quarta-feira, setembro 26, 2007

PRÊMIO PARA BONS ALUNOS - você é favorável?


O Jornal O DIA, do Rio de Janeiro, em sua edição de ontem, publicou uma matéria com prós e contras em relação aos prêmios que a prefeitura do Rio anunciou para os bons alunos do ensino fundamental.

Da reportagem:

Rio - O prefeito Cesar Maia estima destinar para o bônus mérito-escolar R$ 700 mil anuais, que seriam suficientes para premiar de 0,2% a 1,3% dos concluintes do Ensino Fundamental do município. O valor premiaria 153 alunos com conceito máximo (MB) em todas as disciplinas nos últimos três anos. O prêmio para cada um desses estudantes ficaria em R$ 4.560 (12 salários mínimos).
O decreto será regulamentado este ano, segundo a Secretaria Municipal de Educação.

O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estudam ir à Justiça contra a bonificação financeira a alunos.

Jorge Forbes, em entrevista para O DIA, respondeu:

ANÁLISE: MAIS PRÓS QUE CONTRAS
Mais pressão em casa por notas altas, competição entre colegas e frustração para alunos esforçados com dificuldade de aprendizagem. Os reflexos da premiação financeira para crianças da rede municipal são previsíveis, mas o saldo é positivo, diz o presidente do Instituto da Psicanálise Lacaniana, Jorge Forbes.
“A primeira reação é ser contra, pois significa atestar que o saber perdeu o valor. Mas é tão criticável quanto o pai que dá bicicleta para o filho passar de ano. Ou a mãe que pede à professora da filha uma segunda prova para não pagar mais um ano de escola”, diz ele.
A pressão vivida por alunos de famílias de baixa renda, diz Forbes, já existe. “Eles já são vistos como pessoas que podem trazer rendimento. Em muitas famílias, os pais dizem: ‘Vai trabalhar, porque estudar não dá dinheiro’. Agora dará”.

Eu sou favorável e você?

Se em vez de medalhas que ganhei em minha vida escolar, tivesse ganhado dinheiro, eu teria viajado e estudado fora. Melhor do que guardar as medalhas numa gaveta! Aliás, será que elas ainda existem?

17 comentários:

Anônimo disse...

Que belas recordações com a Maguy. Como é bom ter amigos.
Quanto ao prêmio para os estudantes, também sou totalmente a favor.
Parabéns, mais uma vez, belo seu blog.
Sou fã da alegria e sinceridade que você passa em tudo que faz.
bjs.

Anônimo disse...

Teresa, querida,
...me perco...me encontro no seu blog....e aprendo muito!!!!
Obrigada,
M

Unknown disse...

Eu acho muito válido o prêmio. O ser humano precisa de incentivos também. No entanto, penso que o valor é alto.
Na minha época tinha premiações com livros e bicicletas e o resulatdo era favorável. Bjs para a Teresa.

Anônimo disse...

Teresa. O pai não vai mais tirar seu filho da escola para trabalhar. Mas, a escola não está isenta da obrigação de atualizar seu ensino. Ela continua ensinando conhecimentos muitas vezes obsoletos. E isso é grave, isso é fracasso da escola. Beijos Dorô

Anônimo disse...

Yo soy contra! Pero contra no premiar!
Adorei aquela historia de estudar fora com o dinheiro, no lugar de medalhas.
Aqui no Goethe o primeiro lugar (no exame final, depois de 7 módulos) ganha um mes de curso na Alemanha com tudo pago. Isso dá um estímulo imenso!
Beijins
maria

Anônimo disse...

no âmbito da psicanálise não ha julgamentos, pois o saber é não todo e mesmo que houvesse um "todo" poderoso saber, ele seria provisório. sobre essa questão, entre o mérito e a recompensa, me remeto a pergunta: É o desejo ou o contrato o que move o sujeito? depois , como isso incomoda o domínio do contrato (OAB), o que se quer fazer valer é que há contratos e contratos, desde que o que prevaleça seja o contrato legitimado pelo poder que o justifica. Ou seja o poder não vê se há mérito ou recompensa, menos ainda, o sujeito . Vê unicamente sua estrutura sendo balançada. Mas nossa questão é outra. Posso dizer que recompensa é uma trapaça com o desejo? pois " constituir-se como garante de que o sujeito possa de qualquer maneira encontrar seu bem, mesmo na análise, é uma espécie de trapaça." Lacan, S.7 p.364
Se tanto faz introduzir uma moeda ou não a recompensa é o significante da relação, moeda que dá a recompensa estaria estabelecendo uma relação com o desejo ou com o contrato? o sujeito ou a ética do desejo ou o sujeito e a moral da recompensa?
Eu só tenho dúvidas ou "dádivas" ( brincando com a apalavra)[o pequeno 'a' está escrito junto mesmo, não é erro de digitação].

