domingo, fevereiro 28, 2010

UM PRIMOR DE CURSO - ALAIN GROSRICHARD NO IPLA








O INSTITUTO DA PSICANÁLISE LACANIANA APRESENTA

Um primor de curso :

O Avesso da Psicanálise de Jacques Lacan, em quatro conferências de Alain Grosrichard, no IPLA, em São Paulo.

Datas e horas:

• sexta-feira, 5 de março, 20h15 – 22h30
• sábado, 6 de março, 10h15 – 12h30
• sábado, 6 de março, 16h15 – 18h30
• domingo, 7 de março, 10h45 – 13h





O AVESSO E SUAS SURPRESAS


Durante essas quatro sessões, nossa principal referência será o seminário conduzido pelo Doutor Lacan na Faculdade de Direito, em 1969-1970. O lugar (em frente ao Panteão), a data (maio de 68, que ainda paira no ar), sem esquecer o desconcertante título O Avesso da Psicanálise, tudo deixava antever que seria cheio de surpresas. E não nos decepcionamos.
Lacan foi ali construindo, a partir de quatro letrinhas de sua álgebra, quatro figuras de quatro pés representando as únicas quatro maneiras de fazer laço social, em outras palavras, de se inscrever no que ele chamava de discurso, e isso sem mesmo precisar abrir a boca.
Eu que tenho, contudo, o dever de abrir a minha diante de vocês, é necessário que eu me inscreva, ao menos por jogo, no interior de um desses discursos, que são apenas quatro (mais uma variante capitalista um pouco enigmática que Marx nos ajudará a decifrar). Mas qual escolher?
Se eu decidisse não me situar em nenhum, eu me encontraria fora do discurso. Assim, desatado de qualquer laço social, eu ficaria completamente louco. Como vocês não saberiam o que fazer com o meu delírio, excluo essa hipótese.
Nem pensar, também, de me inscrever no discurso da Universidade. Para sustentá-lo, por muito tempo paguei com a minha pessoa, durante minha longa carreira, fazendo-me passar pelo Saber encarnado.
Quanto ao discurso do Mestre, aprecio demais minha liberdade reencontrada para sentir-me à vontade nele.
Mas nem por isso essa liberdade me autoriza a instalar-me diante de vocês no lugar chamado do “mais de gozar”, lugar do Analista no discurso do mesmo nome. Não tendo feito nenhum tipo de passe (confessá-lo-ei para minha vergonha, ou sem vergonha?), eu seria tratado de impostor.
Sobra o discurso da Histérica. Para um sujeito falante qualquer, mulher ou homem, é de longe o discurso mais acolhedor. Ocorre que é também o discurso do filósofo. É o discurso daquele que, tal como Sócrates, não tem medo de por em questão o Mestre, na esperança de fazê-lo produzir um saber do qual uma terceira orelha saberá tirar proveito. Não é exatamente o que vocês estão esperando de mim? Não hesito mais, então. Minha escolha está feita: vou reabrir meu velho Avesso da Psicanálise e questionar Lacan para vocês, desde a posição histérica.
No momento em que redijo essas linhas, ignoro evidentemente quais novas surpresas me reservará essa releitura. Uma coisa é certa: boas ou más, surpresas não faltarão. Além disso, para quem ainda acredita hoje no inconsciente, até as más surpresas sempre têm algo de bom. Por que diabo, então, eu teria medo?
Fica só entre nós, é claro. Em qualquer outro lugar, todo mundo exclamaria que estou assumindo um risco enorme, que eu deveria tremer de medo, tomar mil precauções, reler ao menos Jonas antes de reabrir Lacan. Vocês não. No temor e no tremor em que afundam seus contemporâneos, vocês fazem figura de exceção. Por mais que lhes citem Hobbes, para quem o medo está no fundamento de todo laço social, seu homo homini lupus os faz sorrir. “Basta de medo!” tal é o slogan de vocês, assinado Jorge Forbes.
Eu o deixo assumir corajosamente a responsabilidade. De minha parte, vou me contentar em lhes lembrar o conto de Grimm, que talvez vocês tenham lido na infância.
Era uma vez um menino que não conhecia o medo. Ora, ele desejava muitíssimo saber o que era ter medo. Seu pai, depois o padre, as pessoas caridosas que encontrava, e até mesmo o rei de seu país, bem que tentaram lhe ensinar. Infelizmente, todas as suas tentativas, até as mais terrificantes, se mostraram vãs. Até o dia em que sua jovem esposa (pois nem medo de casar ele tivera) lhe reservou a mais imprevista das surpresas...
Qual? Não adivinharam? Azar de vocês. Agora, vamos ao trabalho!

