terça-feira, fevereiro 16, 2010

JORGE FORBES NO GLOBO-NEWS PAINEL



GloboNews Painel – 13 e 14 de fevereiro de 2010: O exército, a nova sociedade e o homossexualismo.

Participaram do debate coordenado por Mônica Waldvogel: Jorge Forbes (psicanalista e Presidente do Instituto da Psicanálise Lacaniana), Maria Cristina Real Espósito (coordenadora do Curso de Direito da Ordem dos Advogados do Brasil) e André Fischer (diretor do Portal Mix Brasil).

Questão: A declaração de um general candidato a uma vaga no Superior Tribunal Militar (Raimundo Donato) de que a tropa jamais obedeceria a um oficial gay reabriu o debate sobre preconceito e ingresso de homossexuais nas Forças Armadas.

O jornalista levantou de início a bandeira contra o preconceito. A advogada defendia suas idéias com base na lei: a constituição não permite preconceito ! E exigia imparcialidade do juiz.

Jorge Forbes dominou o debate e, como num jogo de volei, bateu bola com o jornalista e cortou as bolas levantadas pela advogada. Fez algumas afirmações belíssimas, que selecionei aqui:

- É impossível afirmar que o homossexual se comporta de uma maneira e o heterossexual se comporta de outra maneira; isso é caricatura. É ruim, cria-se um quisto na sociedade.

- Essa declaração do general mostra um pensamento arcaico extremamente preocupante. Uma posição do Tribunal Superior Militar reflete sobre a sociedade brasileira inteira, é uma questão civil, vai além da questão militar.

- É muito cômodo dizer: - esse sim, esse não. Qualquer forma de discriminação é uma forma covarde de enfrentar o laço social.

- Eu gostaria que esse general estivesse aqui para poder entender melhor o que ele pensa sobre isso, entender melhor essa visão de mando. Não consigo entender essa crítica, a não ser como um preconceito arraigado e muito fraco. Acho que esse pensamento enfraquece o exército.

- Do ponto de vista lacaniano, o homossexual é aquele que não consegue conviver com a diferença. No momento que você tem a ordem unida - todos iguais e isso lhe agrada - então você nega a diferença. Será que o exército só pode ser constituído dessa forma? São questões fundamentais.

- Nós damos banho pro mundo em termos de diversidade. O mundo inteiro olha o Brasil tentando aprender; a globalização exige uma conduta diversa.

- Eu discordo da transparência americana porque é falsa.

- Um juiz não é imparcial. Ninguém é imparcial, pois não é possível cifrar, traduzir a essência humana em uma letra. Um juiz carregará sempre um fator ideológico fundamental em suas decisões.

- Acredito que o Brasil tem uma flexibilidade do laço social maior que os outros países ocidentais.

- Não existe sociedade se não houver preconceito. O preconceito caminha e aí está a beleza da sociedade. O laço social humano é “irresolvível”, é uma estrutura de conflito.

- A cada momento temos que ficar alertas para saber onde o conflito e a paralisia desse laço, que tem que ser flexível, vão se congelar. Achar que existe um melhor ou um pior é achar que existe um progresso no laço social humano e que um dia teremos uma sociedade absolutamente perfeita, ideal.

- Preconceito é como uma bola de volei – um dia cai aqui, outro dia cai lá. E agora caiu nessa questão que hoje estamos vendo.

- A única coisa que pode mobilizar o preconceito de uma pessoa é análise.

Você pode acompanhar o debate no vídeo do programa já editado pela globo.com. Clique no link:

Globo News Painel: Jornalista, advogada e psicanalista analisam a presença de gays nos quartéis e na vida civil.

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