sábado, dezembro 31, 2005

MENSAGEM DA NÍSIA PARA O ANO NOVO

RECEITA DE ANO NOVO

Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
Cor de arco-íris, ou da cor de sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez, ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegrama?).
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditarque por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

sexta-feira, dezembro 30, 2005

FESTIVAL DE FIM DE ANO


Uma das boas coisas de fim de ano são os lançamentos de livros, Cds e DVDs. Fiz a festa na Livraria Cultura, minha preferida nesse assunto. Nesta semana de transição de um ano a outro, vou me deliciando com esses presentes. De manhã começo lendo um livro e no final da tarde já estou com outro. À noite, filmes e shows de música.

A segunda caixa com 3 DVDs de Chico está ainda melhor que a primeira. Hoje assisti o Tributo à Tom Jobim (Anos Dourados), com Chico no Jardim Botânico do Rio, contando sobre o Tom, comentando músicas, de um jeito bem-humorado e sensível. Muitas cenas de conversa dos dois, trechos de shows que fizeram juntos e outros de homenagem ao Tom. Fiquei emocionada com esse DVD. Algumas interpretações de Chico, como "Eu te amo" e "Sem você', são de arrepiar!

O CD-trilha sonora do filme Vinícius também faz parte desse festival, junto com outros que estão na fila para serem degustados.

Dos livros, vou dar uma prévia, mostrando um poema de Bukowski (Os 25 melhores poemas de Charles Bukowski):


CONFISSÃO

(tradução: Jorge Wanderley)

esperando pela morte
como um gato
que vai pular
na cama

sinto muita pena de
minha mulher

ela vai ver este
corpo
rijo e
branco

vai sacudi-lo e
talvez
sacudi-lo de novo:

"Henry!"

e Henry não vai
responder

não é minha morte que me
preocupa, é minha mulher
deixada sozinha com este monte
de coisa
nenhuma.

no entanto
eu quero que ela
saiba
que dormir todas as noites
a seu lado

e mesmo as
discussões mais banais
eram coisas
realmente esplêndidas

e as palavras
difíceis
que sempre tive medo de
dizer
podem agora ser ditas:

eu te
amo.

quinta-feira, dezembro 29, 2005

ANGÉLICA ENCONTRA OLAVO BILAC

Não sei por onde andei .
Encontrei-me com Olavo Bilac, sem mais nem menos.
Com a maior intimidade recitamos versos... (Angélica)

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso.' " E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: - Tresloucado amigo.'
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo? "

E eu vos direi.- "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas

terça-feira, dezembro 27, 2005

VINÍCIUS


Assisti hoje ao documentário Vinícius. Gostei muito.

As músicas são interpretadas por Caetano, Chico, Olivia Byington, Monica Salmaso, por Vinícius e seus parceiros. Os comentários de Caetano, Chico, Edu Lobo e Ferreira Gullar junto com depoimentos de 3 de suas filhas, formam a história da vida desse poeta.

Junto com Tom Jobim e João Gilberto iniciou a bossa nova. Com Baden Powell fez os sambas-afro. Com Toquinho, Edu, Chico fez obras importantes da MPB. Era diplomata, boêmio, poeta, compositor, amante da bebida e das mulheres. Casou-se 9 vezes. Vivia por uma paixão. A busca da felicidade era seu lema. Como lembrou Chico, tudo o que fazia era para sentir uma felicidade que nunca era completa; talvez ele não fosse feliz apesar de tudo, concluiu.

Chico disse que hoje não haveria lugar para Vinícius em nosso país e no mundo atual, onde reina a pompa e a ostentação. Vinícius era generoso e despojado, o oposto do que são as pessoas hoje.

Ferreira Gullar disse que Vinícius fazia da vida uma invenção. Ele inventava a alegria, uma boa razão para viver todos os dias. Ao contrário dos filósofos que tentam explicar porque a vida é difícil e a eterna busca da verdade.

É melhor ser alegre que ser triste, a alegria é a melhor coisa que existe, é assim como a luz no coração...

Duas músicas para curtir:

Samba da Benção

Eu não Existo sem Você

Quem vai pagar o enterro e as flores se eu me morrer de amores?

Para saber mais sobre o filme clique aqui:

http://www.uip.com.br/vinicius/


Soneto de separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.



