segunda-feira, dezembro 28, 2009

UM FILME PARA VER E REVER


Esse espaço de tempo entre o natal e reveillon, incluido fim de semana, é muito bom para colocar a leitura em dia, ver e rever filmes, ouvir música, rever os amigos ou bater um bom papo por telefone .... enfim, um recesso gostoso.

Assisti ontem, na TV, um filme maravilhoso: Witness for the Prosecution (Testemunha de acusação) - de Billy Wilder, com Marlene Dietrich, Charles Laughton e Tyrone Power - baseado num conto de Agatha Christie. Fiquei maravilhada com o filme - roteiro, atores, direção - desses filmes que ficam para sempre na memória.

Comentei com meu amigo Carlos Forbes sobre o filme e ele me enviou uma crítica tão boa, que se você ainda não viu o filme, vai querer sair agora buscar o DVD. Veja o que ele escreveu:

Você tem razão. "Testemunha de Acusação" é sem dúvida um dos grandes filmes da história do cinema.

Tudo deu certo. Desde o conto perfeito de Agatha Christie, (depois uma peça teatral de grande sucesso), até a esplêndida performance dos atores, passando pela direção inspirada de Billy Wilder, houve uma conjunção de circunstâncias favoráveis que dificilmente se repetiriam.

O conto é uma obra prima. O "twist" final, uma das maiores surpresas na obra de Agatha Christie, mas, pensando bem, de uma lógica impiedosa.

Charles Laughton andava meio desprestigiado. Dar-lhe o papel do velho advogado aristocrático e certamente "U", completamente contrário aos temas que lhe eram habituais foi uma idéia de gênio e Laughton aproveitou cada minuto dela, esquecendo os malfeitores e fracassados que eram seu menu habitual. Curioso notar que a enfermeira Plimsoll era representada por Elsa Lanchester, mulher de Laughton na vida real.

Tyrone Power já havia passado seu melhor tempo, mas ainda assim tinha o physique du rôle indispensável para dar credibilidade ao personagem de Leonard Vole. E, também dele, Wilder conseguiu uma performance excepcional, só comparável a de seu melhor filme, Alexander´s Ragtime Band, de vinte anos antes.

Marlene, bem, Marlene era Marlene e isso bastava. Magnética, dominava todas as cenas. As paixões que a animavam estavam escondidas dentro de uma máscara gelada, mas eram evidentes ao olhar agudo de Sir Wilfrid, o qual se deixou fascinar gostosamente e se recusou encerrar a relação, como se vê do final.

Se tivesse havido uma continuação do filme, qual seria o resultado ? Uma boa pergunta, não acha ? Seria Sir Wilfrid quem atuaria, ou seu assistente principal, dentro da complicada estrutura do processo penal inglês. Só se pode conjecturar...

Um grande filme. Daqueles que ficam e que dão vontade de dizer aos que o fizeram, como digo agora a você, que o trouxe de volta para mim,

Thanks for the Memory !

Um beijo,

Carlos

Confira agora o trailer:


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