Cabzone per te
quarta-feira, julho 30, 2014
segunda-feira, julho 28, 2014
MILLOR - HOMENAGEADO DA FLIP 2014
O humor de Millor, homengeado da 12ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, em frases:
O que é mais difícil - aceitar o mais forte, suportar o mais rico ou admitir o mais bonito?
A alma enruga antes da pele.
Nada essencial pode ser ensinado. Mas tudo tem que ser aprendido.
Tristezas não pagam dívidas. Nem bravatas, por falar nisso.
Quem se apaixonou por uma fera corre o risco de morrer de amor.
O pior do espírito esportivo é que a gente só pode demonstrá-lo na derrota.
Idade da razão é quando a gente faz as maiores besteiras sem ficar preocupado.
Desconfio sempre de todo idealista que lucra com seu ideal.
Existe no mundo algo mais assustador do que pessoas assustadas?
Pra fazer uma boa teoria é preciso muita prática.
A verdade não é só mais incrível que a ficção como é muito mais difícil de inventar.
A verdade é aquilo que sobra depois que você esgotou as mentiras.
A vida é incurável.
Biquíni é essa coisa que começa de repente e acaba subitamente.
Inúmeros artistas contemporâneos não são artistas e, olhando
bem, nem são contemporâneos.
Se é gostoso faz logo, amanhã pode ser ilegal.
Uma coisa, pelo menos, é positiva: a violência no mundo
inteiro aumentou consideravelmente nosso conhecimento de Geografia.
quarta-feira, julho 16, 2014
PAULO MENDES DA ROCHA - TECNICA E IMAGINAZIONE
Visitar essa exposição foi um dos motivos que me trouxe a Milão neste julho.
A Trienale di Milano apresenta de 6 de maio a 31 de agosto, a exposição TECNICA E IMAGINAZIONE do arquiteto PAULO MENDES DA ROCHA - PritzkerPrize 2006 de arquitetura.
A Trienale di Milano apresenta de 6 de maio a 31 de agosto, a exposição TECNICA E IMAGINAZIONE do arquiteto PAULO MENDES DA ROCHA - PritzkerPrize 2006 de arquitetura.
Apresenta através das obras, de vídeos e de escritos, o pensamento de Paulo Mendes da Rocha.
Sobre a arquitetura:
Não ser exatamente tecnicista, não ser apenas uma solução física, mas colocar as reflexões para adiante, como algo que não cessa. A vida não cessa. a graça da arquitetura é que ela é uma providência para organizar espaços.
Arquitetura é algo que você pode fazer e não o que você deve fazer.
Sobre a cidade:
A cidade é uma sedução espacial. Quando se chega a uma cidade, sempre se pergunta: aonde vamos? Uma visão de labirinto - a imaginação tem que estar presente numa cidade.
Numa cidade tudo pode ser transformado.
Clube Paulistano - na Rua Augusta, um teatro sui gêneris
Casa do Butantã - a casa pode ser um divertimento
Casa Gerassi - fantasia, uma indignação frutífera
Outros trabalhos que podem ser vistos na exposição:
. MUBE - Museu Brasileiro da Escultura - em São Paulo
. Picanoteca do Estado - em São Paulo
. Intervenção na Praça Patriarca - em São Paulo
. Centro Cultural FIESP
. Museu Nacional dos coches - em Lisboa, Portugal
. Centro de Arte Vitória - em Vitória, Espírito Santo
. Estádio Municipal de Serra Dourada
. Pavilhão do Brasil na EXPO 70 - em Osaka, Japão
. Projeto do consurso do Centro georges Pompidou - em Paris, França
. Museu de Arte Contemporânea - USP
Os vídeos com entrevistas levam o visitante para uma viagem ao mundo da arquitetura de Paulo Mendes da Rocha. A exposição toda é uma viagem que nos deixa com uma nova visão do mundo e da vida.
Salve Paulo Mendes da Rocha - grande arquiteto brasileiro!
domingo, julho 13, 2014
A FESTA DA COPA DO MUNDO 2014
Os jogadores de futebol do Brasil não ganharam a Copa, mas o povo brasileiro fez a festa desta mundial.
Dutch band FACTOR 12 and Brazilian Military Police Band playing together Aquarela do Brasil
Vídeo da Federação Alemã de Futebol ao som de Margareth Menezes (A Luz de Tieta)
Orquestra da Banda São João - Copa 2014 - "Tropa Francesa"
Fan Fest em Fortaleza: turistas avaliam a festa brasileira
Turistas estrangeiros só falam bem de BH e já querem voltar
world cup brasil 2014 fans hinchada barra
Os vídeos selecionados mostram como os estrangeiros gostaram da temporada brasileira. A festa rolou!
