sábado, junho 27, 2009

REPETIÇÃO x FEITIÇO DO TEMPO


Você já pensou acordar todo dia no mesmo dia, ouvindo a mesma música?
Já´pensou em viver o mesmo dia por muitos anos?
O que você faria ?
Groundhog Day (Feitiço do Tempo, no Brasil) é um filme norte-americano de 1993 dirigido por Harold Ramis, com Bill Murray (Phil Connors) e Andie MacDowell (Rita).
Numa analogia com a análise, a vida continua, mas Phil, o personagem principal, está sempre no mesmo lugar.
No início, as repetições lhe dão muito prazer, na justa medida em que ações podem ser previstas - nada de surpresas, tudo pode ser controlado. Mas a previsibilidade não tem graça. A felicidade controlada, previsível, não tem o mesmo sabor. Phil percebe que ao repetir um momento feliz algo se perde, não tem mais aquele sabor. A magia não se repete. A chave é: a magia como saída da repetição. Phil deixa-se surpreender. E quando diz – “Não importa o que aconteça amanhã, ou pelo resto da minha vida, estou feliz agora" – o dia seguinte acontece.

A música que toca no rádio-relógio é I Got You Babe - com SONNY & CHER


quinta-feira, junho 25, 2009

MICHAEL JACKSON


por Jorge Forbes:

Foi no momento da esperança que Michael Jackson morreu: foi quando o mundo inteiro esperava seu retorno na velha Londres. Ele quebrou as tradicionais bancas de apostas que se dividiam entre o sucesso estrondoso ou o aplauso de consolação; nem um nem outro, a cada qual agora de decidir, em seu próprio sonho, como foi o último show.

Não perguntem a um psicanalista sobre as doenças psíquicas do menino de Ben. Primeiro porque não se diagnostica à distância, segundo, e mais importante, porque a genialidade de Michael Jackson não cabe em nenhum enquadramento psicopatológico. Michael Jackson não foi o maravilhoso artista porque sofria, mas por ter sabido em sua arte ser maior que o sofrimento que deixava transparecer e que lhe causou tantos problemas. Seria muito reducionista pedir o aval freudiano à historinha pronta a ser acreditada: filho caçula de um pai tirânico, tendo sua infância roubada por uma imposição de trabalho e sucesso, o moço não teria outra opção na vida adulta se não recuperar, em parques de diversões fora de data e em compras compulsivas, a alegria infantil um dia proibida. Por favor, não! Essa história pode explicar muita gente, mas não faz um Michael Jackson.

Nenhum diagnóstico que colemos a Michael Jackson explicará a química de alguém que fez o mundo andar na Lua. Suportemos o silêncio de sua morte e de seu sofrimento. Sua música e seus gestos é o que ele nos deixa eternamente.


Ben - Michael Jackson

quarta-feira, junho 24, 2009

VIAJANDO NAS NUVENS




"Stairway to Heaven" é uma das mais famosas canções da banda inglesa de rock Led Zeppelin. Composta pelo guitarista Jimmy Page e pelo vocalista Robert Plant para o quarto álbum de estúdio da banda, Led Zeppelin IV. Em 2000 ficou em 3º lugar na lista das "100 melhores canções de rock" feita pela VH1 É a canção mais requisitada nas estáções de rádio nos EUA apesar de nunca ter sido lançada com single por lá. Em novembro de 2007, atráves de vendas por download para promover o lançamento do disco Mothership a canção alcançou a 37ª posição nas paradas da UK Singles. (da WIKIPEDIA)

Led Zeppelin-Stairway to Heaven

Theres a lady whos sure
All that glitters is gold
And shes buying a stairway to heaven.
When she gets there she knows
If the stores are all closed
With a word she can get what she came for.
Ooh, ooh, and shes buying a stairway to heaven.

Theres a sign on the wall
But she wants to be sure
cause you know sometimes words have two meanings.
In a tree by the brook
Theres a songbird who sings,
Sometimes all of our thoughts are misgiven.
Ooh, it makes me wonder,
Ooh, it makes me wonder.

Theres a feeling I get
When I look to the west,
And my spirit is crying for leaving.
In my thoughts I have seen
Rings of smoke through the trees,
And the voices of those who standing looking.
Ooh, it makes me wonder,
Ooh, it really makes me wonder.

And its whispered that soon
If we all call the tune
Then the piper will lead us to reason.
And a new day will dawn
For those who stand long
And the forests will echo with laughter.

