A síntese do caso, apresentada no programa OPINIÃO NACIONAL, da TV Cultura:
O trágico desfecho do sequestro da jovem Eloá Cristina tem mobilizado a opinião pública. Durante mais de cem horas Lindemberg manteve a ex-namorada e a amiga reféns em um apartamento na periferia de Santo André, na Grande São Paulo. Por fim, Lindemberg baleoou as duas reféns e Eloá morreu. A história deixou uma dúvida no ar: poderia ter sido diferente?
O Programa OPINIÃO NACIONAL, da TV Cultura, desta quinta-feira, debateu o caso Eloá, a atuação da polícia e da mídia, com a participação de 4 convidados:
Cel. José Vicente da Silva Filho - especialista em segurança, ex-secretário nacional de segurança; Rodrigo Rodrigues Pimentel - ex-capitão do BOPE; Cel. Luiz Carlos dos Santos - Presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo; Jorge Forbes - psicanalista. A coordenação, de Alexandre Machado.
As ações do GATE foram defendidas e explicadas pelos seus pares. Foi um programa com bom nível de discussões, não para culpar os policiais que comandaram a operação, mas para analisar e pensar.
Houve ou não tiro antes da invasão do cativeiro?
Não importa, há um momento em que o processo tem que ser rompido e é sempre um momento de muito risco - é consenso de todos. Não é o único elemento decisivo de uma quebra da conversa, disse Jorge Forbes.
Houve um consenso também quanto a questão do assédio da mídia. Pode cooperar para o sucesso ou fracasso de uma operação e nesse caso atrapalhou muito.
Não houve uma conversa, não houve negociação, houve falta de limite.
Jorge Forbes foi um analista, como sempre:
Houve um erro, pois, na ética da consequência, uma moça morreu, outra moça ficou ferida e foi hospitalizada, um jovem matou e foi preso. Mas a certeza que houve um erro não significa que há uma certeza que se poderia evitar o erro; não podemos fazer essa afirmação. Estamos aqui para respeitar a mídia e a pergunta que ela se fez sobre os seus limites.
Vivemos em uma época da sociedade do espetáculo, onde tudo, supostamente, pode ser transparente; não há limites. Porém, ser transparente a ponto de mostrar o que está além da cena é mostrar o obsceno. Não há conversa na frente das câmeras. Foi um cenário para selar um compromisso, não de vida, mas de morte.
Alexandre finalizou o programa dando a palavra a Jorge Forbes, que se despediu elogiando a iniciativa: Um programa que nos fez pensar sobre o limite de nossa ação e o que acontece quando ultrapassamos esse limite. A pergunta que fica é: O que nós estamos fazendo?
Realmente, foi o programa que melhor analisou essa tragédia.
Em tempo:
Foi publicado hoje, na FOLHA DE S.PAULO, caderno Cotidiano, um artigo de Jorge Forbes, sobre esse tema. Muito bom.
Leia, acessando o link:
quinta-feira, outubro 23, 2008
O CASO ELOÁ
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