quinta-feira, julho 31, 2008
RAZÃO DE SER
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
e as estrelas lá no céu
lembram letras no papel,
quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por que?
(Paulo Leminski)
domingo, julho 27, 2008
NOME PRÓPRIO - O FILME
Um filme dirigido por Murilo Salles com Leandra Leal. Baseado na obra de Clarah Averbuck, que reuniu as mais de 600 páginas de seu blog para dar origem a obra literária.
http://nomepropriofilme.blogspot.com/search/label/por%20Camila%20Lopes
Algumas declarações de Camila em seu blog:Meu blog não é um diário. Aqui escrevo e ponto.Escrevo porque preciso. Melhor, vivo porque escrevo. Não quero saber de opiniões, nem de julgamentos. Não devo nada a ninguém. Por isso, meu blog não tem comentários. Menos ainda sobre minha vida. Isto aqui não é uma página interativa. Não gostou? Não lê. Simples assim.
Nada nunca dá certo de vez. Eu sei. Tudo termina sempre acabando. Só o fim permanece. O fim eterno de todas as coisas. Então, me dissolvo antes do fim. Eu me dissolvo.
A sinopse do filme no myspace:
Sobre Nome Próprio, O Filme - Estréia 18/07/08
"Nome Próprio" conta a história de uma jovem mulher que dedica a vida à sua paixão, escrever. Camila é intensa, complexa e corajosa. Para ela, o que interessa é construir uma trajetória como ato de afirmação. Sua vida é sua narrativa. Construir uma existência complexa o suficiente para se escrever sobre ela. "Nome Próprio" é um filme sobre a paixão de Camila. De sua busca por redenção. Quer a literatura como ato de revelação. Para tal, cria vínculos. Carente, os destrói. Por excesso. Por apego. Por paixão. "Nome Próprio" é o olhar sobre uma personagem feminina que encara abismos e, disso, retira a força que necessita para existir. Para Camila, a vida floresce das cicatrizes de seu processo de entrega absoluta e vertiginosa.
http://www.myspace.com/nomepropriofilmeVeja o trailer do filme:
sábado, julho 26, 2008
MINHA SELEÇÃO PARA O FIM DE SEMANA
Caetano e Teresa Cristina - Gema
Para minha filha Letícia, hoje em Veneza, uma lembrança com muito amor:
Teresa Cristina e Marisa Monte no Centro Cultural Carioca - Para ver as meninas (Paulinho da Viola)
Maria Bethania e Omara Portuondo - Só vendo que beleza (Marambaia)
Luiz Melodia e Martinália - Estácio Holly Estácio
Maria Bethania - Sábado em Copacabana
segunda-feira, julho 21, 2008
RIO DE JANEIRO - SAMBA E OUTRAS BOSSAS
- almoça com amigas queridas e leva aquele papo gostoso de uma tarde inteira
- dá um mergulho e faz uma caminhada na praia
- escolhe os shows noturnos em boa companhia
- cai no samba de Teresa Cristina com o Grupo Semente
- passa numa livraria de madrugada antes de cair no sono
- vai ao show do Domingos de Oliveira com um grupo animado de amigos com jantar na sequencia em um restaurante descolado
- relaxa ao sol com uma boa leitura à beira da piscina do Copacabana Pálace
Essa receita não é única, mas para mim, foi a medida certa no último fim de semana.
Se você quiser sambar ao som de Teresa Cristina e Grupo Semente, sempre às noites de:
quinta-feira - no Centro Cultural Carioca: uma linda casa restaurada, no centro -
Rua do Teatro, 37
sexta-feira - no Carioca da Gema, um bar no miolo da Lapa - Rua Mendes de Sá, 79 .
A Lapa restaurada e o Grupo Semente comemoram 10 anos neste ano e a festa ainda rola o ano todo. Teresa Cristina e Semente viajam para a Europa no final de julho e só voltam para lá no final de agosto. Para saber detalhes da agenda clique em: http://www.teresacristinaesemente.com.br/
Dona Hilda, mãe de Teresa, dá uma canja a pedidos da platéia.
Os sambas de Paulinho da Viola, as canções que Clara Nunes cantava, os sambas de Chico Buarque, sambas antigos redescobertos por Pedro Miranda e os sambas de Teresa animam a noite - samba até quem é doente do pé.
OS SÁBADOS DO DOMINGOS - um show informal - um cabaré interativo e filosófico.