Alain Grosrichard


Local: auditório do IPLA - Instituto da Psicanálise Lacaniana, Rua Augusta, 2366 - casa 2 Jardim Paulista, São Paulo. Telefone: 11-30610947, e-mail: ipla@ipla.org.br , site: http://www.ipla.org.br/


Inscrições – por solicitação – abertas e limitadas:
• Membros do IPLA e da EBP: R$390,00
• Não membros: R$490,00


ALAIN GROSRICHARD é ex-aluno da Escola Normal Superior, « agrégé » de filosofia, Professor honorário da Universidade de Genebra, Presidente da Sociedade Jean-Jacques Rousseau, membro da Escola da Causa Freudiana (França) e da Escola Brasileira de Psicanálise. Escreveu muitos trabalhos sobre a literatura e a filosofia iluminista, especialmente sobre Rousseau, como também sobre o enfoque psicanalítico da literatura.

sábado, fevereiro 27, 2010

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

CORAÇÃO VULGAR



Caetano Veloso e Teresa Cristina - que bela interpretação de Paulinho da Viola!



e de quebra Caetano e Teresa cantam GEMA

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

JORGE FORBES NO YOUTUBE - HOMOFOBIA

Veja como foi a participação de Jorge Forbes no Globo News Painel exibido nos dias 13 e 14 de fevereiro sobre homofobia no exército e na sociedade civil.

JF finaliza com uma bela frase:

A única coisa que pode mobilizar o preconceito de uma pessoa é a análise.


terça-feira, fevereiro 16, 2010

JORGE FORBES NO GLOBO-NEWS PAINEL



GloboNews Painel – 13 e 14 de fevereiro de 2010: O exército, a nova sociedade e o homossexualismo.

Participaram do debate coordenado por Mônica Waldvogel: Jorge Forbes (psicanalista e Presidente do Instituto da Psicanálise Lacaniana), Maria Cristina Real Espósito (coordenadora do Curso de Direito da Ordem dos Advogados do Brasil) e André Fischer (diretor do Portal Mix Brasil).

Questão: A declaração de um general candidato a uma vaga no Superior Tribunal Militar (Raimundo Donato) de que a tropa jamais obedeceria a um oficial gay reabriu o debate sobre preconceito e ingresso de homossexuais nas Forças Armadas.

O jornalista levantou de início a bandeira contra o preconceito. A advogada defendia suas idéias com base na lei: a constituição não permite preconceito ! E exigia imparcialidade do juiz.

Jorge Forbes dominou o debate e, como num jogo de volei, bateu bola com o jornalista e cortou as bolas levantadas pela advogada. Fez algumas afirmações belíssimas, que selecionei aqui:

- É impossível afirmar que o homossexual se comporta de uma maneira e o heterossexual se comporta de outra maneira; isso é caricatura. É ruim, cria-se um quisto na sociedade.

- Essa declaração do general mostra um pensamento arcaico extremamente preocupante. Uma posição do Tribunal Superior Militar reflete sobre a sociedade brasileira inteira, é uma questão civil, vai além da questão militar.

- É muito cômodo dizer: - esse sim, esse não. Qualquer forma de discriminação é uma forma covarde de enfrentar o laço social.

- Eu gostaria que esse general estivesse aqui para poder entender melhor o que ele pensa sobre isso, entender melhor essa visão de mando. Não consigo entender essa crítica, a não ser como um preconceito arraigado e muito fraco. Acho que esse pensamento enfraquece o exército.

- Do ponto de vista lacaniano, o homossexual é aquele que não consegue conviver com a diferença. No momento que você tem a ordem unida - todos iguais e isso lhe agrada - então você nega a diferença. Será que o exército só pode ser constituído dessa forma? São questões fundamentais.

- Nós damos banho pro mundo em termos de diversidade. O mundo inteiro olha o Brasil tentando aprender; a globalização exige uma conduta diversa.

- Eu discordo da transparência americana porque é falsa.

- Um juiz não é imparcial. Ninguém é imparcial, pois não é possível cifrar, traduzir a essência humana em uma letra. Um juiz carregará sempre um fator ideológico fundamental em suas decisões.

- Acredito que o Brasil tem uma flexibilidade do laço social maior que os outros países ocidentais.

- Não existe sociedade se não houver preconceito. O preconceito caminha e aí está a beleza da sociedade. O laço social humano é “irresolvível”, é uma estrutura de conflito.

- A cada momento temos que ficar alertas para saber onde o conflito e a paralisia desse laço, que tem que ser flexível, vão se congelar. Achar que existe um melhor ou um pior é achar que existe um progresso no laço social humano e que um dia teremos uma sociedade absolutamente perfeita, ideal.

- Preconceito é como uma bola de volei – um dia cai aqui, outro dia cai lá. E agora caiu nessa questão que hoje estamos vendo.

- A única coisa que pode mobilizar o preconceito de uma pessoa é análise.

Você pode acompanhar o debate no vídeo do programa já editado pela globo.com. Clique no link:

Globo News Painel: Jornalista, advogada e psicanalista analisam a presença de gays nos quartéis e na vida civil.

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

A PSICANÁLISE E SEU AVESSO - BASTA DE MEDO !

O Instituto da Psicanálise Lacaniana - IPLA - apresenta seu programa para o Corpo de Formação em Psicanálise 2010:




A PSICANÁLISE E SEU AVESSO
- Basta de medo ! -










O medo não é bom conselheiro e, no entanto, nunca foi tão popular.

Vivemos uma epidemia do medo: do aquecimento global, dos fanáticos do alcorão, da bomba atômica, dos clones humanos, dos transgênicos, da promiscuidade sexual, e mais.

