quarta-feira, agosto 12, 2020

GILLES LAPOUGE


Gilles Lapouge era um apaixonado pelo Brasil.

Como poucos entendeu as diferenças e as particularidades deste país e do seu povo.

Jornalista e escritor, morreu há poucos dias, aos 97 anos. Ele se gabava de ter uma relação de 70 anos com o Brasil. Veio em março de 1951 pela primeira vez, convidado por Júlio de Mesquita Filho, para ser redator econômico de O ESTADO DE SÃO PAULO.

Seus artigos semanais no Estadão eram um deleite para mim. Mas, escreveu muitos livros, sendo que um deles é meu livro de cabeceira: Dictionnaire Amoureux du Brésil, publicado aqui pela editora Manole, que infelizmente mudaram o título por Dicionário dos Apaixonados pelo Brasil. Uma pena essa mudança no nome, pois Dicionário Amoroso é uma coleção de uma escolha particular de verbetes de um tema escolhido pelo autor, no caso de Lapouge, seu amor pelo Brasil. É um livro obrigatório, que com seus verbetes nos faz viajar e descobrir um novo país, cheio de encantos, que sua ótica privilegiada nos mostra. 

Conheci esse grande escritor quando ele veio para o lançamento do acervo digital do Estadão, em 2012, há exatamente 8 anos (na noite de 12 de agosto). Gentil, elegante, bem-humorado, grande intelectual, fez matérias marcantes sobre personalidades, incluindo Charles De Gaulle e Jacques Lacan.

 Parecia que ele era imortal.... Vai fazer muita falta.

Deixo aqui o link de seu artigo sobre Jacques Lacan, belo e profundo. Cada vez que o leio me emociono.

Em seus últimos dias de vida, Jacques Lacan era um homem triste, frágil e cansado. Era um velho. Mas a morte jogou-o novamente no primeiro plano, obrigando a uma reapreciação do uso que fez da linguística para a decifração de Freud. Gilles Lapouge refaz a trajetória desse intelectual e recorda a curta, porém marcante, convivência que teve com LACAN.

Clique para ler: Lacan, por Gilles Lapouge


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