DA VERDADE MENTIROSA À MENTIRA VERÍDICA: Quatro conferências de Alain Grosrichard, no IPLA, em São Paulo, sobre o último ensino de Jacques Lacan - em 4 aulas de 20 a 22 de agosto.
No decorrer dessas 4 sessões, praticamos dois tipos de exercício aparentemente muito diferentes, mas que se mostraram complementares.
O primeiro consistiu numa leitura, palavra por palavra, do “Prefácio à edição inglesa do Seminário XI” datado, por Lacan, de 17 de maio de 1976 e reproduzido nos Outros Escritos. Texto curto, mas por múltiplas razões, dificilmente legível. Razão para entrar na brincadeira e tentar decifrar os enigmas, entre os quais o enigma central que Lacan nos propõe com a “verdade mentirosa”, no final de uma psicanálise.
“Verdade mentirosa” que o segundo exercício nos permitiu re-interrogar, desta vez de forma invertida, em “mentira-verídica olhando um quadro: Suzana no banho, de Tintoretto. Olhada se olhando em silêncio no seu espelho por dois velhos estranhamente cortados em dois, a casta Suzana tem muitas coisas a nos ensinar sobre essa velha dupla de voyeurs e do objeto do seu fantasma. E o que ela diz também é válido para nós, que estamos a olhá-los olhando-a se olhar. Pois se o pintor mostra-os divididos, é que ele sabe – sem, no entanto, ter lido Lacan... – que esse é o destino de todo sujeito falante. Uma leitura do “Livro de Daniel”, no qual o quadro de Tintoretto encontra sua fonte, nos leva a descobrir que é ao jovem profeta que o pintor é devedor de seu conhecimento e da possibilidade de representá-lo. Tomando-os pela palavra da sua mentira, Grosrichard mostrou que Daniel esclarece, a seu modo, o que no texto de Lacan nos faz enigma.
No decorrer dessas 4 sessões, praticamos dois tipos de exercício aparentemente muito diferentes, mas que se mostraram complementares.
O primeiro consistiu numa leitura, palavra por palavra, do “Prefácio à edição inglesa do Seminário XI” datado, por Lacan, de 17 de maio de 1976 e reproduzido nos Outros Escritos. Texto curto, mas por múltiplas razões, dificilmente legível. Razão para entrar na brincadeira e tentar decifrar os enigmas, entre os quais o enigma central que Lacan nos propõe com a “verdade mentirosa”, no final de uma psicanálise.
“Verdade mentirosa” que o segundo exercício nos permitiu re-interrogar, desta vez de forma invertida, em “mentira-verídica olhando um quadro: Suzana no banho, de Tintoretto. Olhada se olhando em silêncio no seu espelho por dois velhos estranhamente cortados em dois, a casta Suzana tem muitas coisas a nos ensinar sobre essa velha dupla de voyeurs e do objeto do seu fantasma. E o que ela diz também é válido para nós, que estamos a olhá-los olhando-a se olhar. Pois se o pintor mostra-os divididos, é que ele sabe – sem, no entanto, ter lido Lacan... – que esse é o destino de todo sujeito falante. Uma leitura do “Livro de Daniel”, no qual o quadro de Tintoretto encontra sua fonte, nos leva a descobrir que é ao jovem profeta que o pintor é devedor de seu conhecimento e da possibilidade de representá-lo. Tomando-os pela palavra da sua mentira, Grosrichard mostrou que Daniel esclarece, a seu modo, o que no texto de Lacan nos faz enigma.
Esse final de semana foi mais uma marca importante do IPLA.
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