Minha seleção de frases de Lacan:
Eu te amo, mas, porque inexplicavelmente amo em ti algo que é mais do que tu – o objeto a minúsculo, eu te mutilo. (Lacan: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, p.254)
Mais frases do livro: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise (sem XI)
Sobre a histeria:
À análise não cabe encontrar, num caso, o traço diferencial da teoria e querer explicar, com ele, porque sua filha é muda – pois o que se trata é fazê-la falar, e este efeito procede de um tipo de intervenção que não tem nada a ver com a referência ao traço diferencial.
O sintoma é, de começo, o mutismo do sujeito suposto falante. Se ele fala, está curado de seu mutismo, evidentemente. Mas isso não nos dá de modo algum porque ele começou a falar. Isto nos designa apenas um traço diferencial que, no caso da menina muda, é, como era de se esperar, o da histérica.
O traço diferencial da histérica é precisamente este – é no movimento mesmo de falar que a histérica constitui seu desejo. De modo que não é de espantar que tenha sido por esta porta que Freud entrou no que eram, na realidade, as relações do desejo com a linguagem, e que ele tenha descoberto os mecanismos do inconsciente.
Conceitos fundamentais da psicanálise:
Quatro dos termos introduzidos por Freud são os conceitos fundamentais da psicanálise: o inconsciente, a repetição, a transferência e a pulsão.
O Pensamento selvagem está para Claude Lévi-Strauss, assim como para Lacan, o inconsciente é estruturado como uma linguagem.
O estatuto do inconsciente é ético. Freud, em sua sede de verdade, diz: – O que quer que seja, é preciso chegar lá. – porque em alguma parte, esse inconsciente se mostra.
Sobre o Desejo:
O prazer é o que limita o porte do quinhão humano – o princípio do prazer é o princípio da homeostase. O desejo, este encontra seu cerne, sua proporção fixada, seu limite, e é em relação a esse limite que ele se sustenta como tal, franqueando o limiar imposto pelo princípio do prazer.
O Avesso da psicanálise (sem XVII)
A vida é o conjunto de forças que resiste à morte. (Bichat) – p. 16
O saber, isto é o que faz com que a vida se detenha em um certo limite em direção ao gozo. (p. 16)
O caminho para a morte nada mais é do que aquilo que se chama gozo. (p. 16)
p. 69:
A felicidade, é preciso dizê-lo, ninguém sabe o que é.
Se acreditamos que em Saint-Just, o que disse ele próprio, a felicidade se tornou desde essa época – a sua – um fator de política.
Não há felicidade a não ser do falo.
Freud escreveu de todas as formas, e mesmo da maneira ingênua que consiste em dizer que nada pode ser comparado ao gozo mais perfeito, que é o do orgasmo masculino.
O que a teoria freudiana mais acentua é que só o falo pode ser feliz – não o portador do dito cujo.
"Amar é dar o que não se tem a alguém que não o quer" .
L'amour, c'est donner ce qu'on n'a pas à quelqu'un qui n'en veut pas. (Lacan: Seminário XII –Problèmes cruciaux pour la psychanalyse ou Les positions subjectives de l'être , aula de 17 de março de 1965)
Nenhum comentário:
Postar um comentário