O medo passou a ser sinônimo de prudência e se destaca como organizador do novo laço social. As conseqüências são as piores: todos se acusam, todos se defendem.

Frente a isso, o IPLA decidiu, no ano político de 2010, trabalhar a teoria dos discursos de Jacques Lacan, elaborada, especialmente, em seu seminário O Avesso da Psicanálise, para uma clínica que não cai na armadilha moralista de medo sim, medo não.

Lacan define o discurso como uma “estrutura que ultrapassa em muito a palavra, que subsiste em certas relações fundamentais, que inscreve nossa conduta e nossos atos em certos enunciados primordiais.” Propõe quatro discursos – do mestre (DM), da histérica (DH), da universidade (DU) e do analista (DA) – como fundamentos dos laços sociais. Posteriormente introduz o discurso capitalista, uma variante do discurso do mestre.

Esses discursos, que decorrem do fato de sermos parlêtres (loquentes), emergem historicamente e são estruturas que ordenam as relações entre seus elementos, S1 - significante mestre, S2 - saber, $ - o sujeito e a - mais de gozar. Estruturam as relações do sujeito com a rede significante e com o gozo.

Essa nova teoria permite formalizar e interrogar os discursos constituídos - associados ao poder (DM), ao saber (DU), ao sintoma (DH) e à causa do desejo (DA) - e demonstrar o modo de operação próprio do DA. Localiza, desta forma, os eixos da subversão psicanalítica e acaba por subverter a própria psicanálise.

Ao avesso do medo que se propõe como um organizador coletivo e magistral, através do poder da ameaça, a clínica psicanalítica oferece a solução da responsabilidade singular frente ao gozo, que se engendra em discurso com o poder da invenção. Não se trata de manual de qualidade de vida, mas de sustentar uma vida qualificada. Basta de medo!

Para ver o programa com a rede de temas e as conferências de Jorge Forbes: clique aqui.

Início em 22 defevereiro de 2010.

Inscrição: agendar entrevistas com Claudia
Telefones: (11) 3061-0947, 3081-6346
Apresentar curriculum vitae e carta de intenção
Taxa: R$ 70,00 Vagas limitadas
Instituto da Psicanálise Lacaniana
Rua Augusta 2366 casa 2
São Paulo SP

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

SÃO PAULO DA GAROA ?

Este janeiro está maltratando a cidade. A garoa já não cai, mas há 40 dias, cai uma tempestade todo fim de tarde. As pessoas já marcam encontro antes ou depois da chuva.

Alguns bairros, mais arborizados, estão castigados com árvores arrebentadas caídas no chão (quando não cai uma árvoe em cima de um carro, de uma casa, etc).

Quem caminha no Ibirapuera não pode deixar de notar o estrago - galhos de árvores caídos, ou mesmo árvores inteiras deitadas no chão.












































Mas os poetas sabem dizer ....
... um poema de Carlos Drummond de Andrade - Caso Pluvioso (com Paulo Autran)

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

CASA DE SAMBA

Como sambista de carteirinha, adoro a coleção CASA DE SAMBA.

São sambas conhecidos cantados por outros cantores, geralmente em duplas. Veja aqui os 4 volumes que saíram e as playlists - você pode ouvir aqui - vale a pena !

Adoro principalmente os sambas interpretados por Caetano Veloso:

no disco 1 - Caetano canta com D. Ivone Lara: Alguém me avisou

no disco 2 - Caetano canta com Zeca Pagodinho: Com que roupa

no disco 3 - Caetano canta Gil (Banda Beijo): Verdade

no disco 4 - Caetano canta com Roberto Silva: Juracy


Clique para ouvir as músicas do

CASA DE SAMBA 3

são interpretações deliciosas.

A minha preferida é Verdade (com Caetano e Gil-Banda Beijo): Descobri que te amo demais ...


Clique para ouvir as músicas do CASA DE SAMBA 4

Vamos cair no samba ....

terça-feira, fevereiro 02, 2010

BEYONCÉ ARRASA NO GRAMMY 2010


E neste sábado, no estádio do Morumbi, a galera vai cantar e dançar com ela - e é só o começo, porque depois vai para o carnaval de Salvador !!!

Dancem com ela a música vencedora do Grammy 2010:



E a música que bombou aqui em 2009: Halo (Hello)

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

GALERIA DE FOTOS

O curso com Luiz Forbes no IPLA fo uma ótima idéia para começar o ano: aprender e se fortalecer com a crise. Aprendemos que a crise é uma consequência do sistema de regulação do mercado financeiro - a regulação é a grande questão. O nó borromeano do mercado financeiro é formado por 3 elos: regulação, coniança e transparência. Se uma deles faltar o nó se desfaz, diz LF. O curso foi um sucesso ! Parabéns ao IPLA e a Jorge Forbes pela iniciativa !




O almoço de sábado foi um sucesso à parte ! Uma delicadeza oferecida por Glóra Kammer aos amigos do IPLA. Até os docinhos eram uma homenagem.


Clique aqui para ver a galeria de fotos.