Anônimo disse...

Eu também sou a favor. Acho um ótimo incentivo para os alunos! Também gostaria de ter tido esta oportunidade no meu tempo!

dona disse...

olá, teresa!
obrigada por ter me enviado o link do seu blog. parabéns pelo conteúdo e leveza na maneira como vc informa seus acontecimentos. muito agradável, expressa bem vc.
quto a questão da premiação em dinheiro aos alunos das escolas públicas, acredito ser um tema polêmico. infelizmente, em nosso país temos uma relação extremamente ambivalente, contraditória com o dinheiro. levo em consideração a competição que essa medida causará nos estudantes, mas penso muito pelo lado positivo. de premiação mesmo! reforçando a idéia de que se vc se esforça, estuda, produz, será recompensado.
nada mais gratificante que ser premiado pela inteligência.
o estado se implicar e contribuir diretamente nesta possibilidade para com os alunos acho super válido.
e ademais, no brasil, tem tanta corrupção. fico feliz em saber que parte dos impostos que pagamos está sendo destinado a premiar o intelecto de jovens.
muito interessante!
eu tmb adoraria ter sido premiada desta maneira, na minha época de estudante. tmb acho que tem mais prós que contras neste fenômeno.
bjs pra vc!
sônia cardoso.

Anônimo disse...

Teresa, não fui tao rápida em me posicionar a favor. Comecei careta, confesso, achando que a premiaçao é legal, mas que podia ser outra coisa do tipo uma bolsa de estudo no exterior, ingenuidade minha...que incentivo isso será para um aluno que não gosta de estudar? O prêmio em dinheiro pode ser muito mais democrático, na medida em que pode interessar a todos indistintamente, especialmente ao mau aluno.
"'Vai trabalhar, porque estudar nao dá dinheiro'. Agora dá", isso foi muito bom! É daquelas coisas que a gente ouve e, então, passa a ver para além de onde os olhos alcançavam. Abraços, Helainy Andrade

Anônimo disse...

Pensei inicialmente em três aspectos que transformo em algumas questões:
1e 2. Da família e Da criança
.Quais são os critérios hoje(considerando q. vivemos numa sociedade complexa e global) para essa avaliação MB na escola atual?
.Bons alunos, mesmo com toda a "carência", existem. Qual a mudança de paradigma que este prêmio pode trazer para os alunos que tem dificuldades muitas vezes advindas do modelo de ensino público Brasileiro?
. Se a idéia é que a educação de crianças e adolescentes pode ser uma fonte de renda imediata para a família, qual é o papel que o Estado está entendendo que os adultos destas famílias tem?
Não seria uma inversão de posição e cuidados?
. Se a educação for entendida como uma preparação e capacitação para a vida futura, torná-la uma geração de receita presente não rompe com esse princípio?
. Nunca ganhei medalhas. Ganhei notas (boas e ruins). O que me permitiu seguir para as próximas etapas do processo educacional. Transformar isso em dinheiro para estudar "fora do país" seria compactuar com o ditado : "aos vencedores Harvard, aos demais o sistema educacional Brasileiro está de bom tamanho"?
.O prêmio não será mais uma forma de exploração infantil pelos pais para uma receita imediata a partir da "educação"?

3. Das Políticas Públicas
. O que esse prêmio traz de mudanças para o modelo educacional Brasileiro falido, retrógrado e desalinhado com as necessidades do mercado de trabalho?
. Um investimento de 700.000 reais para um Governo que pretende "fazer alguma coisa" é próximo do nada.
Muitas empresas, que não tem o tamanho do Estado do Rio de Janeiro, investem milhões na capacitação básica para a certificação do ensino fundamental aos seus funcionários para compensar aquilo que seria o papel do Estado e não foi por ele cumprido. Esse "MIL" des-conta ou desqualifica o que seria uma conta de "MILHÕES" necessários para investirmos na educação de TODOS.

Por isso tudo Sou Contra.

Anônimo disse...