Vídeo da Federação Alemã de Futebol ao som de Margareth Menezes (A Luz de Tieta)
Orquestra da Banda São João - Copa 2014 - "Tropa Francesa"
Fan Fest em Fortaleza: turistas avaliam a festa brasileira
Turistas estrangeiros só falam bem de BH e já querem voltar
world cup brasil 2014 fans hinchada barra
sábado, julho 12, 2014
KLIMT - MILANO - PALAZZO REALE
Klimt. Alle origini di un mito
Da mercoledì 12 marzo al 13 luglio venti tele a olio sono in mostra a Palazzo Reale
Cheguei a tempo de ver a exposição de Gustav Klimt em Milão - uma mostra que passou por toda a sua história, sua relação com a família, com seu pai e seus irmãos também artistas, com a mulher da sua vida - Emilie Flöge - com quem nunca chegou a se casar. Esse artista, que morreu aos 56 anos, que revolucionou sua época e fez trabalhos ligados à medicina eà filosofia. Nasceu em 1862 em Baumgarten, perto de Viena e morreu em 1918.
Dentre as obras apresentadas estavam grandes trabalhos como Adão e Eva, Salomé, O Abraço, Girassol e Água em movimento. Senti falta do BEIJO, mas foi tão interessante, bem organizada e co trabalhos tão importantes, que não chegou a ser uma falha.
Uma das coisas boas de Milano - sempre tem exposições de grandes artistas. Um bom lugar para estar e desfrutar.
Salve !
sexta-feira, julho 11, 2014
JEITINHO BRASILEIRO DE AMAR
Haveria
um jeitinho brasileiro de amar? O que diferencia o brasileiro de outros povos,
nesse quesito?
“Na
onda de apresentar o Brasil ao mundo, os brasileiros voltam-se sobre si mesmos
e se perguntam com que roupa vão aparecer no baile das nações, inclusive no
amor” – diz Jorge Forbes, na abertura do seu texto.
Jeitinho brasileiro de amar
Mesmo no silêncio do primeiro encontro, os brasileiros dançam – com o olhar, o aceno, a cruzada de perna, o
andar, o meneio.
Jorge Forbes
Haveria um jeito brasileiro de
amar?
Na onda de se apresentar o Brasil
ao mundo, os brasileiros voltam-se sobre si mesmos e se perguntam com que roupa
vão aparecer no baile das nações, inclusive no amor.
Não precisamos nos aprofundar
muito, para perceber que cada povo ama de certo jeito peculiar. É o que nos
permite brincar, em caricatura, que o amor francês é cheio de biquinhos e não
me toques; que o alemão ama na dureza; que o americano até no carinho usa a
régua do custo-benefício; que o argentino, especialmente o macho, abre e exibe
todas as penas do pavão; que o italiano fala mais que confirma; que o inglês
ama em hora marcada etc. E o brasileiro?
Sim, podemos falar de um jeito
brasileiro de amar. A principal característica é a ginga, a flexibilidade, como
de resto em tudo. O brasileiro não se leva muito a sério em declarações
pomposas. Nem se preocupa em sustentar um pedido de casamento na realidade
prática. Primeiro o brasileiro declara e assina o sonho, depois corre atrás de
sua realização. Outros povos preferem adequar os sonhos aos fatos, coisa
chatíssima nessas terras. O brasileiro não se prende a uma forma convencional
de expressão amorosa. Por aqui, diz o poeta Milton Nascimento, todas as formas
de amor valem à pena. Outo poeta, Vinícius de Moraes, destaca o desmedido do
amor na terra onde tudo dá, na infinitude do sentimento enquanto dure.
A sensualidade brasileira está à
flor da pele. Dizem os sociólogos que nos estudam, como Domenico de Masi, que
isso é herança da escravidão. Os negros escravos tinham como seu único bem o
seu corpo. Deles e dos índios teríamos herdado a cultura do cuidado com o corpo
que acaba se refletindo na proeminência da nossa cirurgia plástica e da
dermatologia, e nos espetáculos esculturais de nossas praias. Mesmo no silêncio
do primeiro encontro os brasileiros dançam. Com o olhar, o aceno, a cruzada de
perna, o andar, o meneio.
