quinta-feira, março 31, 2011

CETEMQUE

“Cetemque” é a nova palavra do vocabulário contemporâneo. Está em toda parte, qualquer coisa que você faça tem um cetemque pronto para você. Jorge Forbes discute nesse artigo como lidar com esse vírus. Eu detesto as regras ditatoriais - tem que fazer isso, tem que fazer aquilo - tem que emagrecer, tem que deixar de comer ovo, etc...
Este artigo foi escrito para o site Vida Boa onde está publicado.

quinta-feira, março 24, 2011

VÍDEO DE JORGE FORBES NO GNT - A CRISE DOS 50 ANOS

O vídeo com o comentário de Jorge Forbes sobre a crise dos 50 anos no programa Saia Justa - GNT já está online:

SAIA JUSTA: O ADOLESCENTE CINQUENTÃO


O tema do programa SAIA JUSTA do GNT desta semana é a figura do adolescente cinqüentão que sofre de crise existencial.

Chamaram o psicanalista Jorge Forbes para responder a pergunta:

Qual o remédio para sair dessa crise de adolescência aos 50 anos?

Jorge Forbes responde:

O remédio para sair dessa crise é nenhum dos remédios antigos. É se dar conta que nós estamos frente a um novo mundo, que pede duas coisas: invenção e responsabilidade.

Invenção, numa forma de ser, absolutamente singular´para cada um. E, responsabilidade de encarar o mundo com essa sua forma singular.

Isso dá um trabalho danado; é preciso ter peito e coragem!

Quem conseguir esses dois aspectos viverá muito bem na pós-modernidade!

E você, está pronto para esse desafio?


Já postei uma matéria sobre esse tema aqui no blog, em 2006, quando Jorge Forbes apresentou no café Filosófico a palestra: Cinquestão, o verdadeiro adolescente.



domingo, março 13, 2011

SOBRE A PSICANÁLISE - RELEMBRANDO UMA AULA DE JORGE FORBES NO IPLA

1) Sobre a Psicanálise:

- nenhum conceito da psicanálise é testável. Nem o inconsciente, nem o consciente, nem o grande outro, nem o sujeito do significante, nem a transferência, nem a contratransferência.

- nenhum conceito da psicanálise é estável e portanto nenhum conceito da psicanálise é universalizável;

- não é possível na Psicanálise determinarmos a excelência pela comparação de escalas comparativas universais.

Portanto, o melhor instituto de psicanálise chama-se divã. Ele não foi substituído, nem ultrapassado; não existe transmissão da psicanálise se não for no trabalho efetivo de uma análise pessoal.

Nenhuma outra coisa se compara com o “se por em questão” pra valer, com freqüência, com conseqüência – e aí sim, nós podemos dizer que se transmite a psicanálise. O resto é pra gente mais conhecer do que uma psicanálise se valeu. Essa afirmativa vale a pena repetir, quando a frase é de Jacques Lacan: Estamos aqui até mais para saber do que uma psicanálise no divã se valeu.

A essência da Psicanálise sempre escapa à palavra.

Uma psicoterapia fixa a pessoa numa identidade. Ela age na ética médica: na medicina há prescrição, curativos.

A psicanálise quebra todos os curativos, todas as identidades; quebra todas as expectativas de que o Outro nos compreenda.

A Psicanálise tem a ver com o que há de mais atual, que é o que nos interroga mais e nos mantém acordados.

2) Sobre as identificações - eu e o Outro

A gente nasce na expectativa do Outro (por que me chamo João, Maria?) e faz análise para sair da expectativa do Outro.

Freud começa a observar o cotidiano da vida das pessoas e percebe os atos falhos. Começa a catalogá-los e percebe que somos trapaceiros da existência.

Muitos anos depois, Lacan vai sintetizar a descoberta de Freud em uma frase: Não existe relação sexual – que complementa com o fato de que se não existe relação sexual, da minha posição de sujeito, eu sou sempre responsável. Quer dizer, da minha posição de me deparar com a falta do justo valor onde se engrena a sexualidade, se eu não quiser dar resposta mentirosa (isto é, patológica), então:

O obsessivo mente – porque o que não está dentro do seu domínio não existe, não importa. Ele diz que é possível dominar todas as coisas, pois ele as domina. O que ele não domina é porque não lhe interessa. Essa é a lógica do obsessivo. Ele mente.

A histérica mente – porque ela diz que existe relação sexual. Ela mente dizendo que existe uma relação em algum lugar, só que não é você.

Os quadros clínicos são as mentiras sobre o fato da existência da não relação sexual.

Cada um tem que gerar uma resposta única à falta da existência da relação sexual.

A única identidade que a gente reconhece na psicanálise é a solução que cada um encontra ao seu gozo – a não existência da relação sexual.

E aí que o final de análise é a identificação ao sintoma. Dá-se o nome de sintoma à solução singular não-interpretável que uma pessoa encontra para incluir no mundo a sua satisfação.

Esse sintoma não é decifrável, porque ele não é do mundo, ele é a própria marca da pessoa.

quarta-feira, março 02, 2011

KADAFI - POR JORGE FORBES


No jornal da RedeNews (Rede TV) , nesta noite, Jorge Forbes falou sobre Kadafi:

Se fosse classificar psiquiatricamente, acho difícil, mas, grosseiramente: Ele tem uma perversdade clara e um comportamento paranóico.

Ele tem uma certeza da sua plenitude: todos os outros que a ele são contrários estão perdidos e ele precisa salvá-los.

É um homem que não tem dúvida. Todos nós temos dúvidas; Kadafi não tem nenhuma dúvida. Ele tem uma certeza absoluta e uma identificação com o poder sem nenhuma aresta, sem nenhuma distância.

Todos nós olhamos para ele e nos perguntamos: _ Mas, como? Ele não pode ser diferente?
Eu não acredito que ele esteja fingindo.
Kadafi acredita que é Kadafi!

Adorei essa análise do psicanalista. Saiu do lugar comum, do moralismo habitual que caracteriza todos os tiranos da mesma forma. E agora, Kadafi?