quarta-feira, maio 23, 2007

GILLES LIPOVETSKY NO IPLA

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disso, minha gente lá de casa, começou a rezar
E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite. lá no morro, não se fez batucada


Pois é, tive vontade de cantar essa música enquanto ouvia a conferência de Gilles Lipovetsky, na noite de ontem, no IPLA.

Gilles falou sobre “Os novos desafios do homem hipermoderno" e de seu livro lançado nesta segunda-feira aqui em São Paulo "A sociedade da Decepção". Para mim foi um pouco decepcionante: o filósofo mais parecia o profeta do apocalipse.

Nessa sociedade hipermoderna, há abundãncia do self-service, do delivery, da hiperindividualização - o que Gilles chama de patologia da autonomia. E os efeitos dessa patologia são percebidos nos sintomas com os quais convivemos nos dias de hoje: depressão, obesidade, falta de controle, insegurança, medo. Enfim, uma sociedade de frustrações.

E qual a saída que a filosofia propõe? Nenhuma. Apenas aponta para um buraco negro, um beco sem saída.

Aí está a diferença da filosofia para a psicanálise. A psicanálise tem uma proposta - um novo laço social que pressupõe a responsabilidade pelo desconhecido, pelo acaso, pela surpresa. Uma invenção, um novo amor.

E o mundo não se acabou.
Clique para ouvir E o Mundo não acabou.

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