aspergir de novo, o que cria o vínculo. Esse vínculo, entre eu e tu, como diz Martin Buber, não existe mais numa sociedade pan-tecnológica. A natureza mudou, foi manipulada pelo homem; ela – que nos dava os parâmetros – foi substituída pela tecnologia. Por vezes sentimos culpa, mas não responsabilidade, porque falta o outro. No mundo da Internet não existe mais o outro, ele se diluiu e não haveria por quem se responsabilizar. Hoje temos a substituição da responsabilidade instancial – aquela que presumia o outro – pela responsabilidade situacional – uma responsabilidade sem nenhuma instância. Isso leva aos contratos responsivos, nos quais não há reciprocidade. Como serão o direito e a moral, nesse futuro, lidando com esse tipo de responsabilidade? Tercio deixa essa pergunta, dizendo-se incapaz de fazer alguma previsão.

Jorge Forbes, comentando a fala de Tercio Ferraz, diz que para a psicanálise não é tão estranha a queda do eu e do tu, como acontece na Internet, o silêncio do analista não tem a ver com boca fechada. Finaliza com uma pergunta para Tercio: “Você diria que todos são iguais perante a lei?”, ao que Tercio responde: “Talvez possa dizer que somos todos uniformes perante a lei.”

No final da noite, uma cerveja,
ORIGINAL, como sugere Dorothee, aquela que tem porque entender de cerveja.

Um samba, um violão, uma conversa boa. Falar de projetos atuais, novos, possíveis, impossíveis. Estar entre amigos, entre pares.

Na próxima sexta-feira tem mais: Claudia Riolfi vai concluir o ciclo de palestras falando sobre Como educar fora do campo santo: um papo sério a respeito de ética e de linguagem.

Venha assistir e debater com a gente!

A FAVOR DA VIDA

A pesquisa com células-tronco embrionárias é a favor da vida. Só com esse tipo de pesquisa milhares de vidas serão salvas.

O duelo começa com a pergunta: Quando começa a vida?

Há quem diga que a vida começa com a fecundação. Há outrõs pontos de vista. Mas o fato é que esses embriões estão congelados há pelo menos três anos e a chance de gerarem um ser humano é praticamente zero. Essa foi a tese defendida no STF por Mayana Zatz e que apóio totalmente. Por que não ajudar as pessoas a continuarem vivas?

O Brasil precisa sair desse lugar atrasado e avançar. Ajude nessa decisão.

E veja aqui o vídeo que o Jornal Nacional veiculou sobre a audiência de ontem no STF:

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM667609-7823-STF+DISCUTE+ACAO+QUE+SOBRE+PESQUISAS+DE
+CELULASTRONCO+EMBRIONARIAS,00.html

STF DISCUTE LEI DE BIOSSEGURANÇA

No dia 2 de março de 2005 foi aprovada a Lei de Biossegurança, que permite a
pesquisa com células-tronco embrionárias. Porém, no dia 30 de maio o
Procurador-Geral da República, Cláudio Fonteles, entrou com uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade-ADIN no Supremo Tribunal Federal-STF contra o artigo da
lei de Biossegurança que favorece as pesquisas.

A incidência mundial de doenças genéticas entre os recém-nascidos de pais normais é de 3%. Portanto, no Brasil, de acordo com o último censo realizado pelo IBGE, isso significa mais de 5 milhões de pessoas. Só o estado de São Paulo abriga 1 milhão de pacientes. Estima-se ainda que as doenças genéticas sejam responsáveis por um terço das internações em hospitais pediátricos e por 10% das doenças crônicas de adultos.
(ver mais detalhes no site: http://www.abdim.org.br/dg_sobre.php)

Agora há uma chance de reverter esse processo: uma audiência pública – a primeira na história do STF – acontecerá hoje, 20 de abril, às 9 horas, em Brasília, para discutir a ADIN contra o artigo 5º da Lei de Biossegurança.

Mayana Zatz vai defender as pesquisas com células- tronco embrionárias no STF. Jorge Forbes estará presente e se pronunciará a favor das pesquisas. Que a votação seja favorável a essa causa que beneficiará tantas pessoas.

E você leitor, dê também sua contribuição.

Para ficar antenado, acompanhe as notícias pelo site do STF:

http://www.stf.gov.br/noticias/imprensa/ultimas/

O MAESTRO E O PIANISTA

Roberto Minczuk - regência

Arnaldo Cohen - piano

Assisti nesta quarta-feira, 18 de abril, um concerto divino da Orquestra Sinfônica Brasileira, com esses dois gênios, no Testro Alfa. O piano e a orquestra no Concerto para Piano em lá menor, Op. 16, de Grieg, me fez sonhar.