If theres a bustle in your hedgerow
Dont be alarmed now,
Its just a spring clean for the may queen.
Yes, there are two paths you can go by
But in the long run
Theres still time to change the road youre on.
And it makes me wonder.

Your head is humming and it wont go
In case you dont know,
The pipers calling you to join him,
Dear lady, can you hear the wind blow,
And did you know
Your stairway lies on the whispering wind.

And as we wind on down the road
Our shadows taller than our soul.
There walks a lady we all know
Who shines white light and wants to show
How evrything still turns to gold.
And if you listen very hard
The tune will come to you at last.
When all are one and one is all
To be a rock and not to roll.

And shes buying a stairway to heaven.

terça-feira, junho 16, 2009

DESEJOS & SONHOS

When you wish upon a star - com Louis Armstrong



When you wish upon a star
Makes no difference who you are
Anything your heart desires
Will come to you

If your heart is in your dreams
No request is to extreme
When you wish upon a star
As dreamers do

Fate is kind
She brings to those who love
As sweet fullfillment of their secret drowns
Like a boat out of the blue
Fate steps in and see's you through


Hoje você é quem manda, falou, tá falado ... APESAR DE VOCÊ (Chico Buarque)



YOU´RE THE TOP - Cole Porter (com Nat King Cole & Ella Fitzgerald)



At words poetic, I'm so pathetic
That I always have found it best,
Instead of getting 'em off my chest,
To let 'em rest unexpressed,
I hate parading my serenading
As I'll probably miss a bar,
But if this ditty is not so pretty
At least it'll tell you
How great you are.

You're the top!
You're the Coliseum.
You're the top!
You're the Louver Museum.
You're a melody from a symphony by Strauss
You're a Bendel bonnet,
A Shakespeare's sonnet,
You're Mickey Mouse.
You're the Nile,
You're the Tower of Pisa,
You're the smile on the Mona Lisa
I'm a worthless check, a total wreck, a flop,
But if, baby, I'm the bottom you're the top!

You're the top!
You're Mahatma Gandhi.
You're the top!
You're Napoleon Brandy.
You're the purple light
Of a summer night in Spain,
You're the National Gallery
You're Garbo's salary,
You're cellophane.
You're sublime,
You're turkey dinner,
You're the time, the time of a Derby winner
I'm a toy balloon that’s fated soon to pop
But if, baby, I'm the bottom,
You're the top!

sábado, junho 13, 2009

FESTAS JUNINAS



Chegou a hora da fogueira ...

É noite de São João ...

Viva São Pedro!
Viva São João!
Viva Santo Antonio !
Salve Jorge !





















OUTRA VEZ (de Izolda) - com Roberto Carlos: você é a saudade que eu gosto de ter

PENSE EM MIM - com Leandro e Lenardo

quinta-feira, junho 11, 2009

NÁ OZZETTI - BALANGANDÃS



Acaba de chegar às lojas o CD de Ná Ozzetti - BALAGANDÃS - um tributo à Carmem Miranda.


As músicas são deliciosas - você pode ter uma idéia ao clicar no link do título do CD - escutando um pedacinho de cada faixa.



1. Imperador do Samba
2. Camisa Listada
3. Tic Tac do meu Coração
4. Disseram que Eu Voltei Americanizada
5. Touradas em Madri
6. E o Mundo Não se Acabou
7. Ao Voltar do Samba
8. Na Batucada da Vida
9. Diz que Tem
10. A Preta do Acarajé
11. Recenseamento
12. O Samba e o Tango
13. Tico-Tico no Fubá
14. Chattanooga Choo-Choo
15. Adeus Batucada

A minha preferida é CAMISA LISTADA, de Assis Valente - a primeira a ser ouvida no link do CD. Não encontrei um vídeo dessa música no YouTube, mas encontrei outras que deixo aqui para você curtir.

BALANGANDÃS







ADEUS BATUCADA





TICO-TICO NO FUBÁ

quarta-feira, junho 10, 2009

CORRESPONDÊNCIA: SIGMUND FREUD - ANNA FREUD


O livro da correspondência entre Freud e sua filha Anna é um dos livros que tenho curtido ultimamente.

Publicado no Brasil em 2008 pela L&PM Editores, tem 511 páginas com cerca de 300 cartas trocadas entre pai e filha durante 34 anos (entre 1904 e 1938).