Orfeu da Conceição
Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes
Odeon . 1956

Se todos fossem iguais a você
Vinicius de Moraes / Antonio Carlos Jobim

Vai tua vida
Teu caminho é de paz e amor
A tua vida
É uma linda canção de amor
Abre teus braços e canta a última esperança
A esperança divina de amar em paz

Se todos fossem iguais a você
Que maravilha viver
Uma canção pelo ar
Uma mulher a cantar
Uma cidade a cantar
A sorrir, a cantar, a pedir
A beleza de amar
Como o sol, como a flor, como a luz
Amar sem mentir, nem sofrer

Existiria a verdade
Verdade que ninguém vê
Se todos fossem no mundo iguais a você



Para ler seus poemas e ouvir suas músicas, clique no site:
http://www.viniciusdemoraes.com.br/

segunda-feira, dezembro 26, 2005

com a palavra: ANGÉLICA


Querida Teresa, seu blog está me fazendo um bem enorme.
É o encontro com a literatura. É o encontro com a gente mesmo.
Fala daquilo que a gente quer falar e provoca em nós uma espécie
de salvação. Somos salvos por assumir nossas próprias paixões. Quando
a palavra nos toca por dentro, ela nos libera para nós mesmos, e nos torna capazes
de nos perceber vivendo. É a "catarsis" . Desde sempre, desde Sófocles
buscamos na literatura não só um deleite mas a própria salvação.

É dela também a sugestão da poesia de Carlos Drummond de Andrade:

Os ombros suportam o mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Bravo, Angélica!

Aguardo mais colaborações para o blog / espaço aberto: NASCI PARA BAILAR

domingo, dezembro 25, 2005

NATAL





Neste ano fizemos o Natal aqui em casa.

A família reunida, alegria, coisas gostosas para comer, presentes, filmes e música.

Mamãe fez sua famosa fritada de bacalhau, lobo assado com batatas, cuscus de frango e de camarão. André fez um risoto de abóbora com pera e maçã e uma massa de vinho do porto com molho de tomate e ervas. A cozinheira também fez seu frango assado com farofa. Eu organizei tudo e fiz os arranjos de flores.

Como todos os anos desde menina, compro o CD do Roberto Carlos. Neste Natal me presenteei também com as caixas de Roberto dos anos 70 e 80. Dispensei a caixa dos anos 90, sua fase mais sem graça.

A passagem do ano será com os amigos em Itapetininga, na casa do Ruy Messias. Viva a alegria!

quarta-feira, dezembro 21, 2005

SABER E SABOR



MUITA ALEGRIA. O SABOR DO DESEJO REALIZADO.







Uma festa de saber e de sabor! Assim foi a festa de encerramento do ano no IPLA foi uma aula de gastronomia, seguida de degustação. André Genesini fez e ensinou a fazer um fettucini de cacau com molho de shitake e mel de rosas. Carelli ficou junto no comando e todo o IPLA pôs a mão na massa.

Aliás, foi o coroamento de um ano de revolução e de conquistas, em que pusemos a mão na massa e colocamos o IPLA na mídia.

Jorge Forbes fez um discurso de abertura e brindou com os presentes: o sucesso, o entusiasmo de alunos e professores, o site, a conversação de Muxarabi, projetos de parcerias e de educação a distância....

É o resultado da clínica de Jorge Forbes. Como nas palavras de Elza:
A psicanálise não está no consultório. Ela está no fazer do analista. Forbes transmite uma psicanálise desespecializada, que participa com a política, com a arte, com a ciência, na cultura. Onde não reina a hierarquia, mas a transferência.

Para ver a galeria completa de fotos, clique em:

http://www.ipla.org.br/mural/eventos/eventosGaleriadafestaEncerramentoIPLA.html









terça-feira, dezembro 20, 2005

aprender-a-viver é que é o viver mesmo

PÍLULAS DO GRANDE SERTÃO (Guimarães Rosa)

Coração de gente — o escuro, escuros.

Quem ama é sempre muito escravo, mas não obedece nunca de verdade.

Querer o bem com demais força, de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal por principiar.

No sistema de jagunços, amigo era o braço, e o aço!

Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou — amigo — é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é.

O amor? Pássaro que põe ovos de ferro.

Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas.

A colheita é comum, mas o capinar é sozinho.

