sexta-feira, setembro 30, 2011

LANÇAMENTO DO LIVRO DE LETÍCIA GENESINI

É hoje o lançamento do segundo livro de Letícia: ENTRE.

Na livraria da Vila do Itaim:
Rua Mário Ferraz 414
Das 19 às 22h

Um orgulho inominável ver uma filha conseguir colocar num mundo sua invenção, sua singularidade.

A emoção ainda é maior ao ver que esse trabalho foi dedicado à sua mãe. Uma felicidade sem limites!

Desejo que os amigos venham hoje festejar conosco esse sucesso, esse momento tão especial em nossas vidas.


Jorge Forbes, nosso querido amigo, escreveu uma bela apresentação para esse livro de Letícia:

RECEITA DE LETÍCIA

Pegue alguns dos ingredientes básicos de uma vida sabida: mar, desejo, saudade, encontros, pedaços, amor, espaços.

Entre – “Entre” é o título da poeta – e se deixe guiar, ou melhor, permita-se combinar em cada verso, buscando, nessas páginas, o lugar onde você se encontra perdidamente.

“As únicas respostas que fazem sentido são sussurradas ao pé do ouvido”, diz ela, por isso há que se ler em voz macia, com os lábios bem abertos, de perto, sem risco de plágio, pois, se terminar em beijo, “beijar é a coisa menos original que alguém pode fazer com a sua boca”.

Não fuja da leitura desse livro só porque ele recai sobre você: “Ah, essa vida minha que quando não apaixona, desatina!”.

Siga. Enfrente a página até o ponto de perceber que quando a palavra falha, vai ver que não será porque “sente a palavra saudades da coisa?”. Afinal, “de português e louco, todo brasileiro tem um pouco”.

“A língua é um mar para quem sabe navegar”. Percorra linha a linha o corrimão de seu desejo, tendo claro que “uma língua sem exageros, que graça tem?”.

Letícia faz de você um bolo de saudade: “é bem uma coisinha de nada que num só fôlego, conta a vida toda, numa única levada”.

Entre aqui, portanto, entre já, pois, como dizia Mestre Lacan, a melhor saída é sempre a entrada.


Dá pra não ler uma livro com uma apresentação dessas?

quarta-feira, setembro 28, 2011

JORGE FORBES E LUC FERRY


Jorge Forbes recebe Luc Ferry na Sala São Paulo nesta quarta-feira, 28 de setembro.

E na quinta-feira, 29/9, um debate com os dois, na CPFL Cultura - Fronteiras do Pensamento, no Café Filosófico Especial gravado ao vivo para a TV Cultura: As Transformações do Mundo Contemporâneo.

Confira este vídeo-convite por Jorge Forbes:

domingo, setembro 25, 2011

ÓRFÃOS DO EXPLICÁVEL - POR JORGE FORBES, NO ESTADÃO



Jorge Forbes foi convidado pelo Caderno Aliás do Estadão deste domingo a analisar o caso do menino de São Caetano que atirou na professora e se matou em seguida.

JF fala coisas muito duras em sua análise - coisas que devemos refletir para rápidamente mudarmos de posição, pois, como finaliza ele nesse artigo: estamos atrasados.

Recorto algumas frases desse belo artigo:

Escrevo o que ninguém quer ler nem ouvir falar: não existe nenhuma fórmula, nenhum procedimento ou protocolo que tenha capacidade de prever uma atrocidade como a de um menino de 10 anos roubar o revólver do pai; esconder a arma, quando perguntado pelo próprio pai; atirar na sua professora; e em seguida se matar.

Somos filhos do Iluminismo. Aprendemos desde pequenos que tudo tem uma razão de ser e, se não compreendemos, a falha não está no saber - pois o saber é sem falha -, mas no raciocínio imperfeito.

A sociedade ainda não suporta constatar que a pós-modernidade nos fez órfãos do Iluminismo porque isso é desesperador. E agora que a festa do "tudo é explicável" acabou? Como suportar não saber se aquele garoto um pouco arredio não é o próximo assassino de si mesmo ou de alguém?

