sábado, outubro 29, 2011

A BOLA NO CAMPO DA PSICANÁLISE


O que a Psicanálise tem a ver com futebol?

18h - Bate bola com Jamelli, Giorgetti e Forbes
Coordenação de Ariel Bogochvol

Domingo será dia de futebol no IPLA. Teremos um bate-bola com Jamelli (Paulo Roberto Jamelli Júnior), jogador que atuou na Seleção Brasileira e em diversos times do Brasil e do exterior, sendo hoje gerente de futebol; Ugo Giorgetti, cineasta, diretor de Boleiros – Era uma Vez o Futebol (1998) e Boleiros 2 – Vencedores e vencidos (2005), cronista esportivo do jornal o Estado de S.Paulo; e Jorge Forbes, psicanalista, consultado, entre outros, por... uma grande equipe de futebol.

Discutir futebol é um fato corriqueiro na vida do povo brasileiro, ainda mais em meio a um campeonato nacional acirrado, aos preparativos de uma Copa do Mundo e às vésperas da disputa de um título mundial interclubes, que terá a participação do Santos F.C. Discutir futebol em uma instituição psicanalítica não é tão comum.

O futebol é um fenômeno extraordinário: esporte mais popular do planeta (calcula-se que 270 milhões de pessoas participem de competições futebolísticas), capaz de mobilizar multidões de torcedores, de movimentar bilhões de dólares, de promover transações internacionais com legiões de jogadores, técnicos, preparadores, clubes e empresas, de ser objeto de paixão, culto e de devoção universais, causa de guerras e de paz. Como um jogo tão simples, criado há apenas 150 anos, praticado por 22 jogadores que correm 90 minutos atrás de uma bola com o objetivo de impedir e marcar gols ocupa um lugar tão singular?

O futebol pode ser abordado a partir de perspectivas desportivas, econômicas, sociológicas, antropológicas, psicológicas, artísticas, psicanalíticas. Pode-se enfocar o jogo, o jogador, as relações entre eles, o clube, sua vida interna, a riqueza e a miséria associadas, a inserção no mercado mundial, os mitos que cria, os símbolos que engendra. E pode-se, enfocar o amor pelo time que, misteriosamente, perdura durante toda uma vida, diferente de outros amores.
Não perca esse jogo!

Para você se preparar para entrar em campo, leia ou assista:

O Futebol dos Mascarados – artigo de Jorge Forbes para o jornal O Estado de São Paulo

Jamelli – página na Wikipedia:
Ugo Giorgetti – página na Wikipedia



Gols de Jamelli na seleção brasileira


Trailer do filme Boleiros



Trailer de Boleiros 2, de Ugo Giorgetti






Projeto Cabeça – palestra de Jorge Forbes, no Santos FC




IPLA - Rua Augusta 2366, casa 2 - São Paulo

quarta-feira, outubro 26, 2011

PARCERIA PSICANÁLISE E GENÉTICA RECEBE PRÊMIO CIENTÍFICO INTERNACIONAL


Instituto da Psicanálise Lacaniana (IPLA) recebe prêmio científico internacional

O trabalho de pesquisa: “Efeitos da Psicanálise nas Desordens Neuromusculares” acaba de receber um dos prêmios do 16º Congresso Internacional da World Muscle Society, reunida nesse final de semana, no Algarve, Portugal. Este trabalho foi realizado sob a concepção e direção de Jorge Forbes, pela equipe do IPLA, na Clínica de Psicanálise do Centro do Genoma Humano da Universidade de São Paulo. O Centro do Genoma Humano é dirigido por Mayana Zatz, implementadora dessa parceria científica. O prêmio foi entregue a Teresa Genesini, que apresentou o trabalho, com Elza Macedo, representando a si mesmas e aos demais autores.

Há 5 anos uma equipe de psicanalistas do IPLA atende pacientes e familiares de portadores de desordens neuromusculares na Clínica de Psicanálise do Genoma Humano - USP, com sucesso, nessa parceria única no mundo entre Genética e Psicanálise.

Não é comum que psicanalistas sejam premiados num congresso científico cujo júri é formado por cientistas renomados! !!!

