De Cartola à Tom Zé en passant par Batatinha ou d'autres compositeursdepuis longtemps oubliés, Ligiana embrasse divers visages de la samba:de la tradition aux productions contemporaines jusqu'aux rythmesluso-afro-brésiliens, tout en conservant l'esprit dans ses proprescompositions et en y apportant sa sensibilité.
http://www.myspace.com/ligiana
Ligiana é nascida em Brasília, onde estudou música desde criança. Aos 16 anos foi para a Europa estudar música barroca. Estudou na Itália e Holanda e hoje vive em Paris, onde iniciou sua carreira como cantora de samba e chorinho.
Afilhada de Tom Zé, incentivador de seu primeiro disco a ser lançado em breve - espera um patrocínio - faz shows constantemente em Paris, para delícia de seus fãs que a acompanham na noite.
Se você vai passar este fim de semana em Paris, vá até o OPUS ouvir e se deliciar com Ligiana. Se não vai, avise seus amigos de lá.
Agora curta dois clipes de Ligiana:
sexta-feira, fevereiro 29, 2008
CONEXÃO PARIS
quarta-feira, fevereiro 27, 2008
ANO NOVO NO IPLA
Neste 2008, o IPLA começa o ano com casa nova: biblioteca, salas de reunião, salas de atendimento clínico, cyber-café, jardim de inverno e auditório para cem pessoas. Nosso endereço: Rua Augusta 2366, casa 2.
O Corpo de Formação em Psicanálise, que neste ano pesquisará A Clínica da exceção ou A clínica do Amor em Jacques Lacan, iniciou suas atividades no dia 25 de fevereiro com a aula inaugural de Jorge Forbes – A felicidade na Clínica de Jacques Lacan, no auditório da nova sede do IPLA.
Foi uma bela aula. Uma reflexão sobre felicidade, amizade, ética e responsabilidade.
Lacan dizia que uma análise deve ser levada até quando o analisando pensa que está feliz. E Forbes diz que quem faz uma análise é capaz de pensar de uma outra maneira, de mudar de ética.
Numa análise o sujeito passa da posição de amado para aposição de amante, diz JF.
sexta-feira, fevereiro 22, 2008
PROFANAGAMBEANDO
Os latinos chamavam Genius ao deus a que todo homem é confiado sob tutela na hora do nascimento.
Fraudar o próprio gênio é tornar triste a própria vida. (A riqueza da vida está nos detalhes).
As crianças sentem um prazer especial em se esconder. E não para serem descobertas no final. Há, no próprio fato de ficarem escondidas, no ato de se refugiarem na cesta de roupa ou no fundo de um armário, no de se encolherem no canto do sótão até quase desaparecer, uma alegria incomparável, uma palpitação especial, a que não estão dispostas a renunciar por nenhum motivo.
O estilo de um autor, assim como a graça de cada criatura, depende, porém, não tanto de seu gênio, mas daquilo que nele é isento de gênio, de seu caráter. Por isso, quando amamos alguém, não amamos propriamente nem seu gênio nem seu caráter (e muito menos seu Eu), mas a maneira especial que ele tem de escapar de ambos, seu desenvolto ir e vir entre gênio e caráter.
Viver bem e viver feliz são duas coisas diferentes, e a segunda, sem nenhuma magia, certamente não me tocará. Para isso, deveria acontecer algo verdadeiramente fora do natural. (Walter Benjamin)
É uma desgraça sermos amados por uma mulher porque o merecemos! E como é chata a felicidade que é prêmio ou recompensa por um trabalho bem feito!
Quem é feliz não pode saber que o é; o sujeito da felicidade não é um sujeito, não tem forma de uma consciência, mesmo que fosse a melhor. Nesse caso a magia faz valer sua exceção, a única que permite a um homem dizer-se ou considerar-se feliz.
Só o encantado pode dizer sorrindo: “eu”, e só a felicidade que nem sonharíamos merecer é realmente merecida.
A criança nunca fica tão contente quanto quando inventa uma língua secreta própria. Sua tristeza não provém tanto da ignorância dos nomes mágicos, mas do fato de não conseguir se desfazer do nome que lhe foi imposto. Logo que o consegue, logo que inventa um novo nome, ela ostentará entre as mãos o passaporte que a encaminha à felicidade.
Ter nome é a culpa. A justiça é sem nome, assim como a magia. Livre do nome, bem-aventurada, a criatura bate à porta da aldeia dos magos, onde só se fala por gestos.
Acredito que haja uma relação secreta entre gesto e fotografia.
É essa natureza escatológica do gesto que o bom fotógrafo sabe colher; sem, porém, diminuir em nada a historicidade e a singularidade do evento fotografado.
A imagem fotográfica é sempre mais que uma imagem: é o lugar de um descarte, de um fragmento sublime entre o sensível e o inteligível, entre a cópia e a realidade, entre a lembrança e a esperança.
O ajudante é a figura daquilo que se perde, ou melhor, da relação com o perdido.
Os ajudantes são nossos desejos insatisfeitos, aqueles que não confessamos sequer a nós mesmos.
O que o perdido exige não é ser lembrado ou satisfeito, mas continuar presente em nós, como esquecido, como perdido, e unicamente por isso, como inesquecível.
O ser especial é delicioso, porque se oferece por excelência ao uso comum, mas não pode ser objeto de propriedade pessoal. Do pessoal, porém, não são possíveis nem uso nem gozo, mas unicamente propriedade e ciúme.
O ciumento confunde o especial com o pessoal, o bruto confunde o pessoal com o especial.
O especial transforma-se em espetáculo. O espetáculo é a separação do ser genérico, ou seja, a impossibilidade do amor e o triunfo do ciúme.
A marca do autor está unicamente na singularidade da sua ausência. (Beckett)(Giorgio Agamben, do livro PROFANAÇÕES)