quinta-feira, março 16, 2006

MENTIRAS SINCERAS


Sempre digo a verdade: não toda, porque dizê-la toda não se consegue. Dizê-la toda é impossível, materialmente: faltam palavras. É por esse impossível, inclusive, que a verdade tem a ver com o real. (Jacques Lacan).

Mentiras sinceras é o nome em português do filme "Separate lies", de Julian Fellowes, que está nos cinemas. Li o artigo de Contardo Calligaris na Folha Ilustrada hoje, falando sobre esse filme e fiquei muito curiosa para ir ao cinema e conferir. Fui. É desses filmes que prendem a atenção o tempo todo e depois de sair da sessão a questão ainda continua.

Trata de uma questão que toca aos casais: o amor, a convivência, as expectativas e sobretudo, a generosidade. A história é sobre um triângulo amoroso e como certos sentimentos ou reações são inexplicáveis. Uma explicação, porém, dada pela mulher que trai o marido, me surpreendeu: "Com o outro tudo é fácil (easy); ele não espera nem exige nada dela". Acho que essa é a chave para a convivência a dois.

Contardo, em seu artigo, baseia-se em Lacan para dizer "que o maior sinal de amor é o dom do que a gente não tem" (de uma citação de Lacan: "Ofereço-lhe o que não tenho e que você não quer e não me pede"). E isso é oposto do que os casais esperam e exigem um do outro.

Experimente. Veja o filme - se nào vale para este, quem sabe para o próximo....

Um comentário:

Anônimo disse...

com certeza vou lá dá uma olhada nesse filme! valeu a dica!
Gostei!