E se você, nesse momento, está
sorrindo ao se reconhecer nessas características, querendo delas saber mais, e
está com vontade de acrescentar detalhes de sua forma de amar, é porque você é
brasileiro e sabe que estamos agora privilegiados em uma pós-modernidade que
valoriza o que já intuitivamente sabíamos: que nenhuma explicação de amor é em
si suficiente. Que o amor pede sempre um complemento, um jeitinho especial dos
amantes. Se não, ora, se não for assim, não tem jeito.
sábado, julho 05, 2014
BRUTA FLOR DO QUERER
Letícia Genesini escreveu um artigo para a newsletter do IPLA: Bruta flor do querer
Ela abre o artigo enumerando uma série de atributos da mulher moderna que, como ela segue dizendo, seria exatamente aquilo que um homem não quer. “Às vezes me flagro imaginando um homem hipotético que descreva assim a mulher dos seus sonhos: ‘Ela tem que trabalhar e estudar muito, ter uma caixa de e-mails sempre lotada. Os pés devem ter calos e bolhas porque ela anda muito com sapatos de salto, pra lá e pra cá. Ela deve ser independente e fazer o que ela bem entende com o próprio salário: comprar uma bolsa cara, doar para um projeto social, fazer uma viagem sozinha pelo leste europeu. Precisa dirigir bem e entender de imposto de renda. Cozinhar? Não precisa! Tem um certo charme em errar até no arroz. Não precisa ser sarada, porque não dá tempo de fazer tudo o que ela faz e malhar. Mas acima de tudo: ela tem que ser segura de si e não querer depender de mim, nem de ninguém.’ Pois é. Ainda não ouvi esse discurso de nenhum homem. Nem mesmo parte dele. Vai ver que é por isso que estou solteira aqui, na luta.”
Os
homens do século XXI querem Amélias ou mulheres independentes? O assunto bombou
na internet nesta semana. A questão do amor, diz Letícia , não se coloca nesses termos.
Leia o artigo:
No último dia 18 o site do Estadão publicou o artigo
de sua blogueira Ruth Manus intitulado “A incrível geração de mulheres que foi
criada para ser tudo o que o homem NÃO quer” (sic). Imediatamente seguido de uma
longa série de elogios e críticas, o polêmico post aponta uma suposta
dissonância de uma geração em que as mulheres foram criadas “para ganhar o
mundo”, enquanto os homens dessa mesma geração ainda querem Amélias.
Ela abre o artigo enumerando uma série de atributos da mulher moderna que, como ela segue dizendo, seria exatamente aquilo que um homem não quer. “Às vezes me flagro imaginando um homem hipotético que descreva assim a mulher dos seus sonhos: ‘Ela tem que trabalhar e estudar muito, ter uma caixa de e-mails sempre lotada. Os pés devem ter calos e bolhas porque ela anda muito com sapatos de salto, pra lá e pra cá. Ela deve ser independente e fazer o que ela bem entende com o próprio salário: comprar uma bolsa cara, doar para um projeto social, fazer uma viagem sozinha pelo leste europeu. Precisa dirigir bem e entender de imposto de renda. Cozinhar? Não precisa! Tem um certo charme em errar até no arroz. Não precisa ser sarada, porque não dá tempo de fazer tudo o que ela faz e malhar. Mas acima de tudo: ela tem que ser segura de si e não querer depender de mim, nem de ninguém.’ Pois é. Ainda não ouvi esse discurso de nenhum homem. Nem mesmo parte dele. Vai ver que é por isso que estou solteira aqui, na luta.”
Muitos artigos e alguns deboches vieram em resposta a este desabafo
velado de crítica, e entre defesas e acusações calorosas, a repercussão foi
mais dissonante do que a questão em si. Como bem haveria de ser, pois para além
da crítica social, está aí um problema muito mais insolúvel, o amor.
A problemática maior não está na dissonância em si, mas em acreditar que
o encontro do amor se dá por acharmos no mundo exatamente aquilo que
procuramos. Ou mesmo que o amor é uma resposta que conquistamos por merecimento
diante de todas nossas infinitas qualidades que finalmente foram reconhecidas
por alguém. Mas amor não é algo que se mereça – pode-se enumerar a mais extensa
bula de qualidades e dotes, e a dissonância, sinto lhe dizer, vai persistir.
Isto porque, como dizia Lacan, “Amar é dar o que não
se tem a alguém que não o quer”. Falando cinco línguas ou cozinhando uma jantar
de cinco pratos, o encontro não é feito com o que temos de mão cheia – este já
nos basta – mas sim o que estamos em falta. Não somos amados por aquilo que
somos, mas pela falta que reconhecemos em nós mesmos, e que inconveniente
colocamos no outro.
Nem Frida Khalo, nem Amélia. Ninguém é a mulher que o homem quer. Não há
como encontrar “a mais justa adequação”, pois como diz Caetano, “a vida é real
e de viés”. O ser amado não é a realização da nossa fantasia, é nossa pedra no
sapato, o incômodo que nos tira do eixo e nos desestabiliza, nos impulsionando
para frente – ainda bem.
Letícia Genesini é escritora, designer e corredora aficcionada. Publicou
os livros de poesia "umponto" e "entre" pela editora
7letras. Siga-a no Instagram:
@fit_let
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