O show de Domingos de Oliveira não é propriamente um show - é um anti-show, irreverente, divertido, inusitado. O repertório é variado, com muitas músicas antigas, marchas carnavalescas e participação de convidados da platéia.
Você pode participar, cantar - é um show de protesto contra a idéia de que só atores podem cantar! Tudo no meio de muito barulho, sem precisar desligar o celular, com as luzes acesas pra todo mundo se ver. O slogan do show: melhor se arrepender de ter feito do que de não ter feito.
Fui na estréia, no sábado 19 de julho, mas continua todos os sábados até 31 de agosto, sempre às 21 h, no Canequinho Café (anexo ao Canecão).
Um bom lugar pra se encontrar .... Copacabana
Um bom lugar pra se amar ... Copacabana
Eu esperei por esta noite uma semana ......
quarta-feira, julho 16, 2008
WALTER FRANCO E SEU FILHO DIOGO
domingo, julho 13, 2008
MARIA CLARA É BATIZADA
sábado, julho 12, 2008
quarta-feira, julho 09, 2008
SOBRAS DA FLIP
Participar da FLIP já faz parte do calendário básico de quem está ligado na cultura.
A 6ª Festa Literária Internacional de Paraty, que começou na quarta-feira, 2 de julho e terminou no domingo, 6 de julho, teve altos e baixos. Passada a ressaca literária, musical, etc, falo do que ficou para mim, as sobras da FLIP.
Minha descoberta : Jayme Ovalle (1894/1955) - paraense /carioca, amigo de Vinícius de Morais, Otto Lara Rezende, Manoel Bandeira, Augusto Schimidt, Pixinguinha, Di Cavalcanti; escritor e compositor, que influenciou sua geração.
Algumas frases incríveis de uma entrevista de Ovalle a Vinícius de Moraes:
A poesia: - É a coisa mais importante do mundo. Todo mundo nasce com ela, porque ela é a própria vida. Todo mundo é criado com o dom da poesia e só deixa de ser poeta porque perde a inocência. Quanto mais um homem crescer carregando consigo sua inocência, mais poeta ele é.
O poeta: - O poeta é o macho por excelência. ... A poesia aceita de vez em quando uns hemafroditas. Rilke, por exemplo, era hemafrodita.
Parto sem dor: - Um roubo. Tira da mulher o prazer da dor de criar. É no fundo um ato de futilidade.
A loucura: - A loucura é o vácuo entre a criação e a obra criada.
O medo: - Não sei, neguinho, acho que é um fenômeno puramente físico. Mas não sei, porque nunca tive.
A mulher: - A mulher é um corpo estranho.
A relação entre homem e mulher: - Pode existir respeito, admiração, mas amizade - nunca. A gente vê que são inimigos porque o ato sexual é aquela luta romana entre os dois.
Freud e a psicanálise: - Freud foi um louco genial, que descobriu as causas da própria loucura e acabou se curando. ... A loucura é uma coisa una, pessoal e intransferível.
Um chato: - Um chato é um sujeito que para falar com você, pega no seu paletó. ... Agora, a gente não pode passar sem o chato. Existe a nostalgia do chato. O mundo sem chatos seria insuportável. Depois de conversar com ele, puxa, não existe mais problema nenhum.
O homem moderno: - Ah neguinho, aqui no Rio é muito difícil responder a essa pergunta. Esse negócio de homem moderno eu só poderia responder se eu vivesse em São Paulo.
Esse Ovalle é uma pessoa rara; que figura !!! Vou devorar o livro sobre ele, escrito por Humberto Werneck.
E agora, as personalidades / conferências que elegi como preferidas:
- José Miguel Wisnick - professor de literatura, músico e escritor brasileiro - THE BEST !!!
e a lista continua:
- Elisabeth Roudinesco - psicanalista e escritora francesa
- Fernando Vallejo - escritor colombiano
- Humberto Werneck - jornalista e escritor brasileiro
- Inês Pedrosa - escritora e jornalista portuguesa
- Pierre Bayard - psicanalista e escritor francês
- Tom Stoppard - dramaturgo inglês/tcheco (ganhou um Oscar pelo roteiro do filme Shakespeare Apaixonado)
livros que trouxe na bagagem da FLIP:
- Santo Sujo - A vida de Jayme Ovalle (Humberto Werneck)
- Como falar dos livros que não lemos? (Pierre Bayard)
- O conto do amor (Contardo Calligaris)
- Jacques Lacan (Elisabeth Roudinesco)
- A parte obscura de nós mesmos (Elisabeth Roudinesco)
- A instrução dos amantes (Inês Pedrosa)
- A eternidade e o desejo (Inês Pedrosa)
- El desbarrancadero (Fernando Vallejo)
- Veneno remédio - o futebol e o Brasil (José Miguel Wisnick)
- Machado de Assis - Cadernos de literatura brasileira - Instituto Moreia Salles - pelos 100 anos de Machado de Assis, homenageado da FLIP deste ano.
