Foi menos literária e mais universitária, com poucos momentos que ficarão na memória.
Não tive encontros nem momentos mágicos, daqueles de não se esquecer; talvez isso seja algo que marque a festa deste ano - a falta.
O que mais gostei dessa FLIP? - Ver e ouvir Ferreira Gullar.
O que descobri? - que Salman Rushdie é incrível, que Isabel Allende é muito interessante, inteligente e divertida.
Jornalismo e literatura - desta vez com Colum McCann e William Kennedy - sempre uma boa mesa.
O que mais detestei? - a mesa com Robert Crumb e Gilbert Shelton - 20 minutos foi o máximo que consegui ficar na tenda dos autores. Essa dupla não tinha nada para falar; insuportável !
Homenagem a Carlos Drummond de Andrade - bons momentos ouvindo leituras de suas poesias por Chacal, Antonio Cícero, Eucanaã Ferraz e Ferreira Gullar.
O show de abertura - apesar de adorar Edu Lobo, faltou clima, muito pelo show da cantora que o antecedeu - nada a ver.
Internet - o grande trunfo desta FLIP: todas as mesas puderam ser vistas em tempo real pela internet, através de filmagem ao vivo, versão na lingua original e versão com tradução para o português. GENIAL !!!!!
O que continua ruim? - os mediadores. Eles competem com o entrevistado, falam coisas nada a ver, não sabem entrevistar - é "brochante".
O que continua bom? - ouvir Maria Martha no Café Margarida.
O que fez falta? - os shows de rock e o arroz de polvo do Café Paraty, um passeio de barco, jantares divertidos com muitos amigos.
O que curti?
Passar todos esses dias com minha filha Letícia.
De férias aqui no Brasil, todos os momentos que passamos juntas são motivos para matar a saudade.
Alguns ditos:
Salman Rushdie: É muito mais interessante ter perguntas do que ter respostas.
Fernando Henrique Cardoso: Gilberto Freyre é um revolucionário conservador. Sérgio Buarque de Holanda é o grande teórico do Brasil.
Isabel Allende: Adoraria passar um sábado à tarde com Antonio Banderas.
Trechos da conferência de Ferreira Gullar:
Nasci em Macondo - o lugar onde tudo acontece 100 anos depois - falando em decassílabos. Já estava tudo pronto, como a poesia parnasiana, por isso, eu quis fazer uma outra poesia em que a linguagem nasceria com o poema.
Nasci em Macondo - o lugar onde tudo acontece 100 anos depois - falando em decassílabos. Já estava tudo pronto, como a poesia parnasiana, por isso, eu quis fazer uma outra poesia em que a linguagem nasceria com o poema.
A linguagem velha envelhecia a coisa nova e eu queria um poema em que a linguagem nascesse com ele. Consegui, mas ninguém entendia nada.
Aí nasceu a poesia concreta - sem um pensamento explícito - deveria chamar-se abstrata. Queria chegar à poesia essencial e cheguei à poesia concreta.
Aí nasceu a poesia concreta - sem um pensamento explícito - deveria chamar-se abstrata. Queria chegar à poesia essencial e cheguei à poesia concreta.
Estou sempre indo em outra direção, é uma confusão, é dificil.
Antes de querer ser poeta eu queria ser pintor. Mas depois a poesia tomou conta. Porém, até hoje eu pinto. Pinto mal, mas, pinto. Ainda hoje leio e pinto sobre pintura. Não leio, nem penso sobre poesia. Faço poesia.
Nem sei se poesia é literatura mesmo ou é outra coisa. A poesia nasce do espanto.
O poema nasce de uma coisa impensável. A vida é muito surpreendente. A gente pensa que o mundo está explicado, mas não está. a poesia nasce do indecifrável das coisas.
Antes de querer ser poeta eu queria ser pintor. Mas depois a poesia tomou conta. Porém, até hoje eu pinto. Pinto mal, mas, pinto. Ainda hoje leio e pinto sobre pintura. Não leio, nem penso sobre poesia. Faço poesia.
Nem sei se poesia é literatura mesmo ou é outra coisa. A poesia nasce do espanto.
O poema nasce de uma coisa impensável. A vida é muito surpreendente. A gente pensa que o mundo está explicado, mas não está. a poesia nasce do indecifrável das coisas.
As coisas espantosas são coisas do cotidiano. Qualquer coisa pode espantar um poeta, até um galo cantando.
O poema é alguma cois que transforma dor em alegria.
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