Se insistirmos em causalidades forçadas, vamos criar uma sociedade irrespirável. Afinal, qual de nós não tem a sua esquisitice?

Estamos desbussolados. Os sintomas de nossa inaptidão para viver neste novo mundo estão sendo tragicamente anunciados.

A psicanálise tem novas contribuições para o momento atual. Não se trata mais do Freud explica, mas do Freud implica. O Freud explica é do tempo da revelação do saber escondido, fora da consciência, no inconsciente. O Freud implica é de agora, da constatação de que, de uma sociedade da razão, fomos a um novo tipo de laço social: o ressoar, "tá ligado?".

Na medida em que pudermos habitar esse novo mundo com uma nova bússola, na medida em que ampliarmos a legitimação das singularidades, seremos menos surpreendidos. Estamos atrasados.

Leia a íntegra do artigo - clicando aqui.

sábado, setembro 24, 2011

ENTRE - LIVRARIA DA VILA - 30 DE SETEMBRO

Poesia

Coisa pequena

Tão pequenina

Que mal cabe neste suspiro.

É bem uma coisinha de nada

Que num só folego

Conta a vida toda

Numa única levada.

(Letícia Genesini)

Lançamento dia 30 de setembro de 2011
Local Livraria da Vila - Rua Dr. Mário Ferraz 414 - Itaim - São Paulo
Horário das 19 às 22h
Venha comemorar conosco!

sexta-feira, setembro 23, 2011

TRAGÉDIA NA SALA DE AULA - O CASO DO MENINO DE S. CAETANO

Tragédias como essa do menino de 10 anos, que atirou na professora na sala de aula e depois se matou, Jorge Forbes chama de crimes inusitados, e acontecem cada vez com mais frequência. São fenômenos próprios da era pós-moderna? É possível prevenir? Como lidar com isso?

Jorge Forbes analisa o caso em entrevista para a o jornal da TV Gazeta. Confira:

domingo, setembro 18, 2011

UM CONTO CHINÊS

Assisti o último filme argentino que entrou em cartaz agora em setembro nos cinemas paulistanos. Adorei! É imperdível!!!

O cinema argentino tem produzido filmes muito bons com ótimos atores. Esta produção de 2011 dirigida por Sebastián Borensztein, com Ricardo Darín, Muriel Santa Ana, Ignacio Huang é mais uma prova disso - você vai se divertir com o humor fino e inteligente, se deliciar com a história e seus atores.

A questão que o personagem principal persegue (Roberto - estrelado por Ricardo Darin) é que a vida não tem sentido. Prova isso colecionando histórias absurdas publicadas nos jornais de todo o mundo. O encontro com um chinês (Inácio Huang) e a convivência entre os dois sem se compreenderem - um não fala a língua do outro - fez com que encontrassem algo em comum. E o que parecia tão sem sentido no começo do filme acaba sendo uma boa saída para ambos.

Confira o trailer:

sexta-feira, setembro 16, 2011

ZAZ


Um amigo me falou dessa cantora - revelação da música francesa. Ele disse que logo ouviremos falar muito dela por aqui também. Mandou-me um vídeo do YouTube gravado nas ruas de Paris, com a canção JE VEUX. Adorei!

Confira:


Pesquisei mais sobre ela e achei interpretações incríveis. Veja:





E agora cantando boleros em espanhol. Belíssimo!





sexta-feira, setembro 09, 2011

LACANIANAS

Minha seleção de frases de Lacan:



Eu te amo, mas, porque inexplicavelmente amo em ti algo que é mais do que tu – o objeto a minúsculo, eu te mutilo. (Lacan: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, p.254)


Mais frases do livro: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise (sem XI)


Sobre a histeria:



À análise não cabe encontrar, num caso, o traço diferencial da teoria e querer explicar, com ele, porque sua filha é muda – pois o que se trata é fazê-la falar, e este efeito procede de um tipo de intervenção que não tem nada a ver com a referência ao traço diferencial.