Clique aqui para ver o poster premiado , com design de Letícia Genesini.

Para saber mais sobre essa parceria, clique aqui.

quinta-feira, outubro 13, 2011

O IMPÉRIO DO SEMBLANTE

O motivo principal da minha viagem a Paris foram as Jornadas Lacan - Les 41èmes Journées de l'École de la Cause freudienne - 8 e 9 de outubro au Palais des Congrèss: Praxis lacanienne de la psychanalyse.

Nessas jornadas comemorava-se os 30 anos da morte de Jacques Lacan. A expectativa era alta - qual psicanálise a França mostraria ao mundo no século XXI ? Pensava no que Jorge Forbes havia escrito 20 anos atrás: Já que Lacan morreu, para ser Outro enfim, como uma vez comentou, resta aos analistas fazer dessa memória uma história diferente e demonstrar o lugar da Psicanálise neste nosso mundo. Há muito para ser feito. Estejamos atentos e que haja talento e decisão.

Mais de 1500 psicanalistas da França e de outras partes do mundo vieram às jornadas, que no final virou um movimento para a libertação da psicanalista Rafah Nached, presa na Síria ao embarcar para Paris.

No sábado, 8 de outubro, tiveram lugar várias mesas com relatos de casos apresentados por analistas e mediados por um Psicanalista da Escola, em salas simultâneas. As histórias eram bem relatadas, os casos bem montados, mas a psicanálise era a do século passado - parecia que nada de novo havia sido feito. Um caso de psicose apresentado na mesa presidida por Jorge Forbes falava do lugar do analista como o secretário do alienado - não se fazia uso da segunda clínica de Lacan, não se responsabilizava o sujeito, tudo como 50 anos atrás. E assim foi na maioria das mesas. O que foi feito do legado de Lacan?




No domingo, 9 de outubro, relato de passe por Analistas da Escola, na parte da manhã.

Por que tantos psicanalistas se juntam nessas jornadas em que nada de diferente, do ponto de vista clínico, acontece? Para sentir que pertencem a um grupo? Para estarem próximos dos mais próximos de Lacan? Porque publicações importantes dos seminários de Lacan e sobre sua vida são editados? Porque é preciso manter o semblante? São questões para refletir.

No horário do almoço houve um Flash-mob na frente do prédio para a libertação da psicanalista. Veja o vídeo:



Na sequência várias personalidades da psicanálise e da política francesa discursaram em favor da libertação de Rafah. O movimento continua.

ENVERS DE PARIS


Na segunda-feira, 10 de outubro, Jorge Forbes fez uma conferência na sede do Campo Freudiano em Paris: "L´homme déboussolé et la psychanalyse au XXIéme siècle" - au 31 rue Navarin, às 21h15. Estavam presentes mais de 100 pessoas - alguns psicanalistas brasileiros e a grande maioria franceses, filósofos, editores e amigos.

JF mostrou, com uma apresentação de power-point, a relação entre a mudança do mundo moderno para o mundo globalizado e a mudança da primeira para a segunda clínica de Lacan. Apresentou também exemplos de trabalhos que desenvolve no Brasil nas mais diversas áreas: futebol, cultura, empresas, genética, famílias, na sociedade em geral.

Foi uma mostração do que a psicanálise pode fazer no mundo hoje, do lugar que ela ocupa no Brasil, na globalização. Enfim, trata-se da transmissão da psicanálise - o ponto alto da temporada!

quarta-feira, outubro 12, 2011

UMA SEMANA EM PARIS













Uma boa receita para uma semana em Paris:
* encontrar os amigos, sair para jantar tomando um bom vinho.
É a primeira coisa que faço - vejo Maguy, amiga da vida inteira e vamos jantar no Ma BurgognLinke, restaurante de nosso amigo Aimé, na Place des Voges. Lá se prova do melhor steak tartar de Paris, além de cogumelos maravilhosos, fois gras, deliciosas sobremesas, como framboesas com creme, champagne e vinhos escolhidos pelo próprio Aimé.

* passear por Saint Germain des Près, fazer compras, comer no Ladurée (tem um prato de Coquilles S. Jacques) e provar dos macarrons (ou do mil folhas). Dar uma passadinha no Bon Marché sempre vale a pena !