Al�m de aumentar a sua auto-estima e o n�mero de suas conex�es neuronais,o estudar mant�m voc� mais atualizada neste nosso mundo em que a comunica�o se transformou em acontecimento imediato e simult�neo de curta dura�o. Tamb�m,o estudo, ao deixar voc� mais viva e mais afinada com a realidade oferece chances de voc� poder contribuir, positivamente, no seu meio de conviv�ncia e atua�o.
Ora, se n�o se estuda mais, perde-se esta riqueza e � comum a pessoa n�o se saber perdedora.
Sou, sim, favor�vel ao est�mulo financeiro oferecido pelo Estado em prol do incentivo ao estudo.
Al�m de n�o se tratar de investimento a fundo perdido,e muito pelo contr�rio, ele est� longe de se aproximar de uma determinada e espec�fica medida assistencialista, proveniente da mais alta esfera Estado, e � qual h� que se fazer duras cr�ticas.

Anônimo disse...

Cara Teresa, lidar com o saber é uma relação pessoal e intransferível. As recompensas são extremamente particulares. Cada um busca algo de si no saber. Isto é indecifrável! Penso que ter que "saber" é a receita do fracasso, inclusive o escolar. Nesse momento histórico em que vivemos, de falta de garantias, depositou-se muita fantasia bordada de esperança em torno da educação. Não são as crianças que fracassam, são os adultos que não as escutam dizerem: "desse jeito não!!!" Qualquer medida que retirem delas o direito de tecerem sua própria relação com o saber será em vão! Pagar pelo saber delas, pode ser recompensa para uns e desistência para outros. O que de melhor poderia ser feito é preservar um espaço de relação entre a criança e o saber.

Com carinho,
Agnah.

Lady Blue disse...

Eu sou a favor.
Mas acredito que isso é bom para aqueles alunos que já gostam de estudar. E para eles a alegria vêm de qualquer forma, seja o prêmio em dinheiro ou não.
Uma pessoa que não gosta de estudar nem entraria na disputa, ou, obrigada a participar, não se esforçaria. Talvez prefira concorrar a prêmios em outras atividades.

Anônimo disse...

Teresa, acho que a forma como é conduzida a proposta de premiação é que importa. Que a curiosidade, o desejo de aprender, o laço social sejam valorizados. Os alunos de graduação recebem bolsa de iniciação científica. Se não tiverem notas altas, perdem-na. Os de pós-graduação, para receberem bolsa de pesquisa, Têm seus relatórios periodicamente avaliados. Muitos postergam a entrega da tese para conservarem a bolsa. A proposta do Rio pode ser experimentada. Por que não?

Anônimo disse...

Teresa, hoje, mais do que nunca, como diz A. Negri em, O Império, “não há nenhum panorama exterior, que possa ser proposto fora desse campo permeado pelo dinheiro; nada escapa do dinheiro. A produção e a reprodução são vestidos de traje monetário.” Ele mesmo também cita outrem, Fernand Braudel, que diz: “ O capitalismo só tem êxito quando começa a ser identificado com o Estado, quando é ele o próprio Estado."
Vejo que, por um lado, premiar o bom desempenho não é novidade nenhuma. Reforço e punição são recursos utilizados há muito tempo nas mais diversas instituições. Nada de novo!
Por outro lado, acho que sou romântica e talvez isto faça com que, minha relação com o conhecimento, passe pela ânsia de liberdade e por toda a possibilidade de criação que ele propicia. O resto vem por acréscimo.

Anônimo disse...

Atualmente, a escola tornou-se um lugar sem grandes atrativos em relação aos muitos apelos sedutores da televisão, internet e brinquedos eletrônicos.
Como não se conseguiu, no ensino público, o uso de melhores recursos além do GLS (giz, lousa e saliva), surgiu a idéia de usar uma recompensa financeira para os alunos que, apesar dos pesares, conseguem lograr êxito.
É óbvio que todo incentivo para nossos pobres estudantes é bem vindo; todavia, se há verba para premiar os bons alunos, por que não oferecer um prêmio melhor aos corpos docente e discente: uma escola bem estruturada, com investimento em pesquisa e iniciação científica?
Se houvesse interesse na formação de pesquisadores, desde os mais tenros anos, além de motivados, não chegariam os alunos à pós-graduação sem a menor noção de metodologia do trabalho científico e dos tipos de pesquisa a serem desenvolvidos.
A maioria pensa conhecer a pesquisa bibliográfica, sem saber que o produto de seus trabalhos escolares, entretanto, não passa de cópia bibliográfica.

Elsa Gois de Oliveira
19/10/07

Anônimo disse...

nem sei direito o que dizer... dar dinheiro para premiar alunos com MB, isto até pode ser bacana, mas qual é o preço que se pagará por este MB.. se for somente escrever aquelas palavrinhas que a professora vai achar muito bom... creio que não adiantará muito!!!