Traz algumas cartas impressas com a letra do próprio Freud (há até umas com caligrafia gótica), muitas notas de rodapé e anexos. Entrelaçando as informações e comentários - muitos do biógrafo de Freud, Ernest Jones - com as cartas, a história de cada um vai se tecendo.

A correspondência entre pai e filha é sempre algo interessante, e, em se tratando de Sigmund Freud, é ainda mais. Anna era a filha mais próxima ao pai e a única a segui-lo na psicanálise - aos 23 nos iniciou com ele uma análise.

Freud era um pai ciumento e possessivo como muitos pais. Chegou a interferir nas relações amorosas da filha, chegando a impedi-la de casar com Ernest Jones, um de seus pretendentes. Pai é pai, mesmo que seja Freud !

Aproveite esse feriado chuvoso e curta essa leitura. Vale a pena.

terça-feira, junho 09, 2009

GLOBO NEWS PAINEL COM JORGE FORBES


Você pode rever esse programa da Globo News em que Jorge Forbes responde às perguntas de William Waack sobre os impactos emocionais dos desastres aéreos.

Parte 1 - O ser humano e o avião



Parte 2 - Paixão e medo de voar

domingo, junho 07, 2009

UM ANALISTA NO AR - PAINEL GLOBO NEWS COM JF


Nesta noite de sábado, 6 de junho, às 23h, William Waack entrevistou Jorge Forbes - psicanalista; Cel. Jorge Barros - oficial de reserva da FAB e especialista em segurança de vôo; Ivan Sant'Anna - piloto e escritor sobre acidentes aéreos, no Painel da Globo News (canal 40). O programa será reprisado neste domingo, às 20h05.

A idéia era falar sobre a nossa relação com a tecnologia e sobre o medo de viajar de avião depois de um desastre como o do airbus da Air France. Como isso afeta a aviação e o público que viaja de avião?

Jorge Forbes subverteu a ordem do programa! Ficou no papel do analista que descompleta e surpreende.

Os outros três (os dois entrevistados, mais William Waack) eram apaixonados por avião - um deles se declarou amante, pesquisador dos acidentes aéreos e suas peculiaridades; o outro, era ligado na tecnologia, na explicação e na previsibilidade; e, o entrevistador, queria finalizar o programa com uma explicação tranquilizadora para ele e para seus telespectadores.

Forbes disse que eram três apaixonados falando da sua dor de cotovelo, e ele, o analista, parecia o único técnico ali presente. Eles ficavam analisando para ver onde estava o erro, como o apaixonado que perde sua paixão e vai para o bar ouvir música para nela encontrar a explicação para sua dor.

Selecionei algumas frases de JF:

Não há experiência mais bonita que ver o exercício da paixão.

Por que andar de avião causa um furor maior que outros meios?

Andar de avião dá a sensação de um momento em que você está completamente na mão do outro; um momento em que você pode viver a felicidade como um acaso.

Viajar de avião tem algo de mágico - existe uma confiança de que você foi convidado para uma festa legal e quando o avião cai, o teto cai sobre sua cabeça.

A gente tem que confiar na tecnologia, mas esse acidente nos mostra que a tecnologia nunca nos dará uma segurança total.

Nem no avião dá para andar no piloto automático.

Há sempre um risco. Não dá para pensar que tudo é previsível. Se a gente tirar a previsibilidade, fica difícil, é transformar tudo numa confiança absoluta.

Na opinião do especialista em segurança, houve imprudência - um excesso de confiança na rotina subestimando a natureza, o imprevisto. O piloto escritor apaixonado por desastres de avião acha que há um mistério, pode haver situações que não possam ser explicadas - no que foi contrariado pelo oficial da FAB: Há sempre uma explicação; a saga humana é desafiar o desconhecido.

Jorge Forbes retruca: _ Não gosto desse tipo de análise baseado na explicação dos detalhes como se tudo pudesse ser previsível. Já estou convencido de antemão que nem tudo é previsível.

Jorge Barros pergunta, quase indignado, a JF: _ Se o mundo é cercado de coisas imprevistas e a qualquer momento uma dessas pode acabar com nossa existência, então viver sob esse medo não é insuportável?

Resposta de Jorge Forbes: _ Acho que não há outra maneira de viver que não seja sob risco. A vida é, realmente, um contrato de risco. O contrário seria viver numa sociedade de controle. Sempre haverá o reaparecimento de um não saber. Nós sempre precisaremos descobrir, mas não acredito que um dia saberemos tudo.