* ir nas livrarias - a minha preferida é La Procure (dica de um amigo que sabe tudo de Paris).

* ir ao cinema - desta vez vi o novo filme de Almodóvar: La piel que habito - em vez de tragicomédia, desta vez ele carregou na tragédia - não gostei muito.

* ir aos museus - desta vez escolhi a exposição Matisse, Cézanne, Picasso... L’aventure des Stein - no Grand Palais. AMEI !!!!!!!!!!! Se for a Paris, não deixe de ver - até 16 de janeiro de 2012.

A temporada parisiense terminou com o encontro dos participantes do Women´s Forum na Assembléia Nacional, almoço na Embaixada do Brasil e um jantar no Senna a bordo de um bateau.
MARAVILHOSO !!!!

quinta-feira, outubro 06, 2011

VÍDEO DE LETÍCIA LENDO SUAS POESIAS


O portal do Estadão publicou uma entrevista com Letícia falando sobre seu novo livro - ENTRE - lançado na livraria da Vila - Itaim, na sexta-feira, 30 de setembro. (clique para ver)

Publicar o que foi escrito é uma forma de encerrar um trabalho. "A gente publica o poema para parar de escrever, como dizia Manuel Bandeira, senão não para nunca" - diz Letícia.

No final da entrevista há um vídeo em que Letícia lê alguns de seus poemas e conta como foi sua criação.

O livro ENTRE está disponível na Livraria da Vila do Itaim, em São Paulo, ou no site da Editora 7Letras - a compra é online e o livro entregue em sua casa. Cliqu aqui - o livro está na página principal da editora.

quarta-feira, outubro 05, 2011

STEVE JOBS


Steve Jobs foi um ícone da pós-modernidade. Há um antes e um depois das criações de Steve Jobs.
Ainda hoje me emociono quando leio seu discurso para os estudantes de Stanford.

Veja aqui o vídeo e abaixo a íntegra do texto traduzido:


Estou honrado de estar aqui, na formatura de uma das melhores universidades do mundo. Eu nunca me formei na universidade. Que a verdade seja seja dita, isso é o mais perto que eu já cheguei de uma cerimônia de formatura. Hoje, eu gostaria de contar a vocês três histórias da minha vida. E é isso. Nada demais. Apenas três histórias.

