quinta-feira, março 20, 2014

PSICANÁLISE - A CLÍNICA DO REAL

 Está chegando a hora! Vamos lotar a arena da Livraria Cultura do Shopping Iguatemi de São Paulo, na noite de 25 de março.
Para dar água na boca, leia o prólogo do livro escrito por Jorge Forbes:

O título desse livro pode ser entendido de duas maneiras. Uma afirma que a psicanálise é a clínica do Real. Outra, que ele aborda a Clínica do Real, um dos nomes da segunda clínica de Jacques Lacan, a última, aquela própria ao século XXI.  As duas leituras são boas.
Não analisamos hoje como Freud analisava no início de 1900. A revolução do laço social provocada pela passagem do mundo moderno para o pós-moderno obriga a todas as disciplinas que tratam do homem, por exemplo, o direito, a pedagogia, a economia e, evidentemente, a psicanálise, a se localizarem frente a essa revolução. Uma das características que distingue a nova era em que vivemos, da anterior, é seu caráter de relações horizontais em rede diferente das relações anteriores verticais e hierárquicas. Quando Sigmund Freud conceituou o Complexo de Édipo enquanto o pilar da estruturação subjetiva, e por conseguinte da clínica, ele o fez coerente a um mundo que se organizava em pirâmide: o pai no topo da família; o chefe, no da empresa; a pátria,  no da sociedade civil. Esse mundo mudou radicalmente. Necessitamos de uma psicanálise pós-edípica, por isso escrevemos esse livro.
Nosso objetivo foi trazer ao leitor, seja ele especialista ou não, um panorama claro, ordenado, de como entendemos a prática da psicanálise hoje. Utilizamos, na sua composição, o método mais óbvio: os tempos de um tratamento analítico. Quatro tempos: a entrada em análise, a condução do tratamento, as dificuldades de percurso, os finais da análise.
Primeiro, ao buscar um analista, ou a tropeçar com um – isso acontece -, como se entra em análise? Certamente não será por um contrato burocrático do gênero daquele que definiria pagamentos e frequência. Nem será necessariamente a partir de um diagnóstico estrutural, próprio à primeira clínica. Será a partir da relação do sujeito com o seu gozo que o faz se embrulhar com o Real. Mas o que quer dizer isso?
Segundo, como o analista desse novo tempo dirige o tratamento? De cara, uma questão fundamental: uma análise é para saber mais de si, para errar menos, ou é para levar a pessoa a descobrir que o saber é sempre incompleto e a vida é contrato de risco? A resposta a essa pergunta implica na forma de se conduzir uma análise: para o Simbólico ou para o Real.
Terceiro, é bom dedicarmos um tempo para falarmos das dificuldades do caminho, nem todas previsíveis, seguramente, o que só aumenta a nossa atenção na posição diante dos impasses, dos erros e na construção do ir além.
Quarto, para concluir: o que é um final de análise? Qual a finalidade e como se dá o término de um tratamento? Há um padrão, uma norma? Poderíamos generalizar dizendo que se dá uma mudança ética paradigmática na posição do sujeito? Destrinchemos essa questão crucial.
Este livro é de vários autores apresentados nessas páginas. Todos eles pertencem à rede dos Institutos do Campo Freudiano no Brasil, prioritariamente ao IPLA – Instituto da Psicanálise Lacaniana, no qual, durante o ano de 2012 foi realizado um curso semanal: “Enfim, a Psicanálise no Divã”. As aulas deste curso deram origem aos capítulos desse livro. Alguns são frutos das transcrições da transmissão oral, outros, a maioria, foram escritos imediatamente antes das aulas e nelas debatidos. Todos tentaram a ousadia responsável de vir a público dizer como estamos pensando e praticando a psicanálise no século XXI.
Que esse esforço coletivo encontre em você a melhor leitura é o que almejamos.


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