O sintoma é, de começo, o mutismo do sujeito suposto falante. Se ele fala, está curado de seu mutismo, evidentemente. Mas isso não nos dá de modo algum porque ele começou a falar. Isto nos designa apenas um traço diferencial que, no caso da menina muda, é, como era de se esperar, o da histérica.


O traço diferencial da histérica é precisamente este – é no movimento mesmo de falar que a histérica constitui seu desejo. De modo que não é de espantar que tenha sido por esta porta que Freud entrou no que eram, na realidade, as relações do desejo com a linguagem, e que ele tenha descoberto os mecanismos do inconsciente.



Conceitos fundamentais da psicanálise:


Quatro dos termos introduzidos por Freud são os conceitos fundamentais da psicanálise: o inconsciente, a repetição, a transferência e a pulsão.


O Pensamento selvagem está para Claude Lévi-Strauss, assim como para Lacan, o inconsciente é estruturado como uma linguagem.


O estatuto do inconsciente é ético. Freud, em sua sede de verdade, diz: – O que quer que seja, é preciso chegar lá. – porque em alguma parte, esse inconsciente se mostra.



Sobre o Desejo:


O prazer é o que limita o porte do quinhão humano – o princípio do prazer é o princípio da homeostase. O desejo, este encontra seu cerne, sua proporção fixada, seu limite, e é em relação a esse limite que ele se sustenta como tal, franqueando o limiar imposto pelo princípio do prazer.


O desejo do analista não é um desejo puro. É um desejo de obter a diferença absoluta, aquela que intervém quando, confrontado com o significante primordial, o sujeito vem, pela primeira vez, à posição de se assujeitar à ele. Só aí pode surgir a significação de um amor sem limite, porque fora dos limites da lei, somente onde ele pode viver.




O Avesso da psicanálise (sem XVII)


A vida é o conjunto de forças que resiste à morte. (Bichat) – p. 16


O saber, isto é o que faz com que a vida se detenha em um certo limite em direção ao gozo. (p. 16)


O caminho para a morte nada mais é do que aquilo que se chama gozo. (p. 16)




p. 69:


A felicidade, é preciso dizê-lo, ninguém sabe o que é.


Se acreditamos que em Saint-Just, o que disse ele próprio, a felicidade se tornou desde essa época – a sua – um fator de política.


Não há felicidade a não ser do falo.


Freud escreveu de todas as formas, e mesmo da maneira ingênua que consiste em dizer que nada pode ser comparado ao gozo mais perfeito, que é o do orgasmo masculino.


O que a teoria freudiana mais acentua é que só o falo pode ser feliz – não o portador do dito cujo.



"Amar é dar o que não se tem a alguém que não o quer" .

L'amour, c'est donner ce qu'on n'a pas à quelqu'un qui n'en veut pas. (Lacan: Seminário XII –Problèmes cruciaux pour la psychanalyse ou Les positions subjectives de l'être , aula de 17 de março de 1965)

30 ANOS DA MORTE DE JACQUES LACAN

Jacques Lacan morreu há 30 anos, no dia 9 de setembro de 1981.
Em Paris, uma série de eventos comemorativos estão programados desde agosto e continuarão ainda pelo mês de outubro - incluindo o lançamento de um livro "Vie de Lacan", por Jacques-Alain Miller, o Seminário 19 (… ou pire), a série Lacan Cotidiano, a 41 ème Jornada da Escola da Causa Freudiana, etc. Os twetters e facebook não param de ter publicações sobre Lacan e sobre a agenda de comemorações.

Vou privilegiar aqui dois textos:

O primeiro, escrito por Gilles Lapouge, alguns dias depois de sua morte, em 1981 - publicado no caderno Cultura do Estadão: LACAN

O segundo, escrito por Jorge Forbes, 10 anos após sua morte, em 1991 - também publicado no Estadão: Já que Lacan morreu...

Finalizo com as palavras de Forbes: Já que Lacan morreu, para ser Outro enfim, como uma vez comentou, resta aos analistas fazer dessa memória uma história diferente e demonstrar o lugar da Psicanálise neste nosso mundo. Há muito para ser feito. Estejamos atentos e que haja talento e decisão.