A primeira história é sobre ligar os pontos

Eu abandonei o Reed College depois de seis meses, mas fiquei enrolando por mais dezoito meses antes de realmente abandonar a escola. E por que eu a abandonei?
Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem universitária solteira que decidiu me dar para a adoção. Ela queria muito que eu fosse adotado por pessoas com curso superior. Tudo estava armado para que eu fosse adotado no nascimento por um advogado e sua esposa. Mas, quando eu apareci, eles decidiram que queriam mesmo uma menina. Então meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite com uma pergunta: "Apareceu um garoto. Vocês o querem?" Eles disseram: "É claro." Minha mãe biológica descobriu mais tarde que a minha mãe nunca tinha se formado na faculdade e que o meu pai nunca tinha completado o ensino médio. Ela se recusou a assinar os papéis da adoção. Ela só aceitou meses mais tarde quando os meus pais prometeram que algum dia eu iria para a faculdade.
E, 17 anos mais tarde, eu fui para a faculdade. Mas, inocentemente escolhi uma faculdade que era quase tão cara quanto Stanford. E todas as economias dos meus pais, que eram da classe trabalhadora, estavam sendo usados para pagar as mensalidades. Depois de 6 meses, eu não podia ver valor naquilo. Eu não tinha idéia do que queria fazer na minha vida e menos idéia ainda de como a universidade poderia me ajudar naquela escolha. E lá estava eu gastando todo o dinheiro que meus pais tinham juntado durante toda a vida. E então decidi largar e acreditar que tudo ficaria OK. Foi muito assustador naquela época, mas olhando para trás foi uma das melhores decisões que já fiz. No minuto em que larguei, eu pude parar de assistir às matérias obrigatórias que não me interessavam e comecei a freqüentar aquelas que pareciam interessantes.
Não foi tudo assim romântico. Eu não tinha um quarto no dormitório e por isso eu dormia no chão do quarto de amigos. Eu recolhia garrafas de Coca-Cola para ganhar 5 centavos, com os quais eu comprava comida. Eu andava 11 quilômetros pela cidade todo domingo à noite para ter uma boa refeição no templo hare-krishna. Eu amava aquilo. Muito do que descobri naquele época, guiado pela minha curiosidade e intuição, mostrou-se mais tarde ser de uma importância sem preço.
Vou dar um exemplo: o Reed College oferecia naquela época a melhor formação de caligrafia do país. Em todo o campus, cada poster e cada etiqueta de gaveta eram escritas com uma bela letra de mão. Como eu tinha largado o curso e não precisava freqüentar as aulas normais, decidi assistir as aulas de caligrafia. Aprendi sobre fontes com serifa e sem serifa, sobre variar a quantidade de espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna uma tipografia boa. Aquilo era bonito, histórico e artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode entender. E eu achei aquilo tudo fascinante.
Nada daquilo tinha qualquer aplicação prática para a minha vida. Mas 10 anos mais tarde, quando estávamos criando o primeiro computador Macintosh, tudo voltou. E nós colocamos tudo aquilo no Mac. Foi o primeiro computador com tipografia bonita. Se eu nunca tivesse deixado aquele curso na faculdade, o Mac nunca teria tido as fontes múltiplas ou proporcionalmente espaçadas. E considerando que o Windows simplesmente copiou o Mac, é bem provável que nenhum computador as tivesse. Se eu nunca tivesse largado o curso, nunca teria freqüentado essas aulas de caligrafia e os computadores poderiam não ter a maravilhosa caligrafia que eles têm. É claro que era impossível conectar esses fatos olhando para a frente quando eu estava na faculdade. Mas aquilo ficou muito, muito claro olhando para trás 10 anos depois.
De novo, você não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só os conecta quando olha para trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se conectar no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa - sua garra, destino, vida, karma ou o que quer que seja. Essa maneira de encarar a vida nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença para mim.

Minha segunda história é sobre amor e perda.

Eu tive sorte porque descobri bem cedo o que queria fazer na minha vida. Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhamos duro e, em 10 anos, a Apple se transformou em uma empresa de 2 bilhões de dólares e mais de 4 mil empregados. Um ano antes, tínhamos acabado de lançar nossa maior criação - o Macintosh - e eu tinha 30 anos. E aí fui demitido. Como é possível ser demitido da empresa que você criou? Bem, quando a Apple cresceu, contratamos alguém para dirigir a companhia. No primeiro ano, tudo deu certo, mas com o tempo nossas visões de futuro começaram a divergir. Quando isso aconteceu, o conselho de diretores ficou do lado dele. O que tinha sido o foco de toda a minha vida adulta tinha ido embora e isso foi devastador. Fiquei sem saber o que fazer por alguns meses. Senti que tinha decepcionado a geração anterior de empreendedores. Que tinha deixado cair o bastão no momento em que ele estava sendo passado para mim. Eu encontrei David Peckard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter estragado tudo daquela maneira. Foi um fracasso público e eu até mesmo pensei em deixar o Vale [do Silício]. Mas, lentamente, eu comecei a me dar conta de que eu ainda amava o que fazia. Foi quando decidi começar de novo.
Não enxerguei isso na época, mas ser demitido da Apple foi a melhor coisa que podia ter acontecido para mim. O peso de ser bem sucedido foi substituído pela leveza de ser de novo um iniciante, com menos certezas sobre tudo. Isso me deu liberdade para começar um dos períodos mais criativos da minha vida. Durante os cinco anos seguintes, criei uma companhia chamada NeXT, outra companhia chamada Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se tornou minha esposa. Pixar fez o primeiro filme animado por computador, Toy Story, e é o estúdio de animação mais bem sucedido do mundo. Em uma inacreditável guinada de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu voltei para a empresa e a tecnologia que desenvolvemos nela está no coração do atual renascimento da Apple. E Lorene e eu temos uma família maravilhosa.
Tenho certeza de que nada disso teria acontecido se eu não tivesse sido demitido da Apple. Foi um remédio horrível, mas eu entendo que o paciente precisava. Às vezes, a vida bate com um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto para com as pessoas que você ama. Seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz. Se você ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos passam. Então continue procurando até você achar. Não sossegue.

