O último CD de Caetano Veloso - Zii e Zie - está super comentado, e acaba de chegar às lojas.
Sobre o título, diz Caetano: “zii e zie” é o título condizente com as cenas do Rio de hoje: “tios e tias” somos todos diante dos garotos que fazem malabarismo no sinal. Mas em italiano fica mais perto de São Paulo, que é o que desejo agora.
O lançamento do CD será no dia 8 de maio no Canecão - Rio de Janeiro.
Pra entrar no clima vamos curtindo os vídeos que Caetano tem gravado com as músicas do CD. Selecionei algumas faixas.
Acabo de receber de Madrid, enviado por um grande amigo, o último CD de Diego el Cigala: DOS LÁGRIMAS.
É a continuação do CD/DVD LÁGRIMAS NEGRAS que fez com Bebo Valdez em 2003. Quando estive em Madrid no início de janeiro, procurei o CD e estava esgotado - foi o campeão de vendas do final de ano por lá.
Mas quem espera sempre alcança, três vez salve a esperança - e quem tem por amigo Juan Delval, não espera.
Assim que estou curtindo este cantor de flamengo cantando boleros, num álbum - livro, com uma longa entrevista: Una conversación a media tarde.
Aproveite para ver um vídeo de Diego cantando uma das canções deste CD: Dos Gardenias.
Para a Psicanálise o que tem valor é a luta pela vida, a luta pelas diferenças, pois na morte somos todos iguais, silenciosos. (JF)
Veja o comentário de Jorge Forbes sobre o suicídio, no programa Saia Justa, do GNT.
O comentário de JF foi muito bom, mas as "saias" não souberam aproveitar e fazer uma boa discussão - estavam preocupadas em manter sua opinião pré-estabelecida sobre o tema.
FILMEFOBIA, do diretor Kiko Goifman foi o grande vencedor do último festival de cinema de Brasília.
Ganhou cinco candangos (Melhor Filme do Júri Oficial; Melhor Filme da Crítica; Melhor Montagem; Melhor Ator e Melhor Direção de Arte).
FilmeFobia ganhou o Script Development Award do Fundo Hubert Bals e participou do Cinemart Film Market no Rotterdam Film Festival em 2007. Foi contemplado com o prêmio de produção do World Cinema Fund (ligado ao Festival de Berlim).
Além de artistas expressivos, faz parte do elenco, o psiquiatra e psicanalista Ariel Bogochvol, coordenador do Corpo de Formação em Psicanálise no IPLA.
Neste domingo, às 19h, haverá uma exibição do filme seguido de debate com o diretor Kiko Goifman.
Paulo Vanzolini, zoólogo, músico, contador de histórias.
Chico Buarque sempre disse que aprendeu a fazer música com Paulo Vanzolini.
Um dos meus compositores favoritos. Fui assistir a pré-estréia do documentário UM HOMEM DE MORAL, de Ricardo Dias sobre este mestre da MPB - Paulo Vanzolini, em homenagem aos seus 85 anos.
Ao vê-lo me deu saudades das tardes que passei com ele e um grande velho amigo no Museu de Zoologia, no Ipiranga e das noites em sua casa no Cambuci, quando fazia uma macarronada com linguiça calabresa e cantava suas canções, sempre ilustrando uma história.
Acerto de contas - a caixa com 4 CDs de Paulo Vanzolini é um achado! Não dá pra não ter.
UM HOMEM DE MORAL deve entrar no circuito comercial dentro de alguns dias. É imperdível !!!
Suas letras de música são preciosidades:
Amor de trapo e farrapo - com Carlinhos Vergueiro
Amor de trapo e farrapo Tudo errado mas tão gostoso De dar arrepio na espinha Amor de galo de rinha Amor de arrancar toco Amor de louco contra louca Ciume e fogo nos olhos Beijo, o fogo na boca E o coração, incendio pleno Amor veneno Amor cachaça Amor veneno Amor pirraça Amor debaixo d'agua Amor no meio dos infernos Amor de meter susto ao padre eterno E ja se vë So pode ser o amor de eu e vocë
Bandeira de guerra - com Paulinho da Viola
Foi numa esquina da vida uma mulher em hora perdida um homem em ponto morto. Nessa base de tropeço e mau começo foi nascer contra a vontade esse amor torto me admira ter vingado, quem diria que fosse loucura pra mais do que um dia. a verdade quem diria que enxergasse a luz do dia ....
Volta por cima com Paulo Vanzolini e Trovadores Urbanos, em frente à casa de Vanzolini, no Cambuci.
