Gilles Lapouge era um apaixonado pelo Brasil.
Como poucos entendeu as diferenças e as particularidades
deste país e do seu povo.
Jornalista e escritor, morreu há poucos dias, aos 97 anos.
Ele se gabava de ter uma relação de 70 anos com o Brasil. Veio em março de 1951
pela primeira vez, convidado por Júlio de Mesquita Filho, para ser redator
econômico de O ESTADO DE SÃO PAULO.
Seus artigos semanais no Estadão eram um deleite para mim.
Mas, escreveu muitos livros, sendo que um deles é meu livro de cabeceira: Dictionnaire
Amoureux du Brésil, publicado aqui pela editora Manole, que infelizmente
mudaram o título por Dicionário dos Apaixonados pelo Brasil. Uma pena
essa mudança no nome, pois Dicionário Amoroso é uma coleção de uma escolha
particular de verbetes de um tema escolhido pelo autor, no caso de Lapouge, seu
amor pelo Brasil. É um livro obrigatório, que com seus verbetes nos faz viajar e descobrir um novo país, cheio de encantos, que sua ótica privilegiada nos mostra.
Conheci esse grande escritor quando ele veio para o
lançamento do acervo digital do Estadão, em 2012, há exatamente 8 anos (na noite de 12 de agosto). Gentil, elegante, bem-humorado, grande
intelectual, fez matérias marcantes sobre personalidades, incluindo Charles De
Gaulle e Jacques Lacan.
Parecia que ele era imortal....
Deixo aqui o link de seu artigo sobre Jacques Lacan, belo e
profundo. Cada vez que o leio me emociono.
Em seus últimos
dias de vida, Jacques Lacan era um homem triste, frágil e cansado. Era um
velho. Mas a morte jogou-o novamente no primeiro plano, obrigando a uma
reapreciação do uso que fez da linguística para a decifração de Freud. Gilles
Lapouge refaz a trajetória desse intelectual e recorda a curta, porém marcante,
convivência que teve com LACAN.
Clique para
ler: Lacan, por Gilles Lapouge
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