Minha terceira história é sobre morte.

Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que era algo assim: "Se você viver cada dia como se fosse o último, um dia ele realmente será o último". Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: "Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?" E se a resposta é "não" por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa.

Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar - caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.
Há um ano, eu fui diagnosticado com câncer. Era 7h30 da manhã e eu tinha uma imagem que mostrava claramente um tumor no pâncreas. Eu nem sabia o que era um pâncreas. Os médicos me disseram que aquilo era certamente um tipo de câncer incurável, e que eu não deveria esperar viver mais de 3 a 6 semanas. Meu médico me aconselhou a ir para casa e arrumar minhas coisas - que é o código dos médicos para "preparar para morrer". Significa tentar dizer às suas crianças em alguns meses tudo aquilo que você pensou ter os próximos 10 anos para dizer. Significa dizer seu adeus. Eu vivi com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, à tarde, eu fiz uma biópsia, em que eles enfiaram um endoscópio pela minha garganta abaixo, através do meu estômago e pelos intestinos. Colocaram uma agulha no meu pâncreas e tiraram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha mulher, que estava lá, contou que quando os médicos viram as células em um microscópio, começaram a chorar. Era uma forma muito rara de câncer pancreático que podia ser curada com cirurgia. Eu operei e estou bem. Isso foi o mais perto que eu estive de encarar a morte e eu espero que seja o mais perto que vou ficar pelas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso agora dizer a vocês, com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito apenas abstrato: ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá. Ainda assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca conseguiu escapar. E assim é como deve ser, porque a morte é muito provavelmente a principal invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo. Nesse momento, o novo é você. Mas algum dia, não muito distante, você gradualmente se tornará um velho e será varrido. Desculpa ser tão dramático, mas isso é a verdade.
O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém. Não fique preso pelos dogmas, que é viver com os resultados da vida de outras pessoas. Não deixe que o barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior. E o mais importante: tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se tornar. Todo o resto é secundário. Quando eu era pequeno, uma das bíblias da minha geração era o Whole Earth Catalog. Foi criado por um sujeito chamado Stewart Brand em Menlo Park, não muito longe daqui. Ele o trouxe à vida com seu toque poético. Isso foi no final dos anos 60, antes dos computadores e dos programas de paginação. Então tudo era feito com máquinas de escrever, tesouras e câmeras Polaroid. Era como o Google em forma de livro, 35 anos antes do Google aparecer. Era idealista e cheio de boas ferramentas e noções. Stewart e sua equipe publicaram várias edições de The Whole Earth Catalog e, quando ele já tinha cumprido sua missão, eles lançaram uma edição final. Isso foi em meados de 70 e eu tinha a idade de vocês. Na contracapa havia uma fotografia de uma estrada de interior ensolarada, daquele tipo onde você poderia se achar pedindo carona se fosse aventureiro. Abaixo, estavam as palavras: "Continue com fome, continue bobo". Foi a mensagem de despedida deles. Continue com fome. Continue bobo. E eu sempre desejei isso para mim mesmo. E agora, quando vocês se formam e começam de novo, eu desejo isso para vocês. Continuem com fome. Continuem bobos.
Obrigado.

sábado, outubro 01, 2011

A FESTA DE LANÇAMENTO DO LIVRO DE LETÍCIA GENESINI - ENTRE
















Foi uma linda festa.

A Livraria da Vila - Itaim foi pequena para todos os amigos que lá foram abraçar Letícia e comemorar mais essa vitória dessa escritora/poetisa de 24 anos.

Uma felicidade, uma emoção grande, muito carinho e amor.

Só quem tem bons amigos pode sentir essa vibração.


Eu senti e foi muito bom!


Parabéns Letícia!

Obrigada amigos!


O site GLAMURAMA postou uma galeria de fotos. Clique para ver.