E, de quebra, trouxe a biografia de Maria Della Costa, lançada nesses dias, no Hotel Cuxixo, de propriedade da atriz, onde me hospedei.
Ah, o show de abertura, com Luiz Melodia, merece ser lembrado. Cantando sambas do seu último CD (que já comentei aqui e inclusive selecionei algumas músicas para o último CD Nasci para Bailar) foi de arrasar. Não fosse minha bota Salvapés e os três ligamentos rompidos, tinha caído no samba - o que muita gente que estava lá fez.
Se quiser saber mais da FLIP, clique no blog oficial:
http://blogdaflip.wordpress.com/
e no canal YouTube da FLIP:
http://br.youtube.com/user/flipfestaliteraria
Até o ano que vem em Paraty !
terça-feira, julho 01, 2008
SAMPARIOCA
A geografia de sua cidade afeta a prática do analista, invariante do Real
O primeiro SAMPARIOCA - Um pequeno encontro clínico de psicanalistas do Rio e de São Paulo, em torno ao ensino de Jacques Lacan – ocorreu no sábado, 28 de junho, no IPLA – Instituto da Psicanálise Lacaniana (SP), sob a coordenação de Jorge Forbes (IPLA/SP) e Tania Coelho dos Santos (SEPHORA/RJ).
Cinqüenta participantes do Núcleo Sephora, do IPLA e do Projeto Análise debateram dez casos clínicos, num encontro que se estendeu por doze horas. Tratou-se de casos atendidos no âmbito dos estudos do Sephora (em Varas de infância e família, Clínica de Obesidade), e no das três clínicas mantidas pelo IPLA (a Clínica de Psicanálise do Centro de Estudos do Genoma Humano - USP, Núcleo de Pesquisa, Psicopatologia e Psicanálise – HC - USP e Clínica-Escola).
No decorrer dos trabalhos, alguns pontos em comum se destacaram. As grandes metrópoles colocam desafios que exigem mudanças da psicanálise. São um campo apropriado para o estudo da segunda clínica de Lacan, que dá mais importância à conseqüência do que ao sentido.
Numa sociedade líquida, o analista não espera ser chamado. Onde os enunciados imperativos fazem sofrer, oferece a palavra e a escuta, antecipando-se à demanda. Sua ação requer dispositivos clínicos flexíveis e redes intercambiáveis de produção e circulação da psicanálise.
Por essa razão, o psicanalista lacaniano:
1 - não recua diante da desesperança de sujeitos que foram sentenciados pelas contingências (na forma de sentença judicial, diagnóstico médico, encaminhamento de familiares, etc.);
2 - acolhe (sem resignar-se nem compadecer-se) o insuportável de cada um que o procura;
3 - intervém para esvaziar a consistência dos discursos e seus diferentes imperativos;
4 - aposta na vitalidade da psicanálise para interpretar os discursos (familiares, médicos, pedagógicos, jurídicos e etc..) que subjugam um sujeito, inviabilizam sua existência ou fazem dela uma tragédia;
5 - estabelece parcerias com instituições (a universidade, o judiciário, o hospital etc.) que ofereçam condições para potencializar o ato analítico, produzindo um pouco mais de satisfação como efeito;
6 - trabalha de modo a modificar diagnósticos, prognósticos e até a direção do tratamento médico, da orientação pedagógica, da decisão judicial e muitos outros procedimentos;
7 - reinsere, na consideração da sociedade líquida, a dimensão invariável do vivo, da sexualidade e da morte, pois sabe que, somente assim, se pode reinventar o uso do corpo e dos laços sociais;
8 - condena à prescrição todo imperativo mortificante e toda sentença mórbida que vige sobre o sujeito, que de direito deve permanecer vivo;
9 - coloca seu trabalho à prova da conversação, submetendo o relato de seus casos (princípios, métodos e resultados) ao escrutínio da comunidade científica e psicanalítica; e
10 - transmite suas descobertas de modo claro e pouco ritualizado, facilitando a adesão de diferentes comunidades ao discurso psicanalítico e provocando, nesse movimento vivo, a constante reinvenção da psicanálise.