Notas sobre o
lançamento do livro PSICANÁLISE – a clínica do Real, no auditório da Livraria
Cultura do Shopping Iguatemi de São Paulo
por Dorothee Rüdiger
O cenário não poderia ser mais bem escolhido. Uma ágora
pós-moderna cercada de livros expostos em estantes fartamente iluminadas, que
dão a conotação daquilo que quer dizer a palavra “esclarecimento”, foi ponto de
encontro entre autores e leitores do livro PSICANÁLISE
- a clínica do Real. Livro produzido pela Editora Manole, editado por Jorge
Forbes e organizado por Claudia Riolfi. Autores e leitores vieram dos quatro
cantos da cidade (e de diversas regiões do Brasil) para comemorar a vinda à luz
de uma obra inédita, em todos os sentidos.
Não havia, quando os quatorze autores se debruçaram sobre a
tarefa de não somente dar um curso, como também de escrever um vade mecum clínico psicanalítico, uma
obra que poderia servir de fio condutor nessa empreitada. Para Jorge Forbes, seu
mentor, editor e autor, o livro não poderia ser um manual. “Manuais tendem a
passar receitas prontas, padrões”, disse o psicanalista. A clínica do Real,
criada por Jacques Lacan nos anos 70 do século XX, foge dos standards, embora siga uma ética, a ética
do desejo. Assim, quando o livro trata do início, do andamento, das
dificuldades e do final de uma psicanálise, volta sua atenção para a
singularidade do caso. E, no que diz respeito aos textos - trinta e um
capítulos - escritos por uma pluralidade de autores, esses fogem dos padrões,
já que relevam o que Jacques Lacan prezava - um estilo singular de analista em
cada um.
A diversidade de estilos dos autores pôde ser notada,
quando, na apresentação da obra agora lançada, o microfone correu de mão em
mão. Cada um procurou, à sua maneira, tocar os que estavam presentes para
receber a obra e pedir autógrafos: psicólogos, psicanalistas, médicos,
advogados, economistas e outros tantos profissionais, estudantes e aposentados,
amigos e familiares. Juntos, deram boas-vindas à criação de autores, que, embora
diferentes entre si, uma vez que singulares, têm em comum a orientação
lacaniana e a práxis clínica. Sendo
fruto desse laço social flexível da
pós-modernidade, como Jorge Forbes denomina o laço social contemporâneo, PSICANÁLISE – a clínica do Real promete
dar o que falar.
(texto publicado na newsletter O MUNDO VISTO PELA PSICANÁLISE - N. 73):
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