O diabo é as brutas; mas Deus é traiçoeiro!

O diabo na rua, no meio do redemunho.

O Arrenegado, o Cão, o Cramulhão, o Indivíduo, o Galhardo, o Pé-de-Pato, o Sujo, o Homem, o Tisnado, o Coxo, o Temba, o Azarape, o Coisa-Ruim, o Mafarro, o Pé-Preto, o Canho, o Duba-Dubá, o Rapaz, o Tristonho, o Não-sei-que-diga, O-que-nunca-se-ri, o Sem-Gracejos... Pois, não existe! E se não existe, como é que se pode se contratar pacto com ele?

Quem muito se evita, se convive.

Julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado.

O que lembro, tenho.

Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.

Quem mói no asp'ro não fantaseia.

Quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a idéia e o sentir da gente.
Vingar... é lamber, frio, o que outro cozinhou quente demais.

Quem sabe do orgulho, quem sabe da loucura alheia?

Ser chefe — por fora um pouquinho amargo; mas, por dentro, é risonhas flores.
Um chefe carece de saber é aquilo que ele não pergunta.

Comandar é só assim: ficar quieto e ter mais coragem.

Toda saudade é uma espécie de velhice.
Riu de me dar nojo. Mas nojo medo é, é não?

Um sentir é do sentente, mas outro é do sentidor.

Tudo é e não é.

Mocidade é tarefa para mais tarde se desmentir.

Sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus mesmo, quando vier, que venha armado!

O sertão é do tamanho do mundo.

Sertão é dentro da gente.

O sertão é sem lugar.

O sertão não tem janelas, nem portas. E a regra é assim: ou o senhor bendito governa o sertão, ou o sertão maldito vos governa.

O sertão não chama ninguém às claras; mais, porém, se esconde e acena.

O sertão é uma espera enorme.

Sertão: quem sabe dele é urubu, gavião, gaivota, esses pássaros: eles estão sempre no alto, apalpando ares com pendurado pé, com o olhar remedindo a alegria e as misérias todas.

A vida é ingrata no macio de si; mas transtraz a esperança mesmo do meio do fel do desespero.

A vida é muito discordada. Tem partes. Tem artes. Tem as neblinas de Siruiz. Tem as caras todas do Cão e as vertentes do viver.

Manter firme uma opinião, na vontade do homem, em mundo transviável tão grande, é dificultoso.

Viver — não é? — é muito perigoso. Porque ainda não se sabe. Porque aprender-a-viver é que é o viver mesmo.

Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães...

Feito flecha, feito fogo, feito faca.
Vi: o que guerreia é o bicho, não é o homem.

Até que, um dia, eu estava repousando, no claro estar, em rede de algodão rendada. Alegria me espertou, um pressentimento. Quando eu olhei, vinha vindo uma moça. Otacília. // Meu coração rebateu, estava dizendo que o velho era sempre novo. Afirmo ao senhor, minha Otacília ainda se orçava mais linda, me saudou com o salvável carinho, adianto de amor.

domingo, dezembro 18, 2005

CENTENÁRIO DE ÉRICO VERÍSSIMO


Érico Veríssimo foi minha primeira paixão literária.

Ontem fez 100 anos de seu nascimento.

Suas histórias faziam parte da minha fantasia, devorava seus livros e ficava sonhando com seus personagens. Começou com "Clarissa", depois "Olhai os lírios do campo". Da trilogia O Tempo E O Vento, "Um certo capitão Rodrigo" era o meu preferido. "Incidente em Antares" é uma novela fantástica num estilo que lembra Gabriel Garcia Marques, mas que prefiro nem comparar; para mim Érico Veríssimo é único.

"Solo de Clarineta" me emocionou. Sua autobriografia. Tinha terminado essa leitura quando ele morreu. Foi um dia que me marcou. Era como se tivesse perdido alguém muito próximo.

Quando formos morar no México, seu livro MÉXICO era a nossa bíblia. O jeito de descrever e entender o mexicano, a sua cultura, a sua geografia, me fez amar esse país antes mesmo de conhecê-lo.

Devo a Érico Veríssimo muito da minha formação literária.