Isso depois de Uirapuru, de Villa-Lobos, só com a Orquestra de Minczuk.

E para finalizar, em grande estilo, Quadros de uma Exposição, de
Mussorgsky/Ravel.

Um programa muito especial, uma noitada nota dez! E é só o primeiro de uma
série de quatro concertos dessa orquestra:

30 de maio - regência de Kurt Mazur

11 de junho - regência deRoberto Minczuk e com a soprano Kiri Te Kanawa

21 de novembro - regência deRoberto Minczuk e com o piano de Joyce Yang

Vá correndo fazer suas reservas. IMPERDÍVEL!!!!!!!

CAFÉ FILOSÓFICO COM JF

Nesta sexta-feira 13, fui à Campinas assistir a palestra de Jorge Forbes sobre o Princípio Responsabilidade. É isso mesmo, como Princípio divino, Princípio ético. De Hans Jonas a Lacan, passando por Malcom Gladwell - do livro Tipping Point e os autores W. Chan Kim e Renée Mauborgne do livro A Estratégia do oceano azul, JF deu uma aula sobre ética e responsabilidade.

Como já propunha Lacan em A Ética da Psicanálise, temos que nos responsabilizar pelo nosso acontecimento, pelo acaso e pela surpresa. Pelo acaso, estão incluídos os atos falhos, o que vem do inconsciente. Pela surpresa, vem a doença, o assalto, o não esperado, o real. É com tudo isso que temos que lidar, de forma responsável e criativa.

A ética do medo que mobilizou Jonas não é necessária, mas sim uma ética que garanta a vida futura no planeta, que lide com os laços irrecíprocos e com a ética do desejo.

O Café Filosófico do Espaço CPFL, onde é gravado o programa que será apresentado na TV Cultura, estava superlotado de um público interessado e ansioso por debater o tema. JF respondeu às perguntas de uma forma inteligente e bem-humorada.

Veja algumas fotos:

CARTOLA

Você já foi assistir ao documentário CARTOLA?

Se ainda não foi, vá correndo.

Além de ouvir interpretações deliciosas das suas músicas, vai conhecer um pouco do mundo desse grande poeta da música popular.

Você vai ver depoimentos do Zé Ketty, Nara cantando, Paulinho da Viola cantando com Cartola, e muito mais.

Ficamos sabendo, por exemplo, que a música O SOL NASCERÁ, foi feita em menos de uma hora, aquela que traz os versos:

A sorrir
Eu pretendo levar a vida
Pois chorando
Eu vi a mocidade
Perdida

E quando penso que uma pessoa quase sem estudo como ele escreveu versos como:

Ouça-me bem amor
Preste atenção o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho.
Vai reduzir as ilusões à pó

Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.

Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão, enfim

Ah, essas cordas de aço
Este minúsculo braço
Do violão que os dedos meus acariciam

Não quero mais
Amar a ninguém
Não fui feliz
O destino não quis
O meu primeiro amor
Morreu como a flor
Ainda em botão
Deixando espinhos
Que dilaceram meu coração

Aproveite aqui dois vídeos que estão no documentário e ouça o prórpio Cartola cantando ALVORADA E O SOL NASCERÁ:

http://www.youtube.com/watch?v=lEHA2F5cmok

http://www.youtube.com/watch?v=p6d-azJ1Na4

REGRAVAÇÕES

Um feriado em casa é sempre gostoso. Aproveito para assistir um filme na TV, no DVD, ler um livro, estudar, ficar com os filhos, jogar conversa fora, e ouvir música.

E falando em música, Ruy Messias, ou Ruy Moraes, como é conhecido profissionalmente, bolou um programa sobre MPB, para a Rádio Lacaniana, que está uma delícia! Sem contar que eu faço a locução - o que me diverte bastante.

Então, não perca tempo e clique já:

http://www.psicanaliselacaniana.com/radiolacaniana/radiolacaniana.html

Boa Páscoa!

O "pai" da Dolly é entrevistado por Jorge Forbes e Mayana Zatz

Keith Campbell, o "pai" da Dolly, esteve no Brasil na semana passada e fez algumas conferências no Centro de Estudos do Genoma Humano, USP. Assisti uma de suas conferências em que ele contou das experiências de clonagem; disse que depois da Dolly desenvolveu experiências desse tipo com coelhos, cavalos, vacas e hoje trabalha mais com porcos.

A questão ética é um ponto que sempre "pega" quando se trata de clonagem. E Jorge Forbes tratou dessa questão com Campbell, numa entrevista feita por ele e Mayana Zatz, publicada neste domingo no ESTADÃO.

Leia aqui a íntegra da entrevista:

http://txt.estado.com.br/suplementos/ali/2007/04/01/ali-1.93.19.20070401.6.1.xml