quarta-feira, abril 02, 2008

FELICIDADE


A felicidade entre os gregos:
A busca da felicidade está estreitamente relacionada com a tragédia da condição humana. A presença dos deuses – da vida bem-aventurada – mostra constantemente que a mortalidade é um déficit e que a felicidade é impossível.

A felicidade no cristianismo:
Não se deve tanto procurar a felicidade nesta vida, isto é, no âmbito das coisas efêmeras, mas sim preparar-se para o gozo da felicidade no âmbito da eternidade.


A felicidade no mundo contemporâneo:

A felicidade não é baseada na aquisição de bens materiais; eles nos dão sustentação narcisista, mas não felicidade. A filosofia tampouco dá felicidade. Porém, a meditação e a reflexão filosófica ajudam a compreender e ter maior lucidez sobre o mundo e sobre si próprio. (Sebastien Charles, filósofo)

Lacan diz que felicidade é a demanda de uma análise. Felicidade, segundo Jorge Forbes, é suportar sua diferença, a exceção.

Magia significa, precisamente, que ninguém pode ser digno da felicidade, que, conforme os antigos sabiam, a felicidade à medida do homem é sempre hybris, é sempre prepotência e excesso. Mas se alguém conseguir dobrar a sorte com o engano ou de um “abre-te-sésamo”, então, e só então, pode realmente considerar-se bem-aventurado. (Giorgio Agambem)

Bem-aventurados os que conseguem não ser normais e se destacar.
Bem-aventurados os que continuam a falar a partir do desejo, depois de esgotada a queixa.
Bem-aventurados os que têm ideais, mas não o levam tão a sério.
Bem-aventurados os que suportam espaços vazios, silêncios e ouvir música clássica, sem enlouquecer.
Bem-aventurados os que saem da culpa e entram na responsabilidade do bem-dizer.
Bem-aventurados os que guiam sua ação por um cálculo coletivo, ou dos pequenos outros e não mais pelo reconhecimento do Outro.
Bem-aventurados os que suportam o encontro, a surpresa, o acaso.
(Helainy Andrade, da conferência de Jorge Forbes – A felicidade, no IPLA)

Um comentário:

Miguel Cavalcanti disse...

Oi Teresa, muito bom te conhecer ontem no IPLA.

Gostei muito do seu blog, dos seus relatos e programas. Muito bacana.

Gostei muito desse texto, em especial dessas 2 partes:

Bem-aventurados os que suportam espaços vazios, silêncios e ouvir música clássica, sem enlouquecer.

Bem-aventurados os que suportam o encontro, a surpresa, o acaso.

Abraços, Miguel