"O meu amigo mais íntimo é o sujeito que vejo todas as manhãs no espelho do quarto de banho, à hora onírica em que passo pelo rosto o aparelho de barbear." Solo de Clarineta I


"Sei que não sou, nunca fui um writer's writer, um escritor para escritores. Não sou um inovador, não trouxe nenhuma contribuição para a arte do romance. Tenho dito, escrito repetidamente que me considero, antes de mais nada, um contador de histórias." Solo de Clarineta II

Viva Érico Veríssimo!

sábado, dezembro 17, 2005

PAPAI NOEL ESTRESSADO


Todo final de ano "chovem" as mensagens de Boas Festas, as mais variadas.

Recebi de minha amiga Maricota uma série de cartas e respostas de Papai Noel. Achei que deveria compartilhar esse "espírito natalino" com os leitores do Blog.


Kerido Papai Noéu:

Eu queria ganhá um joginho espasiau de prezente
de natau... Tenho cido um boum minino neste ano.
Ti adoro,
Uiliã

Querido Willian:
Sua ortografia é excelente!!!
Parece um índio escrevendo... Definitivamente terá uma
brilhante carreira na vida... Como auxiliar de pedreiro!!!
Tem certeza que você não prefere um livro de português?
Quanto ao joguinho espacial, darei ao seu irmão, pelo
menos ele sabe escrever o nome dele!!!
Um abraço,
Papai Noel

Querido Papai Noel:
Não sei se você pode, mas gostaria de ver meus pais juntos
outra vez este ano.
Com amor Julia


Querida Julia:
E o que você quer garota?
Que eu arruine a relação de seu pai com a sua secretária?
Deixe ele se divertir com uns seios de verdade!!!
Melhor te dar uma Barbie...
Papai Noel


Querido Papai Noel
Tenho sido uma boa menina este ano.
A única coisa que peço é paz e amor para o mundo...
Com amor, Sara

Querida Sara:
Você anda fumando maconha? Cai na real menina!
Papo louco esse...
Papai Noel

Querido Papai Noel:
Poxa, fazem 3 anos que venho pedindo um
caminhãozinho de bombeiro e nada...
Por favor vê se desta vez você me traz um!!!
Obrigado, Luis

Querido Luis:
Seus pedidos já me encheram o saco!!!
Outra coisa ... não é "fazem 3 anos"... cacete,
não aprendeu ainda? Use sempre "faz 1 ano";
"faz 3 anos"; "faz 2.000 anos". O verbo fazer no
sentido de tempo não vai no plural ... ah deixa prá lá ...
Mas enfim, desculpe-me por favor.
Quando você estiver dormindo, incendiarei a sua casa.
Assim terá todos os caminhões de bombeiros que
sempre desejou!!!
Papai Noel

Querido Papai Noel:
Quero uma bike, um nintendo, um computador, uma
caixa de lego, um cachorrinho, um ponei e uma guitarra.
Com carinho,
Tibúrcio

Querido "T I B Ú R C I O":
E na bundinha não vai nada???
Quem foi o infeliz que te deu esse nome?
houhouhouhouhouhou!!!
Na verdade você não quer porcaria nenhuma
não é mesmo? Porém tenho uma sugestão...
Por que você não pede um nome novo?
Papai Noel

Querido Papai Noel:
Como diz aquela canção: "Venha velhinho,
de noitinha, quando durmo meu soninho..."
Espero você Noelzinho, de portas abertas!!!
Te adoro,
Jéssica

Querida Jéssica:
Como você é ingênua!!!
Bom saber, pois este ano vou assaltar a sua casa!!!
Papai Noel


Querido Papai Noel
Por favor!!! Por favor!!! Por favor!!! Por favor!!!
Dá um cachorrinho pra mim!! !!
Por favor!!! Por favor!!! Por favor!!! Por favor!!!
Com imploração,
Juninho

Querido Juninho!!!
Esse tipo de imploração funciona melhor com
os seus pais, já que você é adotado (ops falei!!!
agora já era) e eles te toleram demais...
Já comigo não funciona...
Comigo o buraco é mais embaixo... Pare de ser mala!!!
Vou te dar mais outro pijama!!!
Papai Noel (Hehehe)

Se você chegou até aqui, merece um prêmio.

Clique no link abaixo:

http://radio.terra.com.br/includes/internas_albuns/0/875.php?id_art=867

quinta-feira, dezembro 15, 2005

ELIS REGINA CARVALHO COSTA


Acabei de ouvir/assistir o DVD da Elis que acabou de ser lançado: Elis Regina Carvalho Costa, da série Grandes Nomes: TV Globo.

A interpretação de "Atrás da Porta" é indescritível!!!

Todas as músicas estão muito lindas. Listo aqui as que me marcaram além dessa. Essa mulher, Cadeira vazia, O bêbado e a equilibrista, Modinha e Rebento.

O cenário é um circo, e o palco, um picadeiro. Daniel Filho dá uma entrevista contando a emoção de ter dirigido esse programa, em 3 de outubro de 1980, agora gravado em DVD. O programa fazia parte de uma série da Rede Globo, chamada Grandes Nomes e tem a participação de César Camargo Mariano.

Pra entrar no clima, ouça a música ESSA MULHER, clicando na rádio terra:

http://radio.terra.com.br/busca/musicas.php?musica=essa%20mulher

Boa viagem!

quarta-feira, dezembro 14, 2005

ANTROPOFAGIA


Começa hoje a programação do EIA - Encontro Internacional de Antropofagia, aqui em S. Paulo, organizado pelo José Celso Martinez Correa. `Na Folha de S. Paulo de hoje tem uma matéria sobre esse movimento. Transcrevo aqui a fala do norte-americano Christopher Dunn (professor da Universidade de New Orleans e autor do livro "Brutality Garden; Tropicália and the Emergency of a Brazilian Counterulture").

Acho que a antropofagia continua a ser um conceito atual para artistas que lidam com questões da diferença, mistura de linguagens, intertextualidade e multiculturalismo. Estamos vivendo um momento terrível, com a ascensão do neoimperialismo criminoso dos EUA e o crescimento de fundamentalismos religiosos, que Oswald de Andrade teria chamado de "baixa antropofagia".

Acho que essa interpretação vale também para a psicanálise, que lida com as diferenças, com a singularidade.

E para homenagear esse movimento criado pelos modernistas, deixo aqui uma parte do poema MANHÃ, de Mário de Andrade, publicado no primeiro número da Revista de Antropofagia (maio de 1928)

...Tinha um sossego tão antigo no jardim,
Uma fresca tão de mão lavada com limão
Era tão marupiara e descansante
Que desejei... Mulher não desejei não, desejei...
Si eu tivesse a meu lado ali passeando
Suponhamos, Lenine, Carlos Prestes, Gandhi, um desses!...

Na doçura da manhã quase acabada
Eu lhes falava cordialmente: - Se abanquem um bocadinho
E havia de contar pra eles os nomes dos nossos peixes
Ou descrevia Ouro Preto, a entrada de Vitória, Marajó,
Coisa assim que puzesse um disfarce de festa
No pensamento dessas tempestades de homens.

Lindo!!!

A programação vai até sábado, no Sesc Pompéia, à tarde e à noite, com shows de música, palestras, leituras, teatro. Participam José Miguel Wisnick, Jorge Mautner, Zé Celso (do Brasil), e muitos outros.

Veja toda a programação no site: www.antropofagia.com.br

domingo, dezembro 11, 2005

CAUIM









Acaba de fechar as portas o Cauim.
Cauim, sem sombra de dúvida a melhor comida do litoral norte.
Em frente ao mar de Boiçucanga foi cenário de muitas histórias.
O Cauim, mais do que um restaurante, foi um estilo de ser. Uma filosofia.
Criado em 1994 por Domingos Carelli, teve toda a sua dinâmica desenvolvida em torno da culinária mediterrânea italiana e espanhola, origem do “chef” Carelli.
O Cauim sai de cena em pleno festival gastronômico, a casa cheia de gente bonita e jornalistas famosos.
Final de ciclo.
Tempo de mudança.
Cauim.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

UM DIA INTENSO




Logo de manhã, Tetéia e eu nos dirigimos ao Largo S. Francisco. A Faculdade de Direito da USP, palco de tantos atos cívicos, era o nosso destino. Fomos participar do Movimento “Da Indignação à Ação”, a favor da democracia, da liberdade e da ética.
Muita emoção ao ouvir o Hino Nacional, junto de políticos, juristas, representantes da sociedade e pessoas do povo. Uma cantora interpretou ao vivo nosso hino. Foi maravilhoso!
Miguel Reale Jr., o relator da CPI – deputado Omar Serraglio e outros deputados como Romeu Tuma, Rafael Guerra, Fernando Gabeira e vários representantes do Instituto da Psicanálise Lacaniana estavam presentes. Gostei do discurso de Fernando Gabeira. É uma figura ímpar! “A luta contra a corrupção faz parte da nossa história”, disse ele.
Miguel Reale Jr. coordenava o ato cívico. Ao ser questionado sobre a possibilidade de Impeachment, respondeu: “O impeachment é um dispositivo ético decorrente das provas”, não é algo que podemos ser a favor ou contra.
Ouça os depoimentos de Fernando Gabeira e Miguel Reale Jr. para a Rádio Lacaniana.
http://www.ipla.org.br/radiolacaniana/radiolacaniana.html


O almoço foi outra coisa especial. Elza, Margareth, Tetéia e eu almoçamos no Café Girundino, no largo S. Bento, quase em frente à Igreja do mesmo nome. Uma casa antiga, linda e uma atmosfera mágica. Comi um bacalhau inesquecível e demos muita risada.

À tarde, um longo papo com Walter Franco - um coração tranqüilo. Ele ficou encantado com o estúdio da Rádio Lacaniana. Walter adora a casa de Flávio de Carvalho, o arquiteto que fez a casa-sede do IPLA e que deu uma força a ele no início da carreira artística. Walter contou muitas histórias, falamos de música, poesia...faltou um violão, disse ele.

Tem dias tão intensos que parecem vários dias.....

quinta-feira, dezembro 08, 2005

25 ANOS DA MORTE DE LENNON

clique aqui para ouvir:

http://radio.terra.com.br/busca/musicas.php?musica=Imagine

Imagine
The Beatles
Composição: John Lennon


Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today, ah-ha


Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace


You, may say I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will live as one


Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world


You, you may say I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will live as one

quarta-feira, dezembro 07, 2005

LICIA - ANIVERSARIANTE DO DIA


Amigos são um tesouro. Quem tem um amigo é rico. Eu tenho muitos amigos. Mais que isso, tenho muitos bons amigos. E gosto de homenageá-los.

Licia faz parte dos meus amigos da infância, de Itapetininga. Já disse aqui que meus amigos de Itapetininga fazem parte da minha história, as nossas histórias se misturam e se dividem também.

Licia, delícia, Licia.....


Fosse o rio
abraçaria o mar.
Fosse mar
abraçaria o ar.
Fosse ar
abraçaria o fogo.
Seria então
todo.

Fernando Paixão


E agora uma música para ela:

Façamos (Vamos Amar)

terça-feira, dezembro 06, 2005

CORPO E EMOÇÃO


Uma amiga disse outro dia que a emoção toca o corpo.

Toca e como! A cabeça então ...

E por falar em Psicanálise:

Psicanálise é algo que realmente tem que valer a pena: para o analista e sobretudo para o analisando. (jorge Forbes).

Eu digo que vale a pena.

domingo, dezembro 04, 2005

MUXARABI - A JANELA DA PSICANÁLISE




3 dias de Conversação:

intensidade

diversidade

singularidade

um efeito rápido

Cada sessão analítica é um ciclo completo.
A análise é a soma desses ciclos; uma espiral
.
Pode-se levar uma análise até o momento
que o analisando pensa que ele é feliz
.
Quando uma análise termina,
o analisando consegue sustentar a transferência.

Clique aqui para ouvir a música da despedida:

(Não aprendi dizer adeus)

http://radio.terra.com.br/busca/musicas.php?musica=N%E3o+Aprendi+Dizer+Adeus

A rádio Terra toca a música pra você.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

DIRETAMENTE DE PARIS


PARA A RÁDIO LACANIANA


A Rádio Lacaniana entrevistou com exclusividade Lilia Mahjoub,
reeleita recentemente Presidente da Escola da Causa Freudiana de Paris.
A entrevista está em francês, com tradução consecutiva em português.
Ouça a entrevista no site do IPLA.
www.ipla.org.br/radiolacaniana.html

quinta-feira, dezembro 01, 2005

PARA MIA WALLACE, A GATA

GATO QUE BRINCAS NA RUA

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

FERNANDO PESSOA