Forbes assim finalizou sua participação no programa: _ Do ponto de vista objetivo, todos sabem que andar de avião é mais seguro, mas houve um rebaixamento no sonho.
JF chamou a atenção para o fato de que os humanos precisam enterrar os seus mortos:
Quando isso não acontece há uma continuidade dolorosa, que é penosa.

Gostei do programa, especialmente da participação de Jorge Forbes. É uma mostra de como um analista se coloca frente às adversidades, frente às surpresas - sempre deslocando, surpreendendo, questionando, desacomodando.

Um exemplo da presença do analista na Globalização!

sexta-feira, junho 05, 2009

MÚSICA E PSCANÁLISE


Na última Domingueira no IPLA - no domingo 31 de maio - Luiz Tatit deu o tom, falando sobre A CANÇÃO PASSIONAL.

Foi uma bela tarde de domingo: musical, reflexiva e que nos tocou a todos.


Selecionei alguns pensamentos de Tatit:

A canção é uma relação entre letra e melodia.


A letra de uma canção não é poesia; é muito difícil musicar uma poesia. Em geral as letras são feitas para uma melodia e o tema é a última coisa que aparece. Normalmente o compositor letrista faz inicialmente uma letra “monstro” que será lapidada até que finalmente surja a letra daquela melodia. Em geral a letra demora mais tempo para ser composta do que a música. Uma boa canção é a que tem uma boa relação entre melodia e letra.

A canção sempre foi identificada com um refrão. Uma regra foi criada, a partir de 1930: para uma composição ser completa é necessário haver uma segunda parte, além do refrão. Noel Rosa, que viveu apenas 27 anos, teve cerca de 300 composições, por esse motivo – sempre que alguém chegava numa rádio com um refrão, ele construía a segunda parte, deixando então a música completa.

Os cancionistas não são músicos e os letristas não são poetas.

Não se deve julgar uma canção por critérios poéticos ou musicais, o que vale é a relação melodia – letra. O fato de uma canção cair no domínio público não tem nada a ver com a qualidade da canção, é questão de divulgação.

A Canção Passional explora a espera e a surpresa. No fundo, o que está em jogo é a separação espacial aliada à conjunção temporal. O vínculo temporal é o que fica – isso é o que as canções traduzem muito bem – pois as canções sempre transcorrem no tempo. Há uma conjunção com o tempo e uma disjunção com o espaço. O tempo é muito bem expresso nas canções e também na música erudita.

Citou logo no início a canção DIA DE DOMINGO, de Sullivan e Massadas, que ,em sua simplicidade, é uma boa relação entre letra e música. Como exemplo de Canção Passional, citou TRAVESSIA, de Milton Nascimento. Publico aqui os vídeos com essas duas canções:

DIA DE DOMINGO - TIM MAIA

Letícia me enviou um vídeo de TRAVESSIA com BJORK







Veja a galeria de fotos dessa bela tarde de domingo no IPLA!

E ao final, fizemos uma festa para comeorar o aniversário de Elza, com grande estilo!

Leny, Maria Cecília e Dorothée cantaram para Elza e Lino não ficou atrás, também cantando e dançando com a aniversariante. Lígia entrou na onde e também cantou para avovó.Uma linda festa!





























Uma noite de magia, música e alegria !
O verso não, ou sim o verso?
Eis-me perdido no universo do dizer, que, tímido, verso,
sabendo embora que o que lavra
só encanta meia palavra.
(Drummond)
































Parabéns Elza!

Para finalizar, deixo aqui uma lembrança do que cantou Leny: I feel pretty! (de West Side Story)


quinta-feira, junho 04, 2009

O QUE É SER PSICANALISTA ?


Se é que é possível dizê-lo, valho-me de um decálogo provocativo de Jorge Forbes.

Ser Analista:


1. É valer mais quando não se é que quando se é.
2. É emprestar palavra, corpo e ser para ser feito do que se quiser.
3. É amar incondicionalmente, sem qualquer reciprocidade, na paixão da ignorância.
4. É chegar sem ser avisado, no lugar da surpresa ou da assombração.
5. É passar por esquisito, mal educado, chato, sem poder justificar.
6. É, trabalhando o bem, vir a ter horror do seu ato.
7. É poder ser paciente no lugar do Outro.
8. É não governar, nem educar.
9. É saber o que faz, quando não sabe o que diz.
10. É ter saudade sem reivindicar, quando se chega ao fim.

(extraído de um artigo de Jorge Forbes: Ser Analista)