Chorei Não procurei esconder Todos viram, fingiram Pena de mim não precisava Ali onde eu chorei Qualquer um chorava Dar a volta por cima que eu dei Quero ver quem dava Um homem de moral Não fica no chão Nem quer que mulher Lhe venha dar a mão Reconhece a queda E não desanima Levanta, sacode a poeira E dá a volta por cima
Ronda - com João Gilberto
De noite, eu rondo a cidade, a te procurar, sem encontrar. No meio de olhares, espio por todos os bares, você não está. Volto prá casa abatida, desencantada da vida, o sonho alegria me dá, nele você está. Ah, se eu tivesse quem bem me quisesse, esse alguém me diria: Desiste, esta busca é inútil, eu não desistia. Porém, com perfeita paciência, volto a te buscar, sem encontrar, bebendo com outras mulheres, rolando um dadinho, jogando bilhar. E nesse dia, então, vai dar na primeira edição: Cena de sangue num bar da Avenida São João.
Cuitelinho, de Paulo Vanzolini - com Renato Teixeira
... a tua saudade corta como aço de navalha....
Praça Clóvis com Anna Toledo
Na praça Clóvis Minha carteira foi batida Tinha vinte e cinco cruzeiros E o teu retrato vinte e cinco Eu, francamente, achei barato Pra me livrarem Do meu atraso de vida Eu já devia ter rasgado E não podia Esse retrato cujo olhar Me maltratava e perseguia Um dia veio o lanceiro Naquele aperto da praça vinte e cinco Francamente foi de graça
No dia do índio, 19 de abril, fui à Bertioga ver o Festival Nacional da Cultura Indígena. Valéria, filha do Lino e da Elza, é uma pesquiadora dos índios - é seu tema do doutorado em Antropologia na USP. Empolgada, Valéria nos orientou (Elza e eu) nessa visita ao festival que trazia um número expressivo de etinias. Além do artesanato, havia apresentações de danças e outras expressões artísticas nos 3 dias do festival: 18, 19 e 20 de abril.
GUARANI- também conhecidos como Ava-Chiripa, Ava-Guarani, Xiripa ou Tupi-Guarani, é considerado um dos povos mais populosos no Brasil, com cerca de 30 mil índios. Estão espalhados em várias partes do Brasil. Suas danças, cantos e rituais são direcionados ao Deus Tupã, pedindo proteção às pessoas e à natureza.
TERENA - Autodenominados Chané (gente em auaki) - são cerca de 22 mil pessoas que habitam o Pantanal Matogrossense. Alguns vivem perto de Bauru (SP), na terra indígena de Araribá. Destacam-se como expressão artística a Dança da Ema (kohixóti kipahi) - exclusivamente masculina e a Siputrena - exclusivamente feminina. Participaram da guerra do Paraguai e da II guerra mundial. Participam da vida econômica da região em que vivem, com agricultura e domando animais.
XERENTE - Grupo indígena que habitam 56 aldeias das terras indígenas Xerente e Funil, no Estado do Tocantins. Com a chegada dos jesuítas e colonizadores, no século XVII, tiveram o primeiro contato com outros povos. Os heróis mítcos Xerente são Doí (o sol), Wahirê (a lua) e Huku (a onça). Cada um dos clãs Xerente possui um conjunto de nomes próprios que são passados de geração em geração, e isso os identifica e os distingue no plano de sua organização social.
MEHINAKU - são habitantes das aldeias Utawãna e Uwapiyoko, no parque do Alto Xingu (MT). Sua população estimada é de 2000 pessoas. Alimentam-se basicamente de peixe e mandioca brava. Mantém intactas as tradições e costumes, são hábeis trocadores no Moitará (mercado xinguano) e detentores da técnica de fabricação de sa de aguapé. Na festa do Kuarup praticam a luta corporal masculina (kuka huka) e a luta feminina (yamaricumã). Fazem a festa do Pequi (fruta tradicional da região) e jogam o Teró (jogo de flecha). Clique para saber mais acessando o site da TV Cultura sobre os Mehinaku
KARAJÁ - habitantes tradicionais do rio Araguaia, vivem hoje na ilha do Bananal, Parque Indígena do Araguaia. O contato com os brancos aconteceu a partir do século XVI com a exploração do ouro e pecuária e com isso começaram a perder sua cultura. No rio Araguaia está sua principal fonte de subsistência. Tentem recuperar suas tradições, como a festa do Aruanã - peixe da região - protetor dos Karajá e da festa do Heohonky - através das danças e lutas ijesu - demonstração de força e coragem. Fabricam artesanato e suas habilidades são nado, remo e a prática da luta idjassú.
PARESI HALITÍ - vivem nas terras indígenas Paresi e Utiariti, nos municípios de Campo Novo dp Parecis e Tangará da Serra, respectivamente. Foram guias para a comissão Rondon e tentam até hoje preservar seus valoresculturais e étnicos. Praticam o Xikunahiti, um jogo que se usa a cabeça. São conhecidos por sua bela ornamentação com penas de aves.
MANOKI - habitam o extremo norte de Mato Grosso. Muitos Manoki foram dizimados com a chegada dos seringueiros na região, a partir de 1900. As principais formas de expressão artística são: a dança, pinturas o ornamentos corporais e o Yetá - festa ao espírito da roça, onde há o batismo da plantação e das crianças que vão receber seus nomes, pelos anciãos da aldeia.
Este festival é anual. Não deixe de comparecer e prestigiar no próximo ano. Vale a pena!
Um Índio Caetano Veloso
Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante De uma estrela que virá numa velocidade estonteante E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias
Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá
Um índio preservado em pleno corpo físico Em todo sólido, todo gás e todo líquido Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro Em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer Assim, de um modo explícito
(Refrão)
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos Surpreenderá a todos, não por ser exótico Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto Quando terá sido o óbvio
Veja a entrevista de Jorge Forbes para a TV Bandeirantes de Santa Catarina, em 12 mini-vídeos, durante o recente congresso da Escola Brasileira de Psicanálise, em Florianópolis.
Os temas tratados: Regime de Mulheres, Práticas Reacionárias, O Adolescente Cinqüentão, Filhos Cangurus, O líder hoje, Crise de civilização, ...
O primeiro vídeo foi uma resposta à pergunta do repórter sobre um artigo de Forbes: Você merece ser feliz? !!!!Veja a resposta:
A entrevista pode ser acompanhada no post de 16 de abril de Sua Exclência, o Blog. Vale a pena conferir!
Essa entrevista e outras notícias, você também pode acompanhar no site do Projeto Análise
A psicanálise tem mais a ver com o corpo do que com o raciocínio. É da ordem do ressoar. Hoje, mais do que nunca, temos a clínica do "gozo". Antes a psicanálise lidava com o "sentido" e agora, com o não-sentido, com as novas formas de lidar com a vida. Lidar com esse "gozo", com esse jeito de viver, de forma inventiva e responsável é a proposta da psicanálise.
A psicanálise é da ordem do singular. Ela transforma soluções particulares em transformações singulares.
Podemos dizer que os "sweded filmes" são soluções singulares? É uma forma particular de ver, sentir e representar um filme. É da ordem da invenção. É a forma de passar sua singularidade no mundo.
Da mesma forma que não foi possível rebobinar o filme, mas criar uma nova história, na psicanálise não se rebobina a vida, mas pode-se reinventá-la. (Elza Macedo)
O filme BE KIND, REWIND, (REBOBINE, POR FAVOR - título do filme em português) que provocou uma onda de "sweded filmes" - mostra releituras e filmagens de clássicos feitos por leigos - como uma forma de mostrar ao mundo, através do YouTube e de outros canais da internet, sua forma singular de "gozo". Criaram até um verbo para essa atividade: SUECAR. Um novo sintoma da globalização.
Veja pelo YouTube um exemplo que já tem cerca de 336.000 exibições, um sweded filme de BE KIND, REWIND - produzido por pessoas comuns - uma metalinguagem:
Veja também a matéria que fiz neste blog sobre esse filme - REBOBINE, POR FAVOR - em 19 de outubro de 2008:
Descobri este CD hoje e não posso deixar de dar a dica aqui.
Teresa Cristina, Jussara Silveira e Rita Ribeiro - gravação do show ao vivo no Teatro Municipal de Niteroi em 2008. e lançado em CD e DVD recentemente. Confira !
Esse show ainda vai correr o Brasil, a partir de maio, quando Lorena, filha de Teresa - que nasceu no dia 24 de março - já puder acompanhar a mãe pelo mundo afora.
Freud, o criador da psicanálise dizia que por melhor que se leve uma análise, sempre tem um resto incompreensível, tanto no homem, quanto na mulher.
Jorge Forbes, freudiano e aluno de Lacan, o psicanalista lacaniano que linka a psicanálise com o mundo, diz: Toda decisão é precipitada, uma vez que sempre será incompleta; daí, inventiva.
Juntando esses dois pensamentos, me chamou a atenção esse texto - TRÊS HISTÓRIAS - de Noemi Jaffe e Leda Cartum, publicado na revista virtual TRÓPICO, no site da UOL. Escritora e sua filha contam viagem a Auschwitz, o campo de concentração de onde sua mãe e avó foi resgatada.
Dá para entender como a lembrança de alguém que foi presa num campo de concentração, durante a guerra, vira um diário que é entregue a um homem que se apaixona por ela; e que esse jovem enamorado usa as páginas em branco do diário para escrever cartas à amada, fazendo dessa tragédia uma históra de amor?
Esse casal -pais de Noemi e avós de Leda - veio para o Brasil. Noemi e Leda viajaram para a Alemanha. Viajaram para tentar costurar suas histórias, procurar os pontos que faltavam. É bom lembrar o que disse Freud - sempre há algo incompreensível e o que disse Jorge Forbes sobre a decisão e a incompletude.
Leia esse lindo texto, essas três histórias, escritas por mãe e filha, sobre a mãe e a avó, início de um livro que logo será publicado. Delicie-se, clicando no link: