Na noite de Natal a programação foi intensa. Na Globo, o show anual de Roberto Carlos com vários convdados, entre eles, Caetano Veloso. A alegria da noite de Natal!
Na mesma noite, quase no mesmo horário, na GloboNews, Jorge Forbes era entrevistado por Monica Waldevogel no programa "Entre Aspas". O tema do programa: PROJETANDO 2009.
Difícil escolha entre as "emoções" e os "detalhes", como disse um amigo.
O show de Roberto Carlos - as canções e seus convidados - foi muito bom. Vale a pena ver de novo.
O show de Jorge Forbes - projetando 2009 - foi muito bom. Valeu para todo o ano que se inicia.
Cada um com sua música, cada um dando seu tom.
A partir das questões propostas por Monica Waldevogel, escolhi alguns comentários de JF para ajudar a pensar o ano novo:
- sobre a lista de propósitos para o ano novo: Se você não cumpriu é porque houve uma boa razão para isso. Existe sempre um desiquilíbrio entre aquilo que você consegue expressar e aquilo que você consegue fazer. Como psicanalista dou mais importância aos pés da pessoa - ou seja - se ela não estava ali, ela que diga porque e talvez, ela encontre razões afetivas mais importantes do que belos objetivos para o ano.
- sobre a forma de se garantir: Temos duas formas de nos assegurar no mundo:
- uma forma através dos ideais, que são as formas verticais de asseguramento, onde você busca objetivos e mede a distância e a forma para chegar lá. Essa forma não serve mais, sobretudo num mundo globalizado, num mundo mix.
- uma outra forma é você não acreditar tanto na expectativa do outro em relação a você, nem nas coisas que a sociedade te diz, mas ao contrário. Aproveitar o ano novo, como diz Drummond, para saber se você é capaz de mantê-lo novo o ano inteiro. Se você é capaz de não se acomodar em relação à você e a cada momento poder manter a novidade do ano novo.
- uma proposta para o ano novo: Que nesse ano as pessoas possam suportar seu sucesso, suportar o seu destaque. As pessoas tem medo de ganhar porque quando alguém ganha ela se vê excluída do grupo. Muitas vezes a pessoa boicota o seu ganho porque prefere o conforto do apoio do grupo a suportar o ataque que o grupo faz a quem se destaca. Aí você começa a ficar com vergonha das coisas que te ocorreram de bem - acredito que esse seja um dos grandes problemas que fazem as pessoas chegarem ao fim do ano dizendo que foi muito ruim, Muito ruim foi sua falta de sustentação das coisas, de quando a carruagem passou e você escorregou no degrau.
- sobre o planejamento anual das empresas: Estamos frente a um novo vírus social, perigoso. A partir dessa crise econõmica, depois de um tempo que veio com a globalização e com ela um movimento cultural importante, um verdadeiro renascimento cultural, multiplicidade de opções, responsabilidades, invenções, etc. , houve um retrocesso. As pessoas acham agora que tem que se regular mais e nós vamos entrar numa ação para trás, ou seja, numa reação, o que é muito perigoso. Acho que as empresas estão entrando nesse barco, a meu ver, furadíssimo. As empresas de vanguarda no mundo não vão por aí. Apple não vai por aí. Google não vai por aí. Evidentemente não existe nada sem planejamento, mas não o planejamento pensando como um mundo completo. Porque o mundo não é completo; o mundo é incompleto. E se você conseguir montar uma estrutura de planejamento que inclua o incompleto então você vai conseguir ver o furo. Se você não fizer isso o furo fica completamente perdido. Isso é fundamental e eu espero que se faça isso. Estou vendo empresas cortando seus custos nos movimentos de criatividade, nos novos processos, nas novas idéias de agrupamento, para voltar a métodos de controle do passado e vão se fechar, achando que assim fazendo se protegem. Estão confundindo. Estamos só entrando na globalização e o fato de um bando de garotos terem ganho rios e dinheiro com manuseios bancários perversos, não justifica esse reacionarismo.
- sobre a felicidade: Felicidade é diferente de prazer. A felicidade sempre ultrapassa os bens mundanos. A felicidade sempre escapa, tem algo de mágico. Como é algo de outro mundo, a pessoa se pergunta : - é pra mim? A pessoa fica numa crise de identidade tão grande que precisa por uma máscara e se torna um mascarado.
- coisas possíveis X coisas impossíveis: O possível você faz, mas é chato. O possível é o óbvio. E frente ao impossível você inventa porque o impossível é impossível de ser expresso, tem que ser inventado.
Foi uma grande entrevista! Agora é com cada um. Manter o novo a cada dia sem medo do risco, da invenção, do incompleto.
Se você quiser ver o vídeo integral do programa, siga o link para o site da Globo:
